O PAI DA MINHA AMIGA romance Capítulo 26

Resumo de Capítulo 26 Alessa Sullivan: O PAI DA MINHA AMIGA

Resumo de Capítulo 26 Alessa Sullivan – Uma virada em O PAI DA MINHA AMIGA de Anne Vaz

Capítulo 26 Alessa Sullivan mergulha o leitor em uma jornada emocional dentro do universo de O PAI DA MINHA AMIGA, escrito por Anne Vaz. Com traços marcantes da literatura Erótico, este capítulo oferece um equilíbrio entre sentimento, tensão e revelações. Ideal para quem busca profundidade narrativa e conexões humanas reais.

Alessa Sullivan

Tive uma noite péssima, durante a madrugada houve muitos bombardeiros, sirenes a distância nos informava que mais vítimas estariam chegando, tentando se refugiar dessa guerra que não há sentido.

Muito antes de amanhecer já estávamos com luvas calçadas fazendo pontos em vítimas que não paravam de chegar até a tenda da Cruz Vermelha.

Já estava cansada e nem era ainda dez da manhã, decidi fazer uma pausa e ligar para a Giulia e depois Mattia.

“Bom dia, minha boa humanitária, como estão as coisas?”

Fiz uma videochamada, escolhi um lugar um pouco mais afastado e me sentei em uma árvore que começava a perder as flores marrons para o inverno que deve ser bastante rigoroso nessa parte do planeta.

Olhei para longe e havia prédios em chamas, fumaça preta subindo e muitas sirenes tocando ao fundo, abraço a minha perna com a bochecha no joelho e fico em silêncio enquanto Giulia procura um lugar para me dar atenção.

“É tão ruim assim?”

Sua pergunta, mesmo que seja redundante, é compreensível, nem nos meus piores pesadelos podia imaginar a gravidade de uma situação de guerra, não tive a experiência de precisar fazer pontos em um bebê de dois meses que recebeu estilhaços no rosto e no braço, ou uma mulher que já havia dado entrada com um braço quebrado e dessa vez quase teve a perna amputada.

— É muito pior do que imaginei, acordei assustada com um bombardeio e vítimas chegando. — Digo a verdade.

“Quer voltar para casa?”

Sorrio quando a vejo perguntar apenas por força do hábito, já que ela sabe a resposta.

— Eles precisam de ajuda Alessa, não somente de cirurgiões, precisam de pessoas que lutem a guerra que eles não podem! — Ergo a cabeça e olho para um garotinho com um gorro na cabeça.

Viro a câmera e dou um zoom para a Alessa ter uma dimensão do que estou tentando explicar para ela. Quando abro a imagem, noto que o menino estava sozinho com um sangramento grande na cabeça.

“Ele está machucado Alessa!”

Olho a imagem com cuidado e me ergo do chão, começando a andar em direção ao garotinho que não deveria ter mais que cinco anos, estava andando sozinho desviando pelas caixas que estavam na divisa da base aérea.

— Giulia, depois te ligo… — Não a espero me responder.

Meto o celular no bolso da calça e corro na direção do pequeno que perde as forças e cai de joelho antes de alcançar o portão de entrada.

— Alguém o ajude… — Grito para o soldado que me via correndo pela neve que havia caído na noite.

Passo por dentro da tenda da triagem, percebo quando todos me olham preocupados com a minha reação, olho para os lados e não vejo o garotinho em canto nenhum, vou em direção e o via ainda ali, no mesmo lugar onde o via caído.

Me aproximo desesperada, caio no chão ao lado desse menino que me trouxe a lembrança do meu pai, os cabelos claros e o mesmo formato do rosto quadrado. Faço um exame médico ali mesmo, não havia fratura exposta e nem nada parecido.

Com muito cuidado o pego no colo e mantenho os olhos naquele rosto tão inocente que estava tão machucado.

— Vou cuidar de você! — Digo.

Começo a sentir uma compaixão enorme pelo pequeno garotinho que agora estava no meu colo, entro com ele direto pela triagem, sem me importar se havia alguma fila de espera, na primeira maca vazia o coloquei e olhei em direção a Carmem.

Precisava que ela o olhasse, já que ela tem muito mais experiência do que eu que ainda sou uma residente aprendendo a identificar patologias.

— Onde você encontrou esse garotinho? — Ela me pergunta enquanto retiro a roupinha dele.

— Estava do lado de fora conversando com minha amiga e o vi caminhando sozinho, ele caiu no chão e corri para ampará-lo. — Nos livramos das roupas dele.

— Às vezes ser mãe por adoção é algo tão magico e glorioso do que parir um ser. — Ela parecia tão feliz ao dizer isso.

Não a conheço bem, mas sei que ela tem um casal de filhos e um ex-marido que nunca a apoiou em algumas em suas empreitadas. Mas o que ela me disse é como se o motivo de estar aqui se mostrasse na minha frente.

— Não posso pensar sobre isso agora e se os pais dele estiverem o procurando agora Carmem? Como o meu coração ficará ao deixá-lo ir embora?

Pergunto na tentativa de criar uma muralha entre as minhas emoções e a razão de que não devo colocar a carroça na frente dos bois.

Para essa pergunta ela não tinha respostas, a vejo apenas dar de ombros e me mostra o caminho para onde o levaram.

Ele estava ainda no respirador, com um olhar tranquilo e suas pálpebras tremulando, sinal que estava sonhando. Sento na escadinha ao seu lado e seguro na sua pequena mãozinha.

— Sei que vocês tem orgulho de mim, papai, mas se esse garotinho for um sinal de vocês, me ajudem a mantê-lo seguro e a salvo. — Rezo baixinho e sou interrompida com o celular vibrando no meu bolso.

“Oi mì ragazza… o que foi porque está com essa carinha?”

Mattia estava feliz e vi a sua fisionomia mudar e aparecer a preocupação assim que atendi a chamada de video.

Talvez agora seja a hora de pedir a ajuda que ele disse que poderia pedir no momento que me sentisse insegura. Quero cuidar desse garoto e se for preciso usar a influência que o Mattia tem, farei isso.

A única coisa que posso agora é esperar que alguém o procure ou que ele acorde e nos conte sobre a sua família. Talvez com a ajuda do meu italiano possamos levar para algum hospital fora da zona de conflito.

— Acho que vou pedir a sua ajuda…

“Me peça, que lutarei para lhe dar até mesmo a lua, mì ragazza”

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