O pecado original romance Capítulo 32

Na quarta-feira, Eva se levantou após outra noite de luxúria. Olhou para o corpo nu que refletia no espelho e percebeu, espalhadas por sua pele, marcas avermelhadas de mordidas e vergões que contrastavam fortemente com sua alvura. Ela maquinava e planejava constantemente as novas posições e brinquedos que usaria com Jonathan em seu próximo intercurso e se sentia excitada e entusiasmada a cada vez que uma ideia particularmente criativa lhe surgia.

Jonathan a acompanhava, também entusiasmado. Eva achava, pela maneira como ele a olhava, que o rapaz continuava apaixonado. Ela se sentia um tanto infeliz pelo rapaz ter se deixado entregar de maneira sentimental daquele jeito, mas ele, ao menos, parecia ter aceitado o fato de que ela o queria apenas para saciar seus apetites e curiosidades, ou assim afirmava para si mesma. Assim como ela, ele era enérgico e criativo. Seu corpo jovem parecia estar constantemente pronto para a ação e ele nunca a havia deixado algo menos do que saciada.

O telefone de Eva vibrou sobre a escrivaninha e ela o atendeu.

A imagem de Marcos apareceu na tela enquanto Eva ainda tentava enquadrar apenas seu rosto na sua câmera.

— Marcos, oi. – Ela disse, tentando ajeitar os cabelos embaraçados. – Algo errado com o projeto?

O homem caminhava, obviamente, por uma calçada movimentada. Ele usava uma camisa preta e uma gravata em um cinza grafite e parecia ter acabado de aparar a barba.

— Muito pelo contrário, Eva. – Ele deu um sorriso, mostrando dentes perfeitamente alinhados e brancos. – O contrato é nosso.

Eva deu um sorriso e, por um momento, quase se esqueceu de que estava nua, deixando a câmera enquadrar parte de seu pescoço, ombros e decote. Marcos não parecia ter notado, o que, surpreendentemente, a fez se sentir levemente decepcionada.

— Sério? – Ela festejou. – E certamente meu projeto teve algo a ver com isso.

Ele parara em frente à fachada de um prédio momentaneamente para terminar a ligação.

— É claro que sim. O que me leva a uma segunda boa notícia. – Ele pausou por um momento, fazendo ar de mistério. – Ele gostou muito da mobília e disse que quer a designer no projeto.

— Tá brincado? – Ela pareceu muito surpresa e contente. – O projeto é meu?

— O projeto é seu. – Ele confirmou. – Mas temos que marcar uma reunião com o investidor.

Eva deu um pulinho de alegria por conta do entusiasmo e percebeu que seus seios acabaram aparecendo diante da câmera. Marcos permaneceu em silêncio por um momento, olhando em direção ao celular.

— O que foi? – Eva perguntou.

Marcos pareceu hesitar e então lançou um sorriso repleto de malícia em direção à tela.

— Está nua? – Ele falava baixo, como se quisesse disfarçar a voz.

Eva se sentiu envergonhada, corando instantaneamente. Marcos definitivamente não era como Jonathan.

— Estou. – Ela respondeu, apontando a câmera ainda mais para cima. – Acabei de me levantar, algum problema?

— E dorme nua quando está sozinha em casa? – Ele lembrou uma serpente a estudar uma presa enquanto prepara seu bote.

— Isso não é da sua conta, Marcos. – Ela levou um dedo à boca, sorrindo de maneira coquete.

— Me mostra. – Eva amaldiçoou aquela voz de comando e aquele sorriso charmoso, sentindo seu corpo quase que responder automaticamente à ordem que ele lhe dava. – Quero ver o que esconde aí.

Tamanha audácia era demais, até mesmo para Marcos e o que havia acabado de acontecer era tão surreal que Eva precisou de um momento para processar a informação. Ela sentiu seu corpo se aquecer e, por um momento, o mais certo a se fazer parecia ser obedecê-lo. Precisou se esforçar para se convencer do contrário.

— Tchau, Marcos. – Ela desligou, com as maçãs do rosto intensamente vermelhas.

Ela suspirou, aliviada. Sobressaltou-se com o celular vibrando em sua mão.

“Na sexta-feira, às 20:30, Jack Stakehouse” dizia a mensagem de texto e Eva percebeu que aquilo não era uma pergunta.

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