Resumo do capítulo Capítulo 27 do livro O Cafajeste já tem Dona de Érica Mayumi
Descubra os acontecimentos mais importantes de Capítulo 27, um capítulo repleto de surpresas no consagrado romance O Cafajeste já tem Dona. Com a escrita envolvente de Érica Mayumi, esta obra-prima do gênero Romance continua a emocionar e surpreender a cada página.
As semanas foram passando, e eu começava a me preocupar novamente. As ligações intermináveis de Lisa continuavam. Thiago começava a se impacientar por não estar fazendo nada. Todas s noites ele deitava ao meu lado, mas nunca mais voltou a me tocar. O que me deixou ainda mais inquieta. Lizie e Alex esgotavam nossas forças, acordávamos duas ou três vezes durante a madrugada com eles chorando.
Eu sabia que algo preocupava Thiago, e já podia até adivinhar o que era. Dinheiro. O dinheiro deveria estar acabando. E embora eu soubesse que ele queria dar uma jeito na nossa situação e sair para arranjar um emprego, também sabia que não queria me deixar sozinha para cuidar de duas crianças e ainda ter que fazer todos os serviços de casa. Já que Thiago costumava ficar com eles enquanto eu limpava e arrumava a casa.
Dona Amélie ia nos visitar toda semana, assim como Jean, e levava sempre alguma coisa gostosa.
Eu me sentia mais feliz ali, do que em qualquer outro momento vivido na Inglaterra, mesmo que Thiago parecesse mais distante do que nunca.
Eu parecia uma contradição ambulante. Nem eu estava me entendendo mais. Quer dizer, não é como se eu pudesse esquecer tudo o que ele me fez de uma hora para a outra e continuar de onde paramos. Mas eu me sentia um pouco jogada de lado por ele não ter tentando nenhum tipo de aproximação. Não sei porque eu estava me incomodando com isso. Na verdade, eu sabia sim, já tinha me acostumando a vê-lo se esforçar para que eu o quisesse novamente, e pensar que ele desistiu em tão pouco tempo era um pouco... Decepcionante.
Era de noite e nossos filhos já dormiam, quando decidi resolver todas aquelas questões. Thiago já estava deitado na cama, quando me aproximei e sentei no meu lado.
- Precisamos conversar. – Falei.
- Sobre o que?
- Quero saber o que está acontecendo para você estar assim. Alguma coisa te preocupa. O que é?
- Não é nada...
- Está preocupado com o dinheiro não é? – Tentei adivinhar.
- Não exatamente.
- Então me conta.
Ele hesitou, não sabendo se contava ou não. Eu esperei. Então ele começou:
- Eu andei pensando... – Houve uma pausa – Andei pensando em abrir um escritório.
- Um escritório?
- Sim. Vou começar com algo pequeno, e depois, quem sabe, ampliar. Como fiz com a empresa que sofreu a fusão com a empresa do seu pai.
- Você quer... Recomeçar? – Perguntei. Ele assentiu. – Do zero? Do nada?
Estava cética de que fosse conseguir chegar ao patamar que tinha antigamente. Estava pronta para dizer isso a ele, quando ele falou:
- Sim. Eu não sei o quanto você sabe d história da minha empresa, mas um dia eu construí aquilo sozinho. Do zero. Do nada, como você mesma disse. E eu tenho a convicção de que quem sabe a receita para se chegar onde eu cheguei, consegue fazer isso quantas vezes forem necessárias. Só que dessa vez eu farei isso sem patrocinadores, é claro. Talvez dê um pouco mais de trabalho, mas não importa. Mesmo que a minha empresa nunca cresça como a anterior, pelo menos terei o que fazer, ou ficarei louco sem fazer nada.
Em uma coisa ele tinha razão. Quem chegou uma vez ao topo consegue chegar lá novamente.
- E qual o problema com isso? Se você está tão convicto do que quer, para que essa cara de dor de barriga que está quase virando sua marca registrada? – Perguntei.
- Para abrir um escritório preciso de tempo, e não queria ter que largar as crianças sozinhas com você, ainda mais você estando tão ocupada. Embora quisesse começar imediatamente, acho que terei que esperar mais um pouco até que estejam maiores. Dinheiro não é problema. Tenho o suficiente para algum tempo.
Então eu tinha razão... Aquela cara de dor de barriga era por minha causa. Achei meigo que deixasse seus sonhos para o futuro por nossa causa, pela família. Muitos não teriam essa consideração. E por outro lado, não achei justo que abdicasse de tantas coisas só para estar com a gente.
Então tive uma ideia:
- Você podia começar montando seu escritório em casa. Já que quer algo pequeno. Temos dois quartos sobrando, além disso, vai poder continuar passando tempo com Lizie e Alex.
- Não quero incomodá-los com clientes batendo à porta toda hora.
- Não vai incomodar, e assim você pode me aliviar cuidando deles quando estiver ocupada.
Vi que seus olhos mudaram, se encheram de determinação, embora tenha dito:
- Vou pensar sobre isso então.
Eu sabia que a decisão já havia sido tomada por ele, e que eu tinha dito a coisa certa.
- Eu...
- Não importa. – O interrompi. – Sei que não tenho o direito de questionar nada, eu sou só a mãe dos seus filhos e um casamento por conveniência.
- Pelo amor de Deus, você está se ouvindo falar?! – Ele exclamou. – Como acha que tenho outra se quase não saio dessa casa para nada? Você tem que parar de fazer suposições erradas a meu respeito! Porra! Não estou aqui com você? Não durmo ao seu lado todos os dias? Onde acha que escondo uma amante? No guarda-roupa?!
Me senti uma idiota por ter feito aquela pergunta absurda. Ele fez parecer tão óbvio. Mas o passado que ele tinha não ajudava com as desconfianças.
- Então por que...
- Por que não a toco? – Ele me interrompeu. – Por que não tenho feito as investidas que costumava fazer? Porque temos um acordo! Não quero que depois você se arrependa e me coloque para fora de casa. Quero estar com você e os meus filhos acima de tudo! Mesmo que tenha que virar um monge! Mas se me pedir para ir embora, vou honrar com o nosso acordo. Eu não disse aquilo da boca para fora, como você deve ter imaginado.
- Então você ainda me deseja? – Agora eu me sentia mais do que uma idiota. Não queria admitir que realmente pensei que o acordo fosse da boca para fora, ou então me sentiria ainda mais idiota, embora não acreditasse que tamanha façanha fosse possível.
- Se a desejo?! – Ele aproximou seu rosto do meu, pude ver a frustração refletida neles, embora estivesse bem escuro. Meus olhos já se adaptaram à escuridão – Você tem me deixado louco por todos esses dias! Eu deveria deitá-la de bruços, surrar essa bunda por todas as vezes que quase me fez gozar nas calças e comê-la por trás até o dia clarear! Mas para isso quero a sua palavra de que não vai me colocar para fora de casa se fizer isso.
Engoli em seco, imaginando tudo aquilo que tinha dito.
Eu queria isso? Sim, eu queria. Tinha ficado molhada só de ouvir aquelas palavras. E minha entrada se contraiu involuntariamente, como se também ansiasse por tudo aquilo.
Deveria permitir que fizesse tudo aquilo comigo? Conseguiria aguentar o que viria depois? Tinha medo de que retornasse às suas origens, ao homem que procurava qualquer buraco para enfiar o pau.
- Eu... Eu tenho condições. – Falei.
- Diga logo. – Ele rosnou – Se não quiser que eu te pegue à força. E então veremos quanto tempo você dura resistindo.
Engoli em seco.
Ele levantou da cama, retirando a calça e fazendo seu membro pular para fora.
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