O PAI DA MINHA AMIGA romance Capítulo 21

Alessa Sullivan

Passei a semana ao lado do Mattia, como ele estava de folga, teoricamente, já que ele passou grande parte do tempo em seu escritório, trabalhando nessa aquisição com o Sudão.

Hoje já é sábado e estou ansiosa para a festa que terei que enfrentar ao lado dele mais tarde, mesmo que a Giulia tenha me encorajado e esteja sempre ouvindo que dará tudo certo.

Ainda sinto um pouco de insegurança, ainda mais por que sei que quando chegarmos naquele salão os olhos de todos estarão em cima de mim, não pela beleza, mas porque todos irão olhar para a enorme diferença de idade que existe.

Havia preparado o nosso café enquanto o Mattia estava desde a madrugada, acompanhando a bolsa de valores europeias, na tentativa de se associar a um grande exportador de petróleo.

Não sou uma italiana, mas a última semana acabei aprendendo a cozinhar várias receitas italianas e modéstia a parte, estou me saindo muito bem, já que meu italiano parecer estar ganhando alguns quilos.

Enquanto termino de colocar o suco na jarra para nos servir, olho em direção ao escritório dele e caminho até o escritório, empolgada para me divertir um pouco com o Mattia.

Entro no escritório e ele estava totalmente concentrado, com os olhos vidrados na tela do computador e um vinco em sua testa, me aproximo de sua cadeira e toco em seus ombros, estava tenso.

— O café está pronto, que tal largar isso por um instante e me fazer companhia. — Digo próximo ao seu ouvido.

— Já levantou? — Ele pergunta surpreso.

— Sim, tem um tempinho já. — Mattia segura em meu pulso e me faz sentar em seu colo.

— Desculpa, pensei que teria terminado antes que acordasse mì ragazza. — Seu rosto parecia chateado.

— Não se preocupe, vamos tomar café. — beijo em seus lábios.

Saímos para a cozinha e tomamos um café tranquilo, ele tentando me explicar o quanto esse negócio é importante para crescer as suas fronteiras de fornecedores, ainda mais com essa guerra se aproximando.

— Vai se arrumar aqui em casa ou prefere ir para o salão. — Penso um pouco sobre.

— Prefiro ficar aqui, assim posso manter meus olhos em você! — Digo me divertindo.

— Ciúmes?

— Talvez…

Mesmo enquanto tínhamos a nossa refeição, o seu celular não deixava de estar presente, o via trabalhando e dando o seu melhor na sua tentativa de conseguir o que queria.

Deixo que ele volte a trabalhar enquanto espero a equipe do salão que havia contratado para preparar o meu cabelo e maquiagem. Fico na sala sentada olhando para o obelisco tão famoso da capital, pensando nas possibilidades que podem acontecer durante o período que estiver em Kiev.

Minha locação saiu durante a madrugada, estarei em uma das tendas humanitárias da Cruz Vermelha da capital da Ucrânia. Disse para o Mattia assim que vi o e-mail me informando para onde estaria indo no dia seguinte.

Então desde que disse ele estava assim focado no trabalho. Não quero ligar as notícias, o pouco que vi me deixou assustada, com tantos bombardeios e pessoas machucadas.

Não posso negar que estava começando a ficar assustada com tudo o que estava acontecendo, porém, não vou dar o braço a torcer, disse que iria.

Estarei lá para fazer a minha parte para o povo ucraniano que está sendo massacrado.

Observo o Mattia trabalhar em silêncio, quando ouço o interfone e sou informada que a equipe do salão já havia chegado.

— Alessa, pergunte se eles podem cortar o meu cabelo? — Ele pergunta.

— Pergunto, sim, vou me arrumar no quarto de hóspedes. — Digo a ele.

Me aproximo e encosto os nossos lábios em um beijo cheio de desejo, se não fosse o fato de desconhecidos estarem subindo nesse momento até o apartamento deixaria que ele retirasse o vestido que estava usando.

Antes que pudesse me empolgar ainda mais, a campainha toca.

— Pode ir, estarei no escritório, depois subo para saber se podem cortar o meu. — Sinto um leve chupão em meu pescoço e olho de cara feia para ele.

— Ficará roxo, Mattia! — O repreendo me erguendo do seu colo.

Recebo a equipe do salão, aproveito e já me informo se eles podem cortar o cabelo do Mattia e para a nossa sorte eles estavam preparados para poder cuidar de meu acompanhante.

Subo com elas e começam a preparar o meu cabelo, preparando uma trança lateral com algumas mechas caídas pelas laterais do meu rosto.

Aproveito que o Mattia ia ter seu cabelo cortado e tomo um banho rápido apenas para deixar a pele limpa e ter a minha maquiagem preparada. Saio do banheiro com um roupão e sou surpreendida com Mattia já com seu cabelo cortado e a barba feita.

— Já disse o quanto te acho charmoso com esse cabelo grisalho? — Pergunto ao me aproxima.

— Sério? — Ele pergunta incrédulo.

— Sim, acho lindo. — Fico na ponta dos pés o beijo.

— Que ótimo estava pensando em pintar, para não aparentar ser tão mais velho que você! — Começo a rir.

— Nem ouse a fazer isso. — Estreito os olhos. — Se aparecer lá na Ucrânia com o cabelo pintado, terminamos.

Me viro e começo a sair para deixá-lo se arrumar, mas sinto mãos pesadas e fortes segurando em minha cintura.

— Então quer dizer que está apaixonada por um homem mais velhos. — Reviro os olhos para o comentário.

— Deixe de bobagem, vá se arrumar ou acabará nos atrasando. — Me desvencilho de suas mãos.

Saio do quarto com um sorriso enorme, não vou confirmar, até porque não há necessidade disso, ele sabe muito bem o quanto estou envolvida, não tem porque confessar com todas as palavras.

Entro no quarto de hóspedes com a lingerie que havia escolhido para usar, experimentarei os dois vestidos até porque não faço ideia qual será melhor para a ocasião.

Coloco as peças ao lado do vestido e as meninas que estava aqui me aconselham usar o preto, ele é bem mais discreto e recatado que o outro, já o vermelho por mais que seja muito lindo, tem uma fenda muito provocante e para os Republicanos pode ser uma ofensa.