Eva inclinou a cabeça e ergueu uma sobrancelha, esperando que a amiga lhe contasse algo que parecia saber que ela mesma não sabia.
— Lembra que eu fui viajar a duas semanas atrás? – Melissa se ajeitou, apoiando os cotovelos sobre a mesa. – Então. Eu tive que voltar mais cedo e minha irmã acabou ficando com uma das chaves do meu apartamento para molhar minhas plantinhas e dar comida para o Alfredo.
— O seu gato? – Perguntou Eva, já sabendo a resposta. – Certo. E o que isso tem a ver com a minha história.
Melissa ergueu a mão, pedindo para Eva fazer silêncio.
— Acontece que eu cheguei mais cedo de minha viagem por causa da previsão do tempo. – Continuou. – E eu esqueci de avisar a Marissa que voltaria naquele dia. Então eu entrei pela porta e percebi que haviam roupas jogadas pela casa. Roupas de homem e de mulher.
— Espera. A sua irmã Marissa? – Questionou. – Marissa, Marissa? Que deve ter o que? Dezoito anos?
— Dezenove. Mas não é isso que vem ao caso. — Respondeu Melissa. – Continuando. Eu fiquei um pouco puta da cara, mas, que garota de dezenove anos não faria o mesmo se tivesse a chance? Bom, eu segui até o meu quarto, aonde a trilha de roupas levava e vi Marissa dormindo nua na minha cama. Ao lado dela havia um homem, mas de onde eu estava, não conseguia ver o seu rosto. Eu caminhei na ponta dos pés até o outro lado da cama e me espantei com o que vi.
Eva começava a se remexer, desconfortável com a situação.
— E aí, vai me dizer logo o que isso tem a ver comigo ou não? – Ela soou claramente impaciente, temendo aonde aquilo tudo iria chegar.
Melissa inspirou profundamente, trazendo à conversa um mistério que apenas tornava a situação mais tensa antes de finalmente pôr para fora.
— Era o Eric. – Admitiu, por fim.
— O que? – Eva vociferou, chamando a atenção dos outros clientes.
Melissa levantou as mãos em frente ao peito, defendendo-se de um possível ataque.
— Por favor, não me mate. – Melissa suplicou ao ver a reação exagerada de Eva.
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