Eva se deitou na cama, exausta. Sentia-se mal por ter levado Jonathan ao limite e atravessado um ponto do caminho a partir do qual não havia mais volta. Sentia-se presa no meio de uma ponte de cordas, incapaz de chegar ao seu destino e ainda mais incapaz de voltar à segurança do lugar onde estivera por toda a sua vida. “Maldita seja, Melissa. Você e suas ideias”
A revelação de Jonathan também agia como uma pequena agulha a lhe espetar um cantinho específico de sua mente. “Eric não seria capaz de enviar fotos minhas de propósito”, pensou. “Ou seria?”. O marido sempre havia sido muito fechado sobre seus próprios fetiches, dando mais importância aos dela. Ainda que não tanta importância quando ela gostaria.
— Não, não, não. Ele não é assim. Ele não planejaria isso pelas minhas costas. – Disse a si mesma, abafando a voz no travesseiro.
Um longo tempo se passou e, apesar da exaustão, Eva não conseguia dormir. Ela checou no celular, constatando ter passado das três da manhã. Quando parava de pensar em Eric, Jonathan invadia seus pensamentos com todos os seus toques e dedos. Lembrava do calor de seu corpo e fantasiava como teria gostado de ser possuída por ele. “Ele é tão quente e duro. Será que ainda está acordado?”
Eva abriu o aplicativo de mensagens e correu a barra de rolagem até chegar ao número de Jonathan. Segundo seu status, a última vez que havia checado o celular era uma hora atrás.
“Ainda está acordado?”
Ela digitou. Ficou, no entanto, encarando o botão de envio por um longo tempo, ponderando se deveria ou não encaminhar a mensagem.
Apagou e reescreveu o texto cinco vezes antes de tomar a coragem necessária para tal. Enviou-a e esperou por alguns momentos. Uns poucos segundos depois, o status de Jonathan mudou para online e então, para digitando. Eva esperou por um longo tempo, sentindo as palmas de suas mãos suarem por conta da ansiedade. O status mudou de digitando para online e novamente para digitando por várias vezes, indicando que ele deveria estar digitando e apagando a mensagem, ponderando que resposta daria.
“Sim”
“Não consigo dormir”
“Estou ferrado amanhã”
“KKK”
Ele enviava uma mensagem após a outra, indicando que deveria estar ansioso. Eva digitou uma mensagem e, novamente ponderou se deveria ou não enviá-la. Por fim, enviou, estremecendo. Seu estômago dava voltas e sua respiração começava a ficar ofegante.
“Vem aqui”
O status de Jonathan mudou de online para o off-line e, durante alguns minutos, Eva esperou pela resposta que não vinha.
E foi então que a porta se abriu e o coração de Eva deu um pulo.
Jonathan se aproximou da cama devagar. O corpo inteiro de Eva já tremia por conta da ansiedade que a assolava.
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