Antonela não teve medo de que os seus segredos fossem revelados. Dante saberia de tudo, até mesmo que ela tinha um filho, mas Antonela só queria mesmo ajudar Adam, não importava o que acontecesse.
Ela indicou a ele o caminho e, antes de sair do carro, agradeceu pedindo que ele não contasse a ninguém onde ela morava e partiu. Dante permaneceu parado no mesmo lugar, ainda admirando a beleza e coragem de Antonela.
Depois de alguns minutos, foi embora, decidido a ver aquela mulher outra vez.
Antonela entrou na casa correndo. Seu coração batia ferozmente dentro do seu peito e ela se encheu de medo. Ela estava assustada e o corredor escuro não facilitou nada para ela. Ela atravessou a distância da porta de entrada até o quarto onde Adam estava tão rapidamente que venceria uma maratona se estivesse competindo uma.
Ela olhou para o filho que parecia tão pequeno naquela cama e seus olhos encheram-se de lágrimas. Adam tinha o rosto vermelho e os olhos fechados. Dominique estava ao lado dele medindo sua temperatura, enquanto Carmélia permanecia ao lado do menino como um anjo da guarda.
— Como ele está? – sentou-se ao lado do garoto, colocando a mão sobre a testa dele. Não parecia tão quente agora.
— A febre abaixou – Dominique soltou um longo suspiro – a ideia de dar um banho nele foi incrível.
— Minha mãe fazia isso comigo quando eu ficava doente – ela lembrou-se de Francesca e seu peito se apertou ainda mais em dor – mas é bom eu ficar de olho nele.
De repente, Dominique arregalou os olhos e seu semblante voltou a ficar preocupado. Se aproximou de Antonela e disse apreensiva.
— Precisa voltar para a casa do benjamim – Antonela girou o pescoço para olhá-la e ter certeza de que Dominique falava sério – ele não vai perdoar você por esse erro.
Antonela revirou os olhos ao ouvir as palavras dela.
— A saúde do meu filho é mais importante do que qualquer acordo que eu tenha com o Benjamim – ela disse, tirando os sapatos e se deitando ao lado de Adam – se esse é um motivo para ele me demitir, que o faça. Eu não me importo.
Dominique descansou as mãos sobre a cintura e fechou os olhos com força. Aquela teimosia de Antonela a colocaria em grandes problemas.
— Quando você diz essas coisas inconsequentes, fica parecendo com o Henrico – virou o rosto para não ver sua reação – tão teimosa quanto ele e isso vai arruinar você.
Antonela abriu a boca, mas em seguida desistiu de dizer a ela o que pensava. Descansou a cabeça no travesseiro e fechou os olhos. As lembranças das palavras duras do seu pai assolaram seu coração e ela quase chorou.
Quando abriu os olhos novamente, viu Dominique parada, olhando para ela como se esperasse um relato qualquer. Ficou de joelhos em frente à cama e sussurrou, assim que viu Carmélia saindo do carro.
— Vamos, Antonela, me conte o que aconteceu – ela carregava um balde de ansiedade sobre a cabeça – como foi a reunião na casa do Benjamim.
— Eu não tive tempo de participar de reunião alguma – ela apontou para o Adam – mas o Henrico estava lá e a gente teve uma conversa bem difícil.
Imediatamente, Dominique se lamentou por dizer as palavras anteriores. Comparar Antonela com Henrico era até mesmo cruel. Antonela não merecia isso.
— Por favor, Antonela – ela continuava com os olhos vidrados enquanto a chamada de Benjamim persistia – você não vai poder fugir dele a vida toda. Atenda de uma vez esse telefonema.
Antonela apertou o botão e atendeu a ligação, fechando os olhos enquanto esperava a bomba explodir.
— Diga onde você está que vou buscá-la.
Ela encheu-se de indignação. Aquele homem não conseguia ser educado nenhuma vez e pergunta: o que havia acontecido? Se ela estava bem ou em segurança? Ela instalou os lábios e bufou de raiva.
— Eu não vou dizer onde eu estou e não voltarei para a sua casa.
— Então vou demiti-la por isso – a voz autoritária dele ecoou fortemente do outro lado da linha – eu dei uma ordem para você e você não cumpriu.
— Que seja assim, então – ela estava vermelha de raiva - amanhã posso na empresa para pegar as minhas coisas.
Ela não suportaria esperar a resposta dele e encerrou a ligação quando ele dizia alguma coisa. Dominique olhou para ela, apreensiva, e sacudiu Antonela para ela dizer algo.
— Eu fui demitida – ela disse e não havia culpa em sua voz.

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