Eva apertou o “T” no painel do elevador e aguardou por alguns momentos até que ele começasse a descer. Quando chegou no térreo, percebeu a luz do hall acesa e se questionou quem poderia ter passado por ali àquela hora, pois a luz era ativada por sensor de presença.
Abriu, então, a porta do Hall e logo sentiu o pesado olhar do entregador a passear por todo o seu corpo. Ela vestia a camisola de algodão e calçava um par de sandálias leves e apenas isso. Como já era tarde, não se incomodara em vestir o sutiã ou mesmo a calcinha que Jonathan havia arrancado. Ela sabia que seus mamilos marcavam o finíssimo tecido e sabia também que suas auréolas também ficavam evidentes naquela camisola.
— Boa noite. – Cumprimentou o entregador, incapaz de tirar os olhos de seus seios.
— Boa noite. Quanto deu mesmo? – Perguntou Eva, mostrando-lhe o cartão de crédito. – Vai ser no crédito.
— Oitenta com a entrega. – Respondeu o rapaz, enquanto abria o zíper do bag. – Vai querer ketchup e mostarda, senhora?
— Não, obrigada. – Apesar de seus cabelos completamente despenteados, Eva sentia-se especialmente atraente naquele dia. Talvez os olhares famintos que recebera de Jonathan e a avidez que o rapaz demonstrara ao toca-la tivessem-na feito olhar a si mesma com outros olhos.
Ela pagou, pegou sua pizza e voltou pela porta, que se fechava lentamente através de uma mola.
— Segure a porta, por favor. – Disse uma voz grave.
Sem pensar direito e sem saber quem poderia ser, Eva segurou a porta com o pé. Era o vizinho do andar de cima. O coroa que havia pego o elevador com ela no dia anterior. Mas, diferente daquela situação, naquela noite ele se vestia de maneira completamente casual. Uma bermuda leve, uma regata branca e um par de tênis confortável. Parecia roupa de academia e Eva estranhou por conta do horário.
Ele a encarou com um olhar que Eva evitou sustentar e logo percorreu todo o seu corpo de uma maneira faminta. Eva sentiu os pelos de sua nuca se eriçarem.
— Muito obrigado. – Agradeceu. Entrando pelo hall e seguindo em direção ao elevador, enquanto a acompanhava.
Um breve e desconfortável silêncio se fez quando ambos entraram no elevador. Eva havia flertado silenciosamente com ele no dia anterior e agora se sentia um tanto envergonhada.
— Esteve malhando? – Perguntou ela, percebendo que ele olhava novamente para o chão.
— Ah, sim. – Ele não parecia estar esperando que ela puxasse alguma conversa. – Mas não agora. Acontece que meus vizinhos do andar de baixo começaram a fazer muito barulho e eu preferi descer para ocupar um pouco a mente.
Eva se lembrou que ela mesma era a vizinha de baixo e se perguntou o quão alto esteve gemendo.
— É complicado, não é? Eu me chamo Eva. – Disse, esquivando-se do assunto.
— É, eu sei. – Disse, com um sorriso charmoso. – A esposa de Eric. Eu sou Walter. Me mudei faz pouco tempo, mas seu marido fez a gentileza de me explicar como funcionava o sistema de gás.
— Eric é assim mesmo. – Ela disse, se perguntando se aquele homem poderia lhe causar algum problema comentando algo com o esposo.
— Ele foi viajar, não é mesmo? – O homem se adiantou. – Se quiser companhia para comer essa pizza, tenho uma garrafa de vinho em casa que a acompanharia muito bem.
Eva sorriu, coquete. Gostou do atrevimento do homem e, apesar de certamente mais velho do que ela, ele possuía um charme jovial.
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