POV CASPIAN.
Meu coração batia forte, a sacola com o presente balançando na minha mão. Enquanto eu olhava Gaia parada à porta, seu olhar sério me acertou como um soco. Ela questionou minha presença ali, lembrando que havia dito que nunca mais eu a veria. Senti Odin se agitar dentro de mim, mas mantive a calma.
— Calma, Odin. Ela está raiva de nós, mas o vínculo ainda pulsa. Sei que ela disse aquilo num momento de raiva. Sinta-a — comentei, tentando acalmar meu lobo, que se sentia aflito com a ideia de nunca mais ver nossa companheira e filhote.
— Eu sei. Mas ela não facilita — respondeu ele mentalmente. Expliquei a Gaia que vim vê-la, saber se ela e nosso filhote estavam bem. Subi os degraus devagar, parando a centímetros dela. O cheiro dela invadiu meus sentidos, acendendo ainda mais o amor que eu sentia, forte e inquebrável.
Ela rebateu, dizendo que eu já havia visto e que podia ir embora, levando Levi junto, pois não queria ninguém a vigiando. Virou-se para entrar, mas segurei seu braço com delicadeza, pedindo que esperasse. Eu queria conversar, explicar tudo, resolver as coisas, implorando por uma chance de falar. Quando ela se virou, vi a dor que eu sentia refletida em seu olhar, o vínculo nos permitindo sentir o que ambos sentíamos. Um aperto no peito me sufocou.
— Ela nos sente, Caspian. Não desista agora — incentivou Odin, sua energia pulsando com urgência. — Use a ligação mental. Converse com ela. Se você não fizer, eu faço. — Declarou ansioso.
— Vamos com calma, Odin — avisei, mas ele já estava usando a ligação mental, chamando-a de lobinha.
Gaia reagiu irritada, questionando o que ele queria, invadindo sua mente. Odin respondeu amar ouvir seu nome na voz dela, chamando-a de sua loba, com aquele tom provocador. Ela o chamou de folgado. Quase ri, mas não resisti e me intrometi na conversa mental, dizendo que vivia falando isso para ele. Quando ouviu minha voz ecoar em sua mente, Gaia se irritou ainda mais, perguntando se eu também começaria a invadir seus pensamentos agora. Pedi perdão, chamando-a de amor. Odin se juntou a mim, pedindo que não brigasse conosco, que só queríamos uma chance de conversar.
— Boa ideia, Caspian, chamá-la de amor. Mas ela continua brava. Acho que devemos ir com calma, ela não gostou da nossa invasão à sua mente — alertou Odin.
— Você que começou, eu avisei — retruquei mentalmente.
Então, vozes femininas surgiram na mente de Gaia — uma era Minerva, sugerindo que talvez fosse bom conversarmos, e outra voz, era desconhecida. Essa reclamou que era hora de resolver essa situação e se queixou da barulheira na mente de Gaia, agora com mais duas vozes. Odin e eu perguntamos juntos quem era essa, e ela se apresentou como Malvina. Sua voz era fria, mesmo tentando soar gentil. Fiquei apreensivo, pois nunca soube de um lobo com dois seres vivendo em si.
— Quem é essa Malvina? Parece… atrevida — perguntou Odin, com um rosnado desconfiado.
— Não sei, mas está na cabeça de Gaia e parecer fazer parte dela — respondi, sentindo a tensão crescer, com essa novidade.
Gaia mandou que Malvina não desse satisfação e ordenou que parássemos de invadir sua mente, sugerindo que conversássemos na sala de estar. E bloqueou-nos mentalmente. Senti o vazio repentino como uma perda. Ela puxou o braço devagar, soltando-se, e entrou, dando passagem para mim. Fechei a porta atrás de nós. Ela foi para o sofá e se sentou, e eu a segui, sentando-me à frente dela, a sacola ainda na mão.
— Ela é forte, Caspian. Ela nos bloqueou facilmente. Mas isso prova que ela ainda se importa, ou não lutaria tanto para nos manter longe — observou Odin, com um rosnado baixo de admiração.
— Espero que você esteja certo — murmurei mentalmente. Mas ainda preocupado pelo fato de Gaia, ter mais um ser vivendo nela. A observei com mais atenção, tentando descobrir mais sobre Malvina, mas não descobriria nada se minha companheira não quisesse.
Notei que Gaia olhava fixamente para a sacola. E senti, uma raiva pareceu crescer em seus olhos. Ofereci o presente, dizendo ser para ela. Ela recusou, irritada, dizendo que não queria e que eu não a compraria com isso. Insisti que não era para comprá-la, mas um pedido de desculpas, uma forma de mostrar que mudei e pedi que aceitasse.
— Ela acha que é um truque. Mostre que é sincero, Caspian. Diga que o presente é para o filhote, ela vai gostar — disse Odin, sua voz firme, me apoiando.
— Estou tentando, Odin. Mas ela é teimosa demais. E não quero estragar a surpresa. — respondi. Então, ouvi vozes.
Sem notar, Gaia havia tirado o bloqueio que me impedia de conversar mentalmente com ela, e isso me permitiu ouvir sua conversa. Malvina incentivava que ela aceitasse, pois era bom ganhar presentes. Gaia a chamou de interesseira. Malvina rebateu que Gaia não sabia muito sobre ela, que gostava de luxo e que logo teria que me perdoar, chamando-me de companheiro delas. Gaia questionou desde quando eu era companheiro de Malvina também, e ela respondeu que, sendo parte dela, eu era dela também, elogiando minha aparência e relembrando momentos íntimos, dizendo que não via a hora de me domar. Gaia ficou chocada, mas decidiu não comentar e aceitar o presente, seguindo o conselho. Fiquei atônito, e Odin soltou uma risada rouca.
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Os comentários dos leitores sobre o romance: O ALFA ARREPENDIDO: QUERO MINHA EX-COMPANHEIRA DE VOLTA.