O Cafajeste já tem Dona romance Capítulo 11

Resumo de Capítulo 11 - Elena: O Cafajeste já tem Dona

Resumo de Capítulo 11 - Elena – Capítulo essencial de O Cafajeste já tem Dona por Érica Mayumi

O capítulo Capítulo 11 - Elena é um dos momentos mais intensos da obra O Cafajeste já tem Dona, escrita por Érica Mayumi. Com elementos marcantes do gênero Romance, esta parte da história revela conflitos profundos, revelações impactantes e mudanças decisivas nos personagens. Uma leitura imperdível para quem acompanha a trama.

Durante o fim de semana, Thiago e eu passamos mais tempo juntos do que qualquer outro casal. Saíamos e aproveitávamos o tempo que tínhamos juntos. Ele me levou ao parque, ao cinema, para jantar. Mas não um jantar de negócios, um jantar romântico.

Era domingo e estávamos na cobertura de um restaurante que era famoso por sua decoração romântica e aconchegante. Era claramente um lugar para se ir a dois.

A cobertura era a céu aberto e quase não havia iluminação. Era a luz da lua, das velas sobre a mesa e de algumas tochas espalhadas em pontos estratégicos nas paredes.

Era um jantar à luz de velas, e talvez eu não fosse muito adepta de romantismo, ou talvez eu gostasse de um pouco de romance mas preferisse algumas coisas mais práticas, como por exemplo a luz.

Eu não estava conseguindo cortar a carne, não estava enxergando muita coisa. Poderia ter uma mosca em meu prato e eu pensaria que era uma azeitona.

O clima era agradável e eu estava me divertindo muito naquele lugar, o problema era que estava ventando muito lá em cima e o castiçal com velas em cima da nossa mesa já havia apagado fazia tempo. As tochas estavam tão distantes que não serviam para nada.

Independente disso, aquela noite me fez pensar como seria bom poder fazer aquilo sempre. Combinávamos em tantos sentidos, e era fácil conversar com Thiago. Aquele silêncio constrangedor que geralmente se abatia sobre os casais que estavam se conhecendo, não existia entre nós. Sempre havia algo para comentar ou para rir.

Ele tinha senso de humor e eu apreciava isso em um homem. Alguém que pudesse contar histórias e rir de si mesmo. Embora tivesse tudo para ter um ego gigantesco, não gostava de contar vantagens como tantos homens gostam de fazer para tentar impressionar uma mulher em um primeiro encontro.

Aquele fim de semana foi perfeito e eu não queria nunca que terminasse. Mas a segunda-feira chegou.

Embora o fim de semana tivesse acabado, o conto de fadas parecia não ter fim. Fomos juntos para a empresa e o clima continuava tão bom quanto antes.

Algumas semanas se passaram, e nada havia mudado. Quase nunca nos encontrávamos na empresa, e algumas noites Thiago dizia para que eu voltasse sozinha pois ele teria que ficar até mais tarde. Eu não questionava. Sabia que tinha realmente muito trabalho para fazer naquela empresa. Eu estava começando a pegar jeito para a coisa, Henry vinha me ajudando bastante e meu pai estava me dando mais liberdades, estava confiando mais em mim. As vezes Melanie ou meu pai apareciam para almoçar comigo, mas nunca quem eu mais queria que viesse: Thiago. Tentei não dar muita atenção para isso, afinal, ele também tinha muitas coisas para fazer.

Quando dei por mim, já haviam se passado dois meses desde que eu havia me casado. A empresa ia muito bem. Criei uma espécie de amizade com Henry. Trabalhávamos juntos durante os dias, mas nem por isso nos divertíamos menos. Ele era legal e engraçado, além de muito paciente para explicar as coisas.

Naquela manhã, como em todos os outros dias, Thiago e eu fomos juntos para a empresa, mas algo ia dar muito errado. Eu já pressentia isso. Era só olhar o céu e ver como estava nublado, quase negro. Tempestades eram um mal presságio. Sempre acreditei nisso. Desde que minha mãe faleceu. Aquele dia também estava quase tão negro quanto hoje. Era como se anunciasse uma outra catástrofe. Só esperava que ninguém morresse ao final daquele dia. Mal sabia que quem morreria seria meu próprio coração. Se sequer desconfiasse, teria ficado o dia todo na cama, fingindo um mal estar.

Entramos na empresa, e eu fui para minha sala. Henry já estava me esperando para trabalhar. Estávamos trabalhando em alguns contratos de clientes que eu precisaria assinar.

Hoje estava usando mais uma das roupas novas, só para irritar Thiago. Era provocante o suficiente para chamar a atenção, mas não escandalosa a ponto de não poder usar na empresa. Usava uma calça social preta que mostrava todos os contornos da minha bunda, um scarpin preto de salto agulha, muito alto, e bico fino. E uma blusa de botões bege, de manga longa, justa e um decote que fazia com que quisessem olhar mais para dentro.

Thiago não tinha ficado muito feliz naquela manhã com a minha escolha de roupa para usar, ainda mais sabendo que quem estaria o tempo inteiro ao meu lado seria Henry.

Pouco tempo antes da hora de almoço, Melanie, minha melhor amiga, apareceu para me levar para almoçar. Ela queria conversar, ou fofocar. Como fazia algumas vezes quando tinha tempo no serviço dela.

Enquanto saía do escritório com ela tagarelando ao meu lado, vi quando Thiago saía da sua sala com Jéssica rebolando logo atrás. O que aquela biscate fazia com ele eu não sabia mas não parecia boa coisa. Ainda mais quando Thiago me viu olhando para eles e parou em seco, como se não quisesse que eu descobrisse seja lá o que estivesse fazendo.

Então ele falou alguma coisa no ouvido daquela piranha e eles deram meia volta e foram para o outro lado do corredor, sem nem mesmo outro olhar da parte de Thiago em minha direção. Aquilo me deixou mordida. E o tempo que passei no restaurante com Melanie em nada serviu para acabar com o meu mal humor.

Não havia nada que ela dissesse que conseguisse me acalmar.

Quando voltei para a empresa, Thiago ainda não tinha aparecido, e não retornou durante o resto do dia.

Quanto mais o tempo passava pior eu ficava. Então decidi que precisava investigar aquela mulher, e ninguém melhor para interrogar do que Henry, que parecia alguém muito próximo ao meu marido, além de conhecer os podres de todos naquela empresa.

- O que está acontecendo, Elena? – Henry me perguntou – Você voltou muito distraída do almoço.

- Eu encontrei Thiago e Jéssica saindo para almoçar juntos. – Se eu queria respostas, não havia motivo para mentir.

- Ah – foi tudo o que ele disse. E desviou o olhar.

- O que você sabe sobre ela? – Sondei.

- Olha só... – Ele começou – Não sei se deveríamos falar sobre isso. Talvez seja melhor você perguntar para Thiago.

- Até parece que ele vai me dizer alguma coisa. Eu só quero entender por que ele continua se encontrando com ela quando não parece sentir falta de nenhuma mulher quando está comigo. Por que ela é especial? – E era verdade, durante todo o tempo que estivemos casados, ele não parecia sentir falta das mulheres com quem saía. Mas encontrar Jéssica agora me fez pensar se ele realmente não andava se encontrando com ela outras vezes.

- Não quero mentir para você, Elena. Mas não quero que você crie esperanças quanto a ele esquecer Jéssica.

- O que você quer dizer com isso?

Não precisei ouvir mais nada. Saí da minha sala e fui para a dele. Ele não estava lá, mas eu fiz questão de esperar.

Antes eu tivesse ido embora. Só perdi meu tempo.

Ele não apareceu no escritório o resto do dia. Quando deu o meu horário de ir embora foi que tive certeza que ele não apareceria. Meus olhos já estavam vermelhos de tanto chorar, quando tive a certeza de que estava sendo feita de trouxa. Aquilo partiu meu coração. Pensar que mais uma vez fui ingênua e ele acabou comigo. Eu sempre tinha um mantra: Errar uma vez é humano, errar duas vezes é burrice. E eu me sentia a criatura mais burra da face da terra. A esposa traída que amava o marido mais do que qualquer coisa nesse mundo, pois era isso que Thiago tinha se tornado para mim. A felicidade dele era a minha felicidade e a tristeza dele era a minha tristeza. Nós últimos dois meses tínhamos criado um relacionamento tão forte que eu pensava que fosse indestrutível, mas eu não imaginei que, na verdade, era mais frágil do que qualquer outro relacionamento. Essa era a verdade. Quanto mais amamos alguém, mais frágil o relacionamento se torna, pois mais poderes a outra pessoa tem de acabar com você. De fazer você se sentir a última merda desejável.

Era isso que eu me sentia.

Voltei para a minha sala para pegar as minhas coisas, e vi que Henry havia deixado um recado escrito em um pedaço de papel, que dizia:

“Seu marido ligou e disse que você poderia usar o carro para ir embora pois ele ficaria até mais tarde na empresa. Obviamente não perguntei a ele em que empresa ele estava já que não era nessa. PS: Sinto muito que você tenha descoberto desse jeito, querida.”

E esse foi o fim do meu casamento. E do meu coração. Pois de alguma forma eu sabia que jamais poderia me permitir amar novamente. Como já havia dito antes: Errar uma vez é humano, errar duas vezes é burrice.

Talvez eu não tivesse realmente acreditado se não tivesse ficado esperando por ele esse tempo todo.

As lágrimas deslizavam livremente pelo meu rosto. Por um instante, senti falta de ar. Já não havia quase ninguém na empresa, então não me preocupei que alguém ouvisse meus soluços.

Não queria que ninguém visse a minha humilhação. Nem mesmo o motorista de Thiago.

Não sabia como faria para voltar para casa sem motorista, a não ser que ficasse lá até meu rosto desinchar.

Não sabia se poderia pedir ajuda a alguém. Meu pai, que era o responsável por tudo aquilo que eu estava passando. Lisa, que era a mãe de Thiago e outra pessoa a quem eu tinha vergonha de admitir a minha humilhação, ela foi a que mais presenciou a minha felicidade naqueles dois meses. E havia Melanie, minha melhor amiga.

Então liguei para a única pessoa que poderia me ajudar naquele momento.

- Oi, Mel. Eu preciso da sua ajuda. – Solucei.

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