Parte 7...
Ana
Quando cheguei na clínica, Acácia estava no quarto dela. Achei estranho porque geralmente ela gosta de ficar no jardim. Entrei e ela estava deitada de lado, olhando para fora, pela janela aberta.
— Oi! - entrei animada — Bom dia, querida. Vim te ver - deixei a bolsa em cima de uma cadeira ao lado da pequena cômoda branca.
As cortinas estavam abertas e os raios ainda suaves do sol da manhã entravam no quarto. Fiquei um pouco preocupada ao ver Acácia assim, parecendo pensativa, o olhar distante, mirando o lado de fora do quarto. O rosto dela embora fosse marcado pela idade e pela doença que apagou um pouco sua vivacidade, ainda mostrava que ela tinha sido uma mulher bonita, de beleza suave. Seus cabelos grisalhos refletiam seus anos de sabedoria. Era uma mulher que sempre tinha algo de bom para oferecer ao outro, mesmo que fosse pouco.
Eu sempre achei bonito isso dela e aprendi. Agora que estou mais segura de que poderei ter uma vida mais tranquila, começo a pensar que vai ser bom ajudar a outras pessoas também.
Me aproximei com um certo nervosismo. Espero que não tenha tido uma recaída. Toquei seu ombro de leve e sorri. Acácia se virou para mim.
— Porque está assim, tão pensativa hoje? - questionei me sentando ao lado dela — Você está bem?
— Ana, eu fico feliz por você estar comigo... De verdade - ela suspirou profundo — Mas eu estava pensando... Este lugar é muito caro e você fica se preocupando com minha doença - ela segurou mminha mão — Minha doença causa muito transtorno para você, filha. Isso atrapalha sua vida.
Apertei a mão dela com firmza, querendo transmitir o carinho que eu sinto por ela.
— Oh, Acácia... Você acabou de me chamar de filha - sorri e inclinei a cabeça de lado — Pra mim você é minha mãe, não importa se me achou na rua - balancei a cabeça, ela encheu os olhos de lágrimas — Eu nunca poderia explicar em palavras, o que eu senti quando entendi que teria uma pessoa olhando por mim, um teto sobre minha cabeça - suspirei emocionada — Você é a pessoa mais importante da minha vida e eu faria qualquer coisa por você.
— Eu só queria ter a certeza de que você teria mesmo uma boa vida, ainda que eu não estivesse mais aqui - ela apertou os lábios — Matteo me paeceu um bom homem, filha, mesmo que tenha alguma atitude fora da casinha - ela sorriu — Como você mesma me disse — Você vai se casar com ele e vai poder ter segurança.
— Mas eu só fiz isso por você - me inclinei e a abracei — Eu nem teria chegado perto de Matteo antes, se não fosse por ele ter precisado de ajuda e eu ter aproveitado. Foi só um golpe de sorte que eu soube pegar antes que perdesse a chance.
Acácia me abraço de volta e ficamos um instante caladas. Depois eu a soltei e enchi o peito de ar, balançando a cabeça para espantar a vontade de chorar.
— Apesar de certas coisas que medão vontade de beliscar e bater em Matteo - ela riu — Ele tem sim um coração melhor do que mostra aos outros, o que é bem interessante. Ele prefere que os outros o vejam como alguém frio, sem emoções, mas agora que estamos casados, eu vejo que não é assim.
— Oi? - ela se espantou — Vocês estão casados?
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