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O CHEFE QUE EU ODIEI AMAR romance Capítulo 369

Arthur olhou para Zoe como se ainda estivesse processando tudo. Os olhos estavam marejados, mas o brilho neles ia além da emoção — era puro deslumbramento.

— Eu... eu não... — ele balbuciou, sem conseguir formar uma frase de imediato. Respirou fundo, como quem tenta se ancorar na realidade. — Eu não esperava por isso. Pensei que esse momento nunca fosse chegar.

Com cuidado, ele pegou o livro de novo e o abraçou contra o peito.

— Você não faz ideia do quanto isso significa pra mim. — continuou, a voz falhando. — Zoe... isso é tudo. Tudo.

Ele baixou os olhos para o livro em silêncio por alguns segundos, como se ainda quisesse se certificar de que era real. Depois ergueu o olhar para ela outra vez, visivelmente comovido.

— Sinceramente... eu achei que tinha perdido você — disse ele, com os olhos fixos nos dela, a voz carregada de verdade. — Mesmo depois de tudo o que eu venho fazendo...

Fez uma pausa, respirando fundo. O livro ainda pressionado contra o peito, como se ele temesse que escorregasse das mãos e levasse junto aquela chance.

— Nós evoluímos muito com a terapia, eu sei disso. Nós nos ouvimos, choramos, nos reconstruímos em muitos pedaços. Mas, mesmo assim... lá no fundo, eu achava que você nunca mais ia voltar. Que tinha se fechado pra mim pra sempre.

Os olhos de Arthur se encheram de lágrimas, mas ele manteve o olhar firme, sincero.

— E mesmo com esse medo... mesmo com a dor de achar que eu tinha te perdido de vez... eu continuei tentando. Um dia de cada vez. Mesmo sem garantias, mesmo sem saber se você ainda me amava, eu continuei. Porque eu precisava te mostrar que eu estava aqui. Que o homem que você amou ainda existia... e queria muito ser digno de você de novo.

As lágrimas começaram a rolar, silenciosas, sem que ele tentasse impedir. Não dava mais para conter.

— E agora... você me entrega isso. Um livro com a nossa história. Com tudo. Com as dores, os erros, mas também com amor, esperança... recomeço. Você não faz ideia do que isso significa pra mim, Zoe. De verdade. Isso... é tudo.

As lágrimas começaram a rolar dos olhos de Zoe também, silenciosas, acompanhando a intensidade do momento. E, em meio às lágrimas, ela sorriu.

— Eu precisava te mostrar que... mesmo com tudo o que vivemos, mesmo com a dor, com os silêncios, com as quedas... ainda acredito em nós. Mas agora, de um jeito novo. Mais maduro. Mais real.

Arthur tocou o rosto dela com ternura, os olhos transbordando amor.

— Eu vou escrever esse novo capítulo. Todos os dias, ao seu lado. Com você. Com nosso filho. Com amor.

Zoe se inclinou devagar, apoiando a testa no ombro dele — o único gesto possível com a barriga já proeminente entre eles. Arthur envolveu-a com um dos braços, enquanto a outra mão acariciava seus cabelos com devoção.

Em seguida, ele afastou-se apenas o suficiente para tocar o rosto dela, passando os dedos pela bochecha úmida de lágrimas.

— Obrigado por isso... — disse, com a voz embargada, as lágrimas ainda rolando. — Esse foi o melhor presente que eu ganhei na vida... depois de você e do nosso filho. Dinheiro nenhum paga isso. Nem sei como retribuir.

— Dança comigo? — disse Zoe de repente, a voz suave, mas cheia de intenção.

Arthur franziu levemente a testa, surpreso, como se tivesse ouvido errado.

— Você... quer dançar comigo? Aqui? — perguntou, olhando para as próprias pernas imóveis antes de encará-la novamente. — Zoe, eu estou numa cadeira de rodas...

Ela sorriu com ternura, pegando suas mãos e depositando um beijo em cada uma.

— Eu te perdôo. — disse Zoe colocando a testa na dele fechando os olhos e sussurrou. — Amo você Lindo!

As lágrimas escorreram pelo rosto de Arthur novamente. Zoe voltou a olha-lo

— Sua mãe me ensinou que perdoar não é esquecer o que o outro fez. É rasgar a dívida. E eu... eu rasguei. — disse Zoe, com a voz trêmula, mas firme. — Eu sei que, mais cedo ou mais tarde, a verdade vai aparecer. E eu vou estar pronta pra ela.

Fez uma breve pausa, os olhos fixos nos dele, cheios de emoção.

— Mas antes que isso aconteça... eu escolhi te perdoar. Mesmo sem todas as respostas. Mesmo sem saber de tudo. Porque, se eu ficasse esperando a verdade pra seguir em frente... talvez nós nunca tivéssemos essa chance.

Ela respirou fundo, concluindo:

— Mesmo que ela nunca venha Arthur, eu decidi te perdoar. Por mim. Por você. Por nós.

— Zoe... — sussurrou ele, sem palavras, a voz embargada.

Ela continuou, com firmeza e doçura:

— Acho que essa é a maior prova de amor, superação e confiança que eu poderia te dar.

Eu não quero que o nosso filho, ao nascer, viva numa casa que mais parece um campo de guerra. Quero ver ele nascendo e crescendo em um lar com amor, paz e respeito.

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