O CEO sem coração Eu não mereço

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RÔMULO

Chegamos na plataforma e o chefe mostrou todos os cantos a ela. Ela ficou toda emocionada e quando alguns operários souberam que ela era filha do operário que morreu, também ficaram felizes em conhecê-la.

Confesso que estou me sentindo uma péssima pessoa no momento. Pior do que da outra vez que vim aqui.

Por causa do meu ego eu maltratei essa garota que tem uma história tão triste e só estava procurando honrar o nome do pai.

Eu sou podre.

Não mereço uma mulher como ela. Nem sem ter feito mal, pior ainda tendo feito.

Tudo o que eu disse, tudo o que eu fiz. Ela não merecia nada disso. Nada. Eu fui péssimo com ela e agora que me dou conta disso eu não sei como irei conversar com ela de novo.

O que mais me deixa pasmo é que ela é totalmente fodida e ainda mantém uma postura de perseverança.

No fim do passeio ela veio para perto de mim enxugando o rosto e eu emprestei meu lenço.

— Se eu soubesse que iria chorar tanto eu não teria te trazido aqui.

— É de felicidade. — ela enxugou os olhos e deu um sorriso em outra direção. — Eu não imaginava que o meu pai era tão querido assim. Quando ele morreu eu achei que ninguém, nem mesmo seus colegas de trabalho se importavam com ele. Agora eu sei que estava errada e é muito bom estar errada.

— Então você está feliz? — me encostei numa parede e ela se encostou em outra à minha frente.

— Sim. Eu vou lavar o lenço. — ela guardou dentro da bolsa.

Acho que está na hora de eu me redimir em palavras por conta do mal que fiz a ela. Agora tenho mais consciência do que nunca dos erros que cometi.

— Linda, eu…

— Linda? — um outro rapaz perguntou e nós olhamos na direção da voz.

— Vinícius? — ela perguntou surpresa.

Era um cara mais jovem do que eu, com roupa de operário.

— Sim. Nossa, quanto tempo! — ele veio até ela. — Posso te dar um abraço?

Não.

— Claro! — ela abriu os braços e eu fiquei assistindo ao abraço deles de braços cruzados. — Faz muito tempo mesmo! Como você está?

— Bem. E você?

— Estou ficando. Eu não sabia que você também trabalhava numa plataforma! — ela falou sorridente.

— Estou começando agora. Acabei de voltar de Recife.

— Ah. É mesmo. Você se mudou para lá naquela época, não foi?

— Sim. A minha família toda, mas decidimos voltar. Eu voltei primeiro, mas a minha família já está vindo também.

— Para a mesma casa?

— Sim. Sim. — ele assentiu, sorrindo para ela.

Então eu vou lá quando eles chegarem. — ela prometeu animada.

Não gostei disso. Nem um pouco.

como você veio parar

Ele finalmente me enxergou.

Ela veio comigo. — estendi a mão. — Rômulo Guimarães.

Vinícius Santana. — ele apertou a minha mão. — O seu nome não me é estranho.

Sério?

— É que ele é o dono da plataforma. — Linda respondeu sem jeito e deu um passo para perto de mim.

ele soltou a minha mão, arregalou os olhos. — Ah. Eu não sabia que o Sr. estava aqui.

— Resolvi trazer a Linda para ver onde o pai dela

— E vocês se conhecem…

Ela é minha namorada. — eu a puxei pelo braço. Ela veio toda tímida para perto de mim.

Ele se surpreendeu. — Namorada? Nossa!

— ela respondeu não muito orgulhosa. — Você vai ficar aqui por

— Mais 3 semanas.

Ela balançou a cabeça.

melhor a gente deixá-lo trabalhar. Vamos? — puxei a mão dela.

Vamos. — ela concordou comigo. — Nos vemos em terra. — falou sorrindo para ele.

bom. — ele também sorriu para ela. — Foi um

só balancei a cabeça e saímos

— Agora vamos embora?

Vamos voltar para a cidade. Já está anoitecendo. — eu procurei o chefe para agradecer. Quando o encontramos nós agradecemos pela atenção e a Linda agradeceu mil vezes. Depois fomos para o iate e então para a cidade.

uma coisa diferente vendo a interação entre Linda e aquele rapaz. Senti o peso da ameaça de verdade. Parece que ela gosta muito dele, que eles sentem um afeto um pelo outro que ela não sente por mim nem pelo vizinho ou pelo Caleb. É uma ameaça real.