Antonela girou os calcanhares na intenção de fugir dali o mais rápido que pode, mas percebendo o que ela estava prestes a fazer, Benjamim a segurou pelo braço e a impediu.
— Você disse ser uma reunião de negócios – ela cerrou os dentes, completamente irritada com ele.
— Eu não menti – ele sussurrou e sorriu, olhando ao redor percebendo que a atitude de Antonela chamava a atenção – você deveria saber que o Henrico faz parte dos meus negócios. Minha empresa financia a dele.
Era óbvio que financiaria. Henrico conseguia vender a própria alma para conseguir o que queria. Apenas o dinheiro era importante para ele.
— Deveria ter me avisado que ele viria – ela sacudiu o braço, impedindo que ele continuasse segurando-a – a impressão que tenho é que você fez de proposito.
Ela lançou um olhar reprovador na direção dele, mas Benjamim não teve tempo de responder à rebeldia dela. Um grupo de pessoas se aproximou e ela foi obrigada a permanecer ao lado dele.
— Estávamos ansiosos pela sua chegada – Antonela conhecia bem aquele homem e quando o olhar do governador do estado recaiu sobre ela, seu rosto encarnou imediatamente – e vejo que está em ótima companhia.
Benjamim pigarreou como se não tivesse gostado das palavras do governador.
— Essa é a Antonela – apontou para ela – irmã da Alessia, minha noiva, e esse é o...
— Dante Ortega – ele interrompeu benjamim deixando-o irritado – governador do estado.
Dante segurou na mão de Antonela e a levou até seus lábios, cumprimentando-a de forma que deixou Benjamim agitado. A visão do homem segurando a mão de Antonela enquanto olhava para ela com malícia fez Benjamim agarrar a outra mão dela e a colocar em volta do seu braço.
— Por que eu nunca fiquei sabendo que Alessia tinha uma irmã tão bonita assim? – Dante estava fascinado.
— O senhor não sabe, mas Benjamim quase se casou com a Antonela – Dante levou o olhar até ele e benjamim sentiu-se obrigado a desviar o seu – mas ele abandonou Antonela no altar.
O rosto de Antonela ficou vermelho com o comentário do homem que acompanhava Dante. Benjamim franziu a testa, de olhos arregalados e se virou para olhar para o homem com uma cara feia.
— Eu não gosto de falar sobre minha vida pessoal, assistente do senhor governador – lançou um olhar frio e usou sua arrogância para tratá-lo com desprezo – e a Antonela é minha assistente. Está aqui a trabalho.
Antonela engoliu com força ao perceber a situação em que se meteu. Estava envergonhada e por isso não conseguia dizer uma palavra sequer. Ela olhou para benjamim, que sem nenhuma cerimônia a arrastou para longe, a levando em direção a Henrico.
Quando Henrico viu Antonela parada à sua frente, se engasgou com o líquido, ficando vermelho devido à falta de ar. Percebendo o pai em apuros, ela correu para socorrê-lo, mas foi duramente repreendida por ele.
— Não toque em mim – seu tom era tão frio e feroz como da última vez que ela se lembrara dele falando com ela – o que você está fazendo aqui?
Por um momento, Antonela acreditou que sabendo de toda a verdade, Henrico a perdoaria e voltaria a tratá-la como sua filha, mas ela se enganou e teve certeza naquele momento que nada mudaria entre eles dois.
Antonela lançou um olhar tristonho em direção a Benjamim como se implorasse por ele socorro.
— A Antonela trabalha para mim, Henrico – Benjamim soltou o ar com pungência – e a partir de hoje é com ela que você vai conversar sobre a empresa.
Quanta besteira, Henrico estava dizendo. Então, era assim que ele via suas filhas como um objeto de troca que só serviam para casar e trazer algum benefício para ele? Antonela sentia-se uma boba por ainda querer se reconciliar com o seu pai. Erra como se ele jamais mudasse de compostura.
Antonela estava prestes a dizer o quanto estava magoada com ele, mas suas palavras foram interrompidas pelo toque insistente do seu celular. Ela olhou para o identificador e atendeu rapidamente a ligação.
— O que aconteceu, Dominique? – os olhos dela se arregalaram.
— O Adam está com febre e eu não sei o que fazer – essas palavras acenderam nela um alerta vermelho. Girando os calcanhares, ela se afastou de Henrico, quase correndo em direção à saída.
— Estou indo para casa – ela disse, quando sentiu uma mão a impedindo de prosseguir – dê um banho gelado nele até eu chegar.
Os olhos de Antonela se encontraram com os de Dante assim que ela encerrou a ligação.
— Aconteceu algo? Você parece preocupada.
— Preciso ir para casa – ela já estava pronta para partir, sem se dar conta de que não tinha como chegar à fazenda rapidamente a pé.
— Posso levar você.
Antonela não tinha tempo para pensar, saiu da casa acompanhada pelo governador e, quando Benjamim percebeu o que acontecia, correu para alcançá-los, mas já era tarde demais. O carro partiu em velocidade pelas ruas da cidade.

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