O Sheikh e Eu(Completo) romance Capítulo 39

Resumo de Capítulo 39: O Sheikh e Eu(Completo)

Resumo do capítulo Capítulo 39 do livro O Sheikh e Eu(Completo) de Diana

Descubra os acontecimentos mais importantes de Capítulo 39, um capítulo repleto de surpresas no consagrado romance O Sheikh e Eu(Completo). Com a escrita envolvente de Diana, esta obra-prima do gênero Romance continua a emocionar e surpreender a cada página.

Eu me sentia um lixo. Essa era a única verdade que eu conseguia aceitar naquele momento. As minhas lágrimas molhavam a blusa de Seth e eu só conseguia me sentir terrível diante do seu abraço desengonçado, mas que me acalmava e me permitia me sentir segura.

– Acalme-se, ok? – Ele disse e seu olhar brilhou numa relativa raiva ao ver que uma das mangas da minha blusa estava arrancada. Ele respirou fundo enquanto caminhava até a cama e puxava a coberta. Eu ainda estava paralisada, me sentindo usada e um lixo, mas Seth apenas me cobriu com a coberta com carinho, tirando da sua visão de raiva também, o estrago que Matheus tinha me feito.

Olhei para Seth. Ele estava vestindo uma blusa de moletom vermelha que já tinha alguns respingos das minhas lágrimas e uma calça de moletom preta. Bem casual para quem, provavelmente, estava dormindo. E, obviamente, eu tinha atrapalhado o seu sono. Tinha o feito passar por tudo aquilo por minha culpa. E ele tinha me salvo, me salvo de um maldito problema.

– Vem cá. – Disse Seth estendendo os braços. No começo, fiquei o olhando, ainda mortificada pelo medo de homens que Matheus tinha me dado.

Depois, fiquei a pensar em como estava sendo uma idiota. Eu já tinha ficado bêbada na frente de Seth e ele não tinha me machucado em nenhum momento. Pelo contrário, eu que tinha sido idiota achando que Matheus, talvez, fosse igual a Seth e que ele seria tão gentil quanto. Por fim, apenas olhei para a porta, aberta, com medo de que Matheus voltasse, com medo de que ele viesse e me provocasse mais dor do que eu já sentia. Vendo para onde estava a direção do meu olhar, Seth pareceu suspirar enquanto me tirava dos meus devaneios dizendo:

– Eu estou aqui, Ag. Ele não vai voltar. Não se preocupe. Eu estou aqui. – Concordei enquanto, cambaleante, ainda pela bebida e pôr tudo mais, ia até os seus braços e voltava a chorar. Seth não se mexeu. Como sempre, estava rígido, não acostumado a abraçar mulheres, ainda mais que não fossem a ele comprometidas. Mas pareceu estar tentando me confortar de alguma maneira enquanto eu só conseguia me sentir um lixo.

– Que tal você tomar um banho e se ver livre do cheiro desse maldito e eu fico aqui, esperando você sair, cuidando de você? – Assenti enquanto tirava a minha cabeça do seu peito e o olhava. Seth tinha um olhar gentil e carinhoso para mim e eu só conseguia me sentir ainda mais em frangalhos diante da forma como ele me tratava, diante da forma como ele agia comigo. Funguei levemente enquanto decidia seguir para o banheiro e Seth meneou a cabeça num gesto de confirmação.

Antes de fechar a porta do banheiro, ainda voltei meu olhar mais uma vez para ele, para ter certeza de que ele continuaria ali. Ele assentiu, como que para confirmar os meus pensamentos e eu concordei com a cabeça colocando-me para dentro do banheiro, enfim.

Dentro do banheiro, as lágrimas vieram mais fortes, mais desequilibradas. Voltei meu olhar para o espelho e me senti ainda pior ao ver o meu batom escuro borrado e as marcas de Matheus que se faziam vermelhas ainda em mim. Havia a marca de seus dedos próximo de onde a blusa tinha sido puxada e eu puxei a blusa para cima evidenciando marcas idênticas na minha cintura. Meus olhos ardiam ao observar aquela visão terrível. Ao menos, as marcas ao redor do pescoço não se faziam presente, muito embora todas as outras me deixassem me sentindo um pedaço de lixo, nua e terrivelmente desvirginada, ainda que eu não estivesse.

Esperei que a água esquentasse e me coloquei dentro dela, sentindo meus músculos relaxarem, pouco a pouco. Ainda assim, a minha mente percorria as imagens com rapidez e meu coração pareceu saltar sobre o peito com medo do que Matheus poderia fazer. Eu, sinceramente, não fazia ideia. Mas tinha medo. Essa era uma parte que nesses três anos não tinha conhecido ainda sobre Matheus. E me fez pensar em como algumas pessoas, mesmo diante de longos anos, a gente ainda fica impossível de reconhecê-la.

Não havia barulho algum do lado de fora, mas eu não conseguia deixar de tremer de medo de que Matheus aparecesse. Era paranoia, eu sabia, já que tinha feito questão de trancar a porta do banheiro, mas, mesmo assim, não consegui desviar meus olhos da porta, tampouco fechar do que por mais dois segundos os meus olhos, com medo de que, ao abrir, eu pudesse dar de cara com o meu algoz.

Engoli em seco enquanto desligava a água. Se não fosse por Seth, eu estaria ferrada. Agora, só conseguia pensar em como tinha que agradecê-lo por ter me salvado, por ser meu amigo, por me respeitar. Eu não tinha somente um amigo, mas alguém que eu ia agradecer pelo resto da minha vida por ter me ajudado.

Voltei para o quarto vestindo também um moletom, o meu cinza. Ainda fungava por conta das lágrimas retidas e encarei o quarto a procura de Seth. A porta do quarto, agora, estava fechada e percebi que o chão estava limpo dos respingos de sangue de Matheus. Percebi, então, que Seth estava sentado na minha cama, segurando uma xícara de chá fumegante e com os dedos envoltos de esparadrapos esdruxulamente colocados. Seth deu de ombros e falou:

– Tive que fazer tudo rapidamente. E eu não podia pedir para que meu segurança fizesse trabalho melhor. Afinal, ele não é médico. E acho que está melhor do que eu faria. – Comentou e eu dei uma pequena risada, ainda que com lágrimas nos olhos. – Vem tomar seu chá. Vai esfriar, amira. – Ele respondeu e eu não precisei nem pensar muito, sentando ao seu lado, do outro lado da cama, e pegando, com cuidado a xícara de suas mãos.

– É de que? – Perguntei antes de bebericar. Os olhos de Seth estavam em mim e ele parecia franzir o cenho. Não precisei olhar para saber porquê. Meu moletom não era bom o suficiente para esconder as marcas dos dedos que Matheus tinha deixado em mim.

– Camomila. – Disse Seth no automático, ainda olhando os dedos. – Para te acalmar.

– Acho que você também está precisando. – Disse bebericando um pouco do meu chá. Seth não está me ouvindo, visto que ele desvia o olhar, ao perceber que encara por muito tempo o meu corpo, voltando os olhos para mim, confuso.

– Do que? – Pergunta.

– De um chá. Também está precisando se acalmar. – Seth então compreende o que estou falando, já que bufa.

– Não estou precisando. E não tenho motivo para me acalmar. – Tento entender o que ele está falando, mas só fico ainda mais confusa. Então, beberico um pouco mais do chá que está deliciosamente adoçado e muito gostoso.

– Okay. – Respondo e Seth ainda me encara nos olhos. Seu olhar é desconcertante e eu não consigo deixar de abaixar os olhos levemente corada.

Que se danasse Nadirah! Seth estava agindo como um amigo ali e se ele me permitia me aninhar em seu colo e continuar a chorar, eu o faria. Por que ele vinha sendo compreensivo comigo e eu me sentia tão só, sem ninguém ali! Não sabia como o agradecer por todo o bem que ele vinha me fazendo, então apenas me aninhei ao seu peito, depois de deixar o chá de lado e senti quando suas mãos começaram a fazer carinho nos meus cabelos, me fazendo praticamente nanar.

– Por favor, não me deixe sozinha. Ele... – E eu não consegui terminar a minha frase, fungando e me mantendo reflexiva nos meus pensamentos. Seth pareceu ler meus pensamentos, sabendo exatamente do que eu falava, pois ele me completou:

– Não se preocupe. Eu vou ficar aqui. E ele não vai mais tocá-la, amira. Eu não permitirei isso. Eu prometo. – E eu apenas assenti, tomada ainda pelo pânico, voltando meu olhar para a porta com medo de que ela se abrisse e Matheus aparecesse.

– Os guardas estão lá fora cuidando, amira. E eu estarei aqui cuidando de você. Eu prometo, Ag. – Disse Seth quase como um anjo, guiando meus pensamentos pelo sono que já tomava conta de mim. Provável resquício final da bebida.

– Obrigada por tudo, Seth. – Disse já bocejando, sentindo-me segura dentro dos seus braços que estavam ao redor de mim, fazendo carinho sobre meus cabelos. – Obrigada por me proteger. – Disse fechando os olhos, deixando-me ser embalada pelo sono que me era tão convidativo agora que eu tinha um mínimo de segurança. Ao menos Seth tinha me prometido tal.

– Não há de que, Amira. Não há de que. – Respondeu Seth continuando um carinho que me relaxava e me arrepiava, tão gostoso que era. Queria poder sonhar que continuaria no seu abraço, segura, por mais tempo. Mas sabia que uma hora eu acordaria para a realidade, muito embora eu não estivesse querendo que ela acontecesse nesse momento. – Agora durma, princesa. Eu vou estar aqui quando você acordar. – Ele disse e senti um beijo cálido no topo da minha cabeça, quase como o que um irmão faria ao pôr você para ninar. Acomodei-me mais um pouco sobre o seu peito, sentindo-me momentaneamente bem pelas palavras doces de Seth.

E então dormi calmamente como se nada tivesse acontecido. Já não mais com medo da porta que poderia ser aberta a qualquer momento, ou de um estupro terrível. Apenas com as doces palavras que embalavam o meu sono e faziam tudo parecer tão tranquilamente bem que eu só conseguia pensar em como Seth estava sendo tão bom comigo.

Já no último resquício de pensamento, sem saber ao certo se eu estava dormindo e sonhando ou se era parte da realidade da qual eu não tinha me desligado ainda, ouvi a voz de Seth quase como um sussurro dizer próximo de mim:

– Sonhe com os anjos, princesa. – Disse sua voz num embalo que na verdade parecia um bocejo. Apenas sorri já dentro do idílico mundo dos sonhos esperando que houvesse paz dali para frente. Ao menos para mim.

E então dormi.

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