POV GAIA.
Fechei meus olhos por um instante, acalmando meu coração e tentando parecer que não havia ouvido nada. Quando abri os olhos, levei um grande susto e soltei um grito ao me deparar com dois olhos cinza a poucos centímetros do meu rosto. Caspian estava à minha frente e me observava com atenção.
— O que você está fazendo aqui? — perguntei, ofegante pelo susto. Ele sorriu e se afastou um pouco, para meu alívio.
— Essa é a minha casa — disse, divertido. Esse jeito mais descontraído dele me deixou desconcertada.
— Isso eu sei. Mas você tem que ficar assustando as pessoas? — perguntei, agora irritada e recuperada do susto.
— Não foi minha intenção te assustar. Só fiquei preocupado ao vê-la aqui, parada, encostada na parede e de olhos fechados. Achei que estivesse passando mal — comentou, cruzando seus braços e me olhando sério.
— Poderia fazer barulho e não se aproximar sorrateiramente — acusei.
— Eu não me aproximei sorrateiramente. Você é uma loba, deveria ter me escutado chegando — disse e arqueou a sobrancelha. — Gaia, você está com algum problema nos seus sentidos de lobo? Não é a primeira vez que noto que não os usa — perguntou, e notei preocupação em sua voz.
Eu não tinha nenhum problema com meus sentidos de lobo, só estava muito distraída, a ponto de me desligar. Acontece às vezes. Mas não vou explicar isso a esse ogro sorridente. Por que teria que dizer o que estava me distraindo? Olhei séria para ele e falei:
— Eu não estou passando mal e nem estou com problemas nos meus sentidos de lobo. Só estava pensando e fazendo um mantra. É coisa de bruxa, você não vai entender. Agora vou tomar meu café da manhã, pois tenho muito a fazer — falei, firme.
— Entendo e fico feliz que esteja bem. Vou te acompanhar no café — falou e riu. Mas que merda, por que ele resolveu ficar rindo agora? Poderia continuar sendo aquele rabugento de antes. Não consigo me concentrar com ele sorrindo sedutoramente para mim.
— Fique à vontade, a casa é sua — falei, debochada, e comecei a andar e descer a escada. Ele veio me seguindo, muito próximo para meu gosto. Ouvi sua risada com o que falei.
Quando chegamos à sala de estar, os pais dele não estavam lá. Graças à deusa, pois temia ficar incomodada perto deles. E, conhecendo Aina, ela notaria. Fui em direção à sala de jantar, com Caspian grudado em mim, me causando desconforto com sua aproximação. O que deu nesse infeliz hoje?
— Esqueceu o que os pais dele estavam conversando? Caspian não vai largar do seu pé, Gai. Ele quer te conquistar — disse Minerva, invadindo meus pensamentos. Bufei, contrariada. Por lembrar das palavras de Conrado. Não respondi o que Minerva falou. Não queria conversar sobre esse assunto naquele momento. Então a ignorei.
Aina e Conrado já estavam sentados e começavam a tomar seu café da manhã. Assim que entramos, olharam em nossa direção, e Aina sorriu, bastante satisfeita em nos ver juntos. Ela nem disfarçava que nos queria juntos. Caminhei até a mesa, mas, antes que eu pudesse puxar uma cadeira para me sentar, Caspian foi mais rápido e puxou uma para mim. Revirei os olhos com a sua intromissão, mas aceitei seu gesto educado.
Me sentei e, quando levantei a cabeça, Conrado e Aina nos observavam com alegria. Suspirei, cansada desses três e da minha loba tentando me fazer aceitar Caspian.
— Bom dia! — falei para meus tios. Caspian se sentou ao meu lado, me surpreendendo. Ele sempre sentava na cadeira da cabeceira da mesa.
— Bom dia, querida. Você melhorou? — perguntou Aina.
— Sim, tia. Tomei um banho e estou melhor agora — comentei.
— Que bom. Tem que se cuidar, Gaia. E, se precisar de qualquer coisa, pode me chamar — disse e voltou a comer.
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