O Cafajeste já tem Dona romance Capítulo 12

Resumo de Capítulo 12: O Cafajeste já tem Dona

Resumo do capítulo Capítulo 12 do livro O Cafajeste já tem Dona de Érica Mayumi

Descubra os acontecimentos mais importantes de Capítulo 12, um capítulo repleto de surpresas no consagrado romance O Cafajeste já tem Dona. Com a escrita envolvente de Érica Mayumi, esta obra-prima do gênero Romance continua a emocionar e surpreender a cada página.

ELENA

Em dez minutos eu já estava no carro dela.

- O que aconteceu? – Ela perguntou. – Você parecia tão bem hoje no almoço. Talvez um pouco irritada, mas achei que passaria.

- Ele me enganou esse tempo todo, Mel. Quero ir embora daqui.

- Tudo bem. Vou te levar para casa.

- NÃO! – Gritei – Não quero ir para a casa do meu marido, quero só desaparecer.

- Desaparecer por que?

Então contei a ela tudo o que havia descoberto. Ela fez tudo o que uma melhor amiga poderia ter feito naquele caso. Ela me consolou quando precisei, ficou revoltada quando a raiva retornava ao meu corpo, xingou ele de todos os nomes possíveis quando eu já não tinha mais ideia de que xingamentos usar, e depois ela procurou uma solução quando eu não conseguia dizer mais nada por causa dos meus soluços.

- Posso matá-lo se quiser. – Falou.

- Não. Só quero o divórcio.

- E para onde você quer ir se não vai para a casa dele?

- Para a casa do meu pai. Ele me colocou nessa e ele vai me tirar dessa.

Com um rumo decidido, ela ligou o carro e partimos.

Meia hora depois ela estacionou em frente ao casarão. Meu celular já havia tocado algumas vezes. Era Thiago. Não atendi. Não queria falar com ele ainda. Era muito cedo. Talvez daqui a 5 anos fosse muito cedo para conversar com ele.

- Eu te espero aqui no carro. – Mel falou.

Eu assenti.

Mary se assustou quando abriu a porta e viu minha cara. Eu devia estar péssima.

- O que aconteceu, minha menina? – Ela perguntou.

- Onde está o meu pai? – Perguntei.

- Na sala. Você precisa de alguma coisa?

- Não. Só me leve até ele. – Talvez eu tenha sido um pouco grossa, mas meu dia não era dos melhores. E o meu humor só piorava com o passar das horas.

Eu ficava o tempo todo imaginando o que o meu marido estava fazendo com ela. Será que a amava do mesmo jeito que fazia comigo? Era melhor? Mais atencioso? Dizia que a amava como nunca teve coragem de me dizer?

Essa última pergunta era a que mais doía imaginar. Meu próprio marido nunca me disse, em dois meses de casamento, que me amava. Me machucava pensar que poderia dizer a uma amante. Alguém que ele conhecia a mais tempo e por quem nutria sentimentos de verdade, com quem não tinha casado por obrigação.

Seria por isso que nunca havia me dito que me amava? O seu coração já tinha dona? Enquanto eu era só alguém de quem ele não conseguia se livrar e que precisaria tolerar pelo bem da empresa? Seria eu só mais um negócio lucrativo?

Eu precisava que meu pai desse um jeito de finalizar esse contrato de casamento.

Ele estava na sala, quando eu apareci.

- Elena? O que faz aqui?

- Preciso da sua ajuda, pai.

- O que aconteceu?

- O casamento. Como faço para me divorciar?

- O que? Por que quer o divórcio assim, do nada? Não estou entendendo, Elena.

- O MEU CASAMENTO – Gritei – QUERO ME DIVORCIAR. NÃO VOU AGUENTAR VIVER ESSA VIDA DE MERDA NA QUAL VOCÊ ME METEU! VOCÊ ME METEU NISSO E AGORA VAI ME TIRAR DESSA!

Então caí no choro. Acho que meu pai ficou realmente espantado com a minha reação. Ele se sentou ao meu lado no sofá e disse:

- Eu pensei que vocês estivessem se dando bem depois do que eu presenciei na empresa. Não é assim?

- Não. Eu quero o divórcio, pai.

- Elena, você não está entendendo. Não pode se divorciar dele.

- Por que não?

- Thiago Evans e eu temos um acordo. Um divórcio acabaria com a imagem das nossas empresas. Se você pedir o divórcio eu serei obrigado a entregar minha empresa a ele. E se ele pedir o divórcio, tem que dar a empresa dele para mim. Esse é o acordo.

- Mas a empresa agora não se tornou uma só com a fusão?

- Exatamente. Somos sócios em porcentagens iguais. A empresa é metade minha e metade dele. Mas se ele pedir o divórcio, ele perde a metade que lhe pertence, assim como se você pedir o divórcio eu perco a minha metade da empresa.

Eu não podia acreditar que isso estava mesmo acontecendo. Meu próprio pai preferiria perder a folha do que a empresa. Isso era demais para mim. Eu estava absolutamente sozinha.

E no fundo da minha mente ficou uma dúvida: Thiago havia feito de propósito só para ficar com 100% da empresa? Ontem eu não acreditaria que ele pudesse ser capaz de uma coisa dessas, mas agora, eu percebia que tudo era possível. Para aqueles dois homens, percebi, nada tinha mais valor do que o dinheiro e o status. E eu estava bem no meio de tudo isso. Não pude deixar de pensar se aquele tipo de contrato estava de acordo com a lei. Mas eu sabia que mesmo que fosse ilegal, ninguém se importaria, eram as empresas de ambos que sustentavam praticamente toda a Europa. Ninguém se importaria com a filhinha infeliz de um dos homens que controlavam a economia de um continente inteiro.

- Então é isso? – Perguntei - Tenho que ficar nesse casamento até o fim da minha vida?

- Sim. Não tem volta agora. O acordo foi assinado antes do casamento.

- Está me dizendo que não vai me ajudar?

- Eu gostaria muito, mas isso não está mais em minhas mãos. – Foi tudo o que disse. E nem se importou em perguntar qual era o tipo de problema que eu estava tendo com o meu marido. A minha utilidade só durou, para ele, o tempo que durou aquela cerimônia de casamento. Isso era muito cretino de sua parte. Eu deveria ter sugerido que ele próprio se casasse com Thiago se quisesse manter os negócios dele, mas agora era tarde demais.

Eu não precisava ouvir mais nada. Meu próprio pai estava me virando as costas. Então eu tomei uma decisão. Aquela seria a última vez que eu o veria.

Embora não tivesse dormido nada, me vesti como todos os dias para trabalhar. Não tomei café da manhã. Fui até o escritório dessa amiga de Elena.

Achei que nem fosse me receber, mas consegui entrar.

- Onde ela está? – Perguntei.

- Longe – Foi a resposta que recebi. Ela sabia de quem eu perguntava – Por que você não se senta e me conta a sua versão da história?

Eu me sentei. Mas não disse nada. Não sabia se seria certo dizer a uma estranha quando nem havia contado à minha própria esposa, que agora havia fugido de mim.

- É complicado – Respondi.

- Isso é óbvio. Se não fosse, você já teria dito a Elena. Mas se serve de consolo, nada é pior do que a própria Elena está pensando nesse exato momento.

- Para onde ela foi? – Tentei de novo.

- Escuta. Eu não vou dizer até que você me diga o que estava fazendo esse tempo todo saindo com Jéssica às escondidas como dois criminosos.

Antes que eu pudesse retrucar, o telefone na mesa dela tocou.

- Alô? – Ela atendeu. Eu fiquei quieto. – Ele está aqui.

Suas últimas palavras me deram a confirmação de quem estava do outro lado da linha. Quase pulei em cima dela e arranquei o telefone de suas mãos, enquanto dizia:

- Me deixe falar com ela! Eu preciso!

Mas ela foi mais rápida e pulou para longe do meu alcance. Eu estava prestes a rodear a mesa e arrancar aquele maldito telefone das mãos dela, quando ela falou para mim:

- Fique quieto. Vou tentar convencê-la a falar com você antes que ela entre em pânico e desligue e nenhum de nós consiga falar com ela!

Isso me fez deixá-la em paz.

Sentei novamente na cadeira, como um menino ansioso.

- Elena, – Melanie estava dizendo – não precisa dizer a ele onde você está, só escute. Você merece uma explicação, mesmo que não queira.

Houve uma pausa.

Então ela me passou o telefone e eu só faltei desmaiar de felicidade. Em voz baixa, ela disse:

- Não estrague tudo. Uma vez na vida, diga a verdade a ela.

Eu assenti. Então ela levantou e saiu da sala, me deixando a sós para aquela conversa tão difícil.

- Oi, amor. – Falei. Minha voz soava insegura até para os meus ouvidos.

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