POV CASPIAN.
Eu não acreditava no que acabara de ouvir. Isso não poderia estar acontecendo. O nome dela continuava ecoando dentro de mim, como um trovão que se recusa a desaparecer.
— Gaia? — perguntei, com minha voz baixa, mas carregada de fúria. — Você só pode estar brincando, Adam. — Falei com raiva, não acreditando no que havia ouvido.
— Estou falando muito sério — respondeu ele, firme, sem desviar o olhar. — Só ela tem poder suficiente para lidar com esse tipo de feitiço — disse, sério.
— Não. — Falei e dei um passo para trás. — Não vou pedir ajuda a ela. Deve haver outra bruxa. Alguém. Qualquer um! Você conhece milhares de seres mágicos e antigos. E você mesmo! Não me diga que um velho imortal como você está se fazendo de impotente — falei entre dentes, não querendo aceitar essa solução.
— Isso não é uma escolha — Adam respondeu, com aquela frieza cortante que me fazia querer enterrá-lo vivo naquele cemitério. — Ou você engole o orgulho e vai até Gaia… ou assista à sua alcateia perecer — disse. — E já falei que esta situação está além das minhas habilidades, eu não posso te ajudar — retrucou, entre dentes. — E não existe outra bruxa como Gaia — finalizou. A raiva explodiu dentro de mim. Meus punhos se fecharam, e o ar ao meu redor pareceu vibrar com minha tensão.
— Isso é alguma maldita armadilha do destino? — rosnei. — Você quer que eu rasteje até a loba que rejeitei? E implore que me ajude? — perguntei com raiva. Então ouvi Odin. A risada dele soou como um trovão zombeteiro em minha mente, ecoando pelos cantos mais escuros da minha consciência.
— Parece que o dia que eu tanto esperava chegou — falou, debochado. Ouvir seu deboche me irritou mais ainda.
— Cale a boca, Odin — falei mentalmente, com fúria.
— Me calar? Mas por quê? Você está prestes a colher tudo o que plantou. Me deixe curtir esse momento — falou, e então gargalhou com gosto. Cruel, sem nenhum traço de compaixão por mim.
— Cale. A. Maldita. Boca! — murmurei mentalmente.
Meus dentes estavam cerrados, tentando me controlar ao máximo, e empurrei Odin para o fundo da minha mente com violência, trancando-o. O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor. Voltei meu olhar para Adam. Ele ainda me observava, os braços cruzados, impassível.
— Onde ela está? — perguntei, mais rouco do que pretendia.
— Em Halifax — disse ele com simplicidade.
A revelação me acertou como um soco. Halifax. Ela estava aqui. Tão perto. Respirei fundo, tentando controlar a onda de emoções que ameaçava me dominar. Ela estava no Canadá. Tive que desviar o olhar por um instante.
— Tenho que pensar no que vou fazer… — falei.
— Então pense rápido — disse Adam, rude. — A doença está se espalhando. E logo não restará ninguém para você proteger. Nem para você mandar — comentou.
Fiquei em silêncio, o peito pesado. O orgulho me arrastava para baixo, como correntes presas aos tornozelos. Eu odiava isso. Odiava que ela fosse minha única salvação. Mas odiava ainda mais a ideia de vê-la… e perceber que talvez, no fundo, ela já não se importasse com mais nada e me dissesse “não”. Adam nos teletransportou para sua casa. Eu estava tão desnorteado que nem percebi.
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Os comentários dos leitores sobre o romance: O ALFA ARREPENDIDO: QUERO MINHA EX-COMPANHEIRA DE VOLTA.