O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 36

Num impulso quase inconsciente, Thor puxou Celina para si, encaixando o corpo dela contra o seu, como se só assim conseguisse respirar em paz.

Celina despertou assustada. Olhou para ele, confusa, com os olhos ainda pesados de sono. Os rostos estavam próximos demais. O silêncio entre eles, intenso demais.

Ela abriu a boca para perguntar algo.

— Thor? — A voz de Celina saiu baixa, rouca pelo sono e pela surpresa.

Os olhos dela, ainda meio perdidos, o encontraram no escuro. O quarto estava quieto, mas a presença dele era tudo, menos silenciosa. O corpo quente contra o dela, o braço ao redor da cintura, o cheiro familiar de perfume e algo a mais… algo que a fazia se sentir protegida e confusa ao mesmo tempo.

Thor não respondeu de imediato. Apenas fechou os olhos e respirou fundo, como se aquele momento fosse a única paz que conhecia desde que chegara a Dubai.

— O que está fazendo? — ela perguntou, com um tom mais firme agora, ainda que baixo.

— Tentando dormir — ele disse, por fim, sem se mover.

Celina se virou ligeiramente, o rosto ficando de frente para o dele. O coração dela batia rápido, e não apenas pela surpresa. Havia algo nos olhos dele. Algo intenso, mas contido. Como se estivesse lutando contra tudo que sentia.

— Depois de me ignorar a noite inteira, sair sem dizer uma palavra, e voltar no meio da madrugada... você simplesmente deita aqui e me abraça? — Ela balançou a cabeça, tentando manter a razão diante do caos que ele sempre trazia. — Você bebeu?

— Um pouco — ele admitiu, com um meio sorriso cansado. — Mas não o suficiente pra esquecer você.

Celina sentiu o peito apertar. Queria se afastar, queria gritar com ele... mas não conseguiu.

— Thor, eu não entendo o que está acontecendo. Um momento você mal olha na minha cara, no outro... está aqui, como se nada tivesse acontecido.

Ele abriu os olhos. Estavam intensos. Turbulentos.

— Porque eu não sei o que está acontecendo — ele confessou. — Eu nunca senti isso antes. Nunca precisei fugir de alguém pra não fazer uma besteira.

Ela franziu o cenho.

— E o que você fez hoje à noite?

Thor desviou o olhar, encarando o teto por um instante. Depois, voltou para os olhos dela.

— Tentei me distrair. Com outra mulher. Mas… — Ele parou, como se a verdade o ferisse só de sair. — Era você que eu via. Mesmo quando fechei os olhos. Era sempre você.

Celina ficou imóvel.

Uma parte dela queria se proteger, se fechar, se afastar. Mas outra parte… aquela parte que sentia o coração bater diferente quando ele estava por perto… queria entender.

— Você não pode continuar me confundindo desse jeito — ela disse, com a voz trêmula. — Eu vim pra Dubai a trabalho. Eu preciso de equilíbrio, de foco, de paz, e você…

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