Já no restaurante, retirei o casaco e deixei dentro do carro sem que Thiago percebesse, ele estava muito ocupado falando da reserva com o maître, que estava na porta.
Fomos levados até uma mesa onde se encontrava uma única mulher sentada. Devia ter aproximadamente a mesma idade que Thiago, e parecia uma modelo. Alta e magra, e obviamente com muito dinheiro pela forma como se vestia. Por incrível que pareça, seu vestido cobria seu corpo mais do que o meu, mas era mais indecente. Era feito de seda, da cor pérola e era transparente. Era longo, chegando até seus tornozelos, mas a fenda se estendia até em cima de seu quadril, mostrando o lado de sua calcinha inexistente.
Eu não conseguia acreditar realmente que Thiago tinha ido se encontrar com a sua amante e me levado junto. Ou ele era muito imbecil e não me conhecia, ou ele não se importava.
Fiquei ao lado dele, enquanto a vadia se levantava e o cumprimentava com dois beijos na bochecha que deram uma escorregada e acabaram sendo no canto da boca. Aquela assanhada! Não via que ele estava acompanhado? Que aquele homem era meu?!
Eu não sabia em que momento passei a considerá-lo como meu. Aquele sentimento de posse era estranho para mim, nunca havia sentido algo assim por alguém. Talvez tivesse começado noite passada, ou antes disso. Podia até ser que já o considerasse meu no dia do nosso casamento. Mas a questão era que eu estava sentindo, e tinha consciência do que aquilo significava. Eu estava com ciúmes.
Dizem que admitir era o primeiro passo. Então, qual era o segundo?
Eu sabia o que significava o fato de eu estar com ciúmes. O que sentia por ele era mais forte do que a indiferença. Eu sei que isso não quer dizer muita coisa, mas já era um grande avanço.
Quando eles se separaram, Thiago nos apresentou:
- Esta é minha esposa, Elena. Elena, essa é Lindsay, coordena uma das minhas filiais.
Não sei por que, mas já estava esperando que ele me apresentasse Lindsay como sua amante. O que foi uma surpresa, foi descobrir que ele não estava mentindo quando disse que era uma reunião de trabalho.
Ela me olhou com aquele olhar de quem me acha inferior a ela. Também reparei que em mim ela não deu nem um aperto de mão, muito menos beijinhos nas bochechas.
Ignorando a minha presença, ela passou a conversar só com Thiago.
- Os outros já devem estar chegando. – Disse.
Ele fez algumas perguntas a ela relacionadas com a filial que ela comandava, e eu dei pouca ou nenhuma atenção. Estava mais interessada no jeito que eles dois se comportavam, para poder ter uma ideia de que tipo de relação eles tinham. Se era mesmo só profissional.
A primeira coisa que eu reparei é que ela gostava de mostrar os peitos para ele. Não que ela tivesse muito nesse quesito. O decote era profundo, e ela gostava de conversar inclinada sobre a mesa, além de ficar toda hora passando a mão no pescoço, como se tentasse chamar a atenção dele para aquela parte do corpo dela. Mas quando dei uma espiada dentro do vestido, não vi nada que me impressionasse realmente.
Tentei ver como Thiago reagia, mas como ele estava sentado ao meu lado, não consegui ver a direção que seus olhos estavam. E talvez tenha sido melhor assim. A mulher era atirada, e talvez eu devesse mostrar pra ela quem era melhor ali.
Antes que pudesse tomar providências, outros homens chegaram ao mesmo tempo. Eram quatro. Eles foram bem mais gentis comigo do que aquela cobra.
Eles se sentaram e nós fizemos nossos pedidos para o garçom. Então Lindsay voltou a atacar, com aquele charme que ela pensava que tinha mas que era inexistente para mim.
E foi quando um pé me acertou por debaixo da mesa. Pelo movimento que Thiago fez, percebi que foi ele. Eu não era tão bobinha para não desconfiar do que estava acontecendo embaixo daquela mesa, e o meu sangue ferveu só de imaginar que aquela piranha estava esfregando aquele graveto que ela chamava de perna no meu homem. Isso eu não deixaria.
Peguei impulso com meu pé, rezando para não acertar um inocente, e dei um chute com toda a força do ódio, que eu possuía naquele momento. Se o grito alto de dor que ela soltou fosse uma indicação, eu diria que acertei em cheio. Ela me olhou com raiva, enquanto todos no restaurante a encaravam, provavelmente tentando adivinhar o que se passava.
Eu fiz cara de paisagem. Thiago não conseguiu disfarçar tão bem, mas pelo menos riu baixinho, embora ele estivesse vermelho como um tomate pelo esforço em não gargalhar alto. O resto da mesa não sabia o que tinha acontecido. Então Lindsay disse:
- Foi só uma mosca que me assustou.
A desculpa foi horrível, e ninguém parecia muito convencido. Mas pelo menos depois daquilo ela conseguiu segurar o fogo dela. Já eu, por outro lado, estava com o sangue fervendo por uma vingança digna de uma rainha.
Thiago estava dizendo:
-... Por isso precisamos pensar num jeito de...
Embaixo da mesa, coloquei a mão em sua perna e dei um aperto, que o distraiu e ele não conseguiu terminar a frase. Ele me olhou, mas não retirou minha mão da sua perna, o que eu interpretei como permissão de sua parte.
- O que estava dizendo? – Um dos coordenadores, acho que se chamava Daniel, perguntou.
- Então, como eu estava dizendo, um jeito de aumentar o lucro... – Minha mão deslizou por sua coxa, até roçar seu membro, que já estava acordando. Mas Thiago se manteve firme, continuando – para que a gente possa reverter em... CARALHO! – Ele gritou quando peguei firme em seu membro.
Eu comecei a rir, achando graça e disse:
- Reverter lucro em caralho não seria muito inteligente na minha opinião, amor.
O restaurante voltou a atenção para nós novamente. Thiago me encarava de cara fechada, como se me mandasse parar. Dei um sorriso sacana para ele e continuei a apalpá-lo. Os coordenadores não estavam entendendo o que se passava, mas Lindsay parecia ter sacado tudo.
Fomos salvos do constrangimento quando nossa comida chegou e começamos a comer.
Eu estava comendo com uma mão só, enquanto a outra o provocava. Então Lindsay falou:
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