Perdição de Vizinho romance Capítulo 10

Resumo de Capítulo 9: Perdição de Vizinho

Resumo do capítulo Capítulo 9 do livro Perdição de Vizinho de Alê Santos

Descubra os acontecimentos mais importantes de Capítulo 9, um capítulo repleto de surpresas no consagrado romance Perdição de Vizinho. Com a escrita envolvente de Alê Santos, esta obra-prima do gênero Romance continua a emocionar e surpreender a cada página.

Ella

O som estridente do meu celular despertando me faz abrir os olhos, a cabeça lateja, como se fosse explodir a qualquer momento. Deitada de bruços e com o rosto enfiado no travesseiro, estico o braço, passando a mão pelo colchão, tentando encontrar o bendito celular.

— Cala a boca, droga! — resmungo sem tirar o rosto do travesseiro e até o som da minha voz faz com que a cabeça pulse mais, devido à dor.

Percebo que a porcaria não está perto de mim, então, sem muita coragem, estico um pouco mais o braço, o alcançando na mesinha ao lado da minha cama, onde fica o abajur. Aperto rapidamente o botão liga/desliga e solto um suspiro pesado por finalmente o barulho ter cessado.

Meu corpo inteiro dói, a cabeça parece uma escola de samba do tanto que está latejando, minha boca está com um gosto horrível e amargo. Pior que isso, acredito que não fica. Me pergunto porque aceitei sair em pleno domingo e danei a beber tanto, sabendo que iria trabalhar no dia seguinte.

Só queria ficar mais um tempinho na cama. Isso é pedir muito? Não, não é.

Chega uma notificação em meu celular, seguida de outra e mais outra. Bufo, irritada, porque imagino quem seja.

É hora de levantar, Ella. Nenhum dos seus clientes tem culpa por você não saber beber e achar que é indestrutível, se tratando do álcool.

Tento convencer a mim mesma que preciso levantar, mas pelo visto, meu corpo não está disposto a obedecer aos comandos da minha mente.

O movimento que faço para levantar da cama, faz minha cabeça pulsar. Faço uma careta e fecho os olhos, colocando ambas as mãos em cada lado, tentando amenizar a dor. Meu estômago embrulha, fazendo a bile subir, então corro para o banheiro, me ajoelhando no chão e botando tudo para fora.

— Eu não bebo nunca mais. — prometo, encarando a coisa nojenta que acaba de sair de mim, no sanitário.

Passo o dorso da mão em minha boca, limpando-a brevemente, aperto o botão da descarga e abaixo a tampa, me direcionando à pia para escovar os dentes. Encaro meu reflexo no espelho e me sinto pior que a Samara do filme "O Chamado". 

As olheiras estão mais escuras que se eu tivesse tido uma semana inteira e cansativa de trabalho, meu rosto está pálido e os lábios ressecados. Sinal evidente de uma ressaca daquelas. 

Após escovar os dentes, tomo banho e retorno ao quarto com uma toalha vermelha cobrindo meu corpo. Vou até o meu guarda-roupa escolher algo apresentável para vestir. Pego uma calça jeans escuro, uma blusa esporte fino preta de botões, com mangas que vão até os cotovelos, um cinto largo com fivela em formato de flor e, por último, mas não menos importante, um par de sapatos scarpin pretos.

Visto um conjunto de lingerie azul, com alguns detalhes em renda e, logo após, o look escolhido para o dia. Penteio os cabelos, fazendo leves ondas com a chapinha e faço uma maquiagem leve, apenas para cobrir as olheiras gritantes e a cara de ontem, deixando apenas os lábios destacados por um batom vermelho escuro. Sorrio para mim mesma através do espelho e profiro meu mantra diário antes de ir trabalhar.

Quando vou pegar meus pertences para colocar na bolsa, lembro das notificações que recebi mais cedo. 

Oliver: Bom dia, flor do dia! Espero que o resto da noite tenha sido boa com aquele pedaço de mal caminho. 

Sorrio ao ler a mensagem do meu amigo.

Oliver: A propósito, quero detalhes em minha mesa pra ontem.

Rolo o dedo mais um pouco e há mais uma mensagem.

Oliver: Beijos, nos vemos no escritório.

Há mensagens da Barbara e Alexia também, porém, meus olhos pairam rapidamente sobre o relógio do celular e noto que se eu não correr, irei me atrasar.

— Droga! — murmuro, colocando o celular na bolsa e isso faz minha cabeça latejar outra vez. Só então lembro da bendita dor.

Vasculho a gaveta da mesinha ao lado da cama, procurando por um analgésico, mas não encontro nada. Corro até o banheiro, olhando também no armário e não tem uma porcaria de um remédio.

— Você é uma péssima dona de casa, Ella. Não nasceu pra isso. — repreendo-me por nunca lembrar de comprar medicamentos úteis para deixar em casa.

Caminho às pressas para fora de casa, normalmente vou pela escada porque tenho medo de elevadores. Sempre fico imaginando que aquele troço vai dar pane comigo dentro e eu ficarei desesperada ali dentro, mas dadas as circunstâncias, terei que descer de elevador, não tem outro jeito.

Aperto o botão e espero, batendo o pé no chão, impaciente. 

— Vamos, porcaria! — reclamo com a caixa metálica à minha frente. 

Finalmente as portas se abrem e eu entro, quando iria fechar, ouço a voz do Nando, meu vizinho, aos berros.

— Segura, por favor! — ele corre em direção ao elevador e eu impeço as portas de fecharem.

Ele está com as mãos erguidas e para em frente, ofegante.

— Obrigado. — ele ainda não tinha reparado na pessoa que o está acompanhando.

— Bom dia, Nando. — finalmente me encara e sorri.

— Oh, é você! — dou uma risada nasal — Bom dia, Ella. Estou super atrasado e pelo visto, você também. A propósito, como passou a noite depois da bebedeira de ontem? — reviro os olhos.

— Nem me lembre disso. Estou me sentindo um caco, parece que um caminhão passou em cima de mim. O que amenizou a ressaca foi o café do seu amigo. — ele ri arteiro.

— É, meu amigo é um príncipe… — sua voz está carregada de malícia, porém, tento ignorar.

Finalmente chegamos ao térreo e andamos até nossos carros.

— Foi bom te ver, Ella. Tenha um ótimo dia! — Nando eleva um pouco a voz para me cumprimentar, enquanto abre a porta do seu carro e eu faço o mesmo.

— Obrigada, Nando. Desejo o mesmo a você. — ele sorri, meneando a cabeça em concordância.

Entramos nos carros em seguida.

Decido não ligar o som hoje, devido à dor de cabeça infernal que me acompanha.

(...)

Entrando no prédio onde fica não só o meu escritório e dos meus amigos, mas também outros de pessoas conhecidas, recebo os cumprimentos de alguns colegas de profissão, assim como algumas cantadas baratas e alguns assobios. Não nego que isso infla meu ego e eleva minha autoestima, mas ignoro todos.

— Bom dia, gata. — Alexia se direciona a mim, enquanto abro a porta do nosso escritório.

— Nossa! Você está péssima. — Barbara comenta em tom de brincadeira.

— Muito obrigada por ajudar a melhorar o meu dia, vocês são ótimos amigos. — devolvo com sarcasmo.

Eles riem.

— Hoje iremos recolher as teias de aranha de sua vagina ou não me chamo Oliver Santiago. 

— Não está mais aqui quem falou. — levanto as mãos em sinal de rendição.

Em seguida, ele mira a tela do computador e começa a fuçar o site e preencher meu perfil.

Nome: Ella Murray

Idade: 30

Altura: 1,70

Preferência: homens (gostosos) — ele digita isso e me olha de soslaio, quando percebe que eu notei, dá uma risadinha cínica e apaga a informação entre parenteses.

Ele pula o quesito peso, o que me deixa intrigada.

— Porque não respondeu? 

— É completamente anti-ético perguntar o peso de uma mulher, confia em mim. Se o cara quiser saber quanto você pesa, vai saber assim que ver esse corpinho maravilhoso. — meneio a cabeça em concordância e as meninas dão de ombro.

Oliver continua, coloca algumas descrições a respeito da minha aparência, como cor da pele, cabelos e olhos. 

— Qual seu hobbie, querida? — pergunta olhando para mim, fazendo-me perceber que não lembro de ter um.

Fico pensativa por alguns instantes.

— São tantos que nem lembra, né? — responde com deboche e digita algo no site.

Não dou muita importância.

— Prontinho, esse é o seu perfil. Vou anotar seu usuário e senha. 

— Olha isso, gente — Babi aponta para a tela, enquanto Oliver faz sua anotação — Já temos um pretendente a vista. 

Estico tanto o pescoço devido à curiosidade, que chega a estalar.

Os três riem de mim com aquele olhar de "pra quem não estava interessada, ficou curiosa até demais."

— Uau! Que gato. — Oliver comenta sobre a foto do homem.

Pela imagem, é musculoso, tem olhos verdes, um sorriso encantador e cabelos negros.

— Faça as honras. — meu amigo me entrega o notebook para eu conversar com o tal homem. 

No início, o faço bem desinteressada, mas o cara tem tanta lábia que acaba me ganhando no papo. Então, mesmo apreensiva, acabo marcando um encontro às cegas.

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