Ella
Depois das palavras do meu vizinho gostoso, de me deixar tentada — assim como eu estava fazendo com ele, quando o provoquei, dançando com o Oliver — continuei bebendo pelo que pareceram horas, já estava bastante alterada, sem ter muita noção do que acontecia ao meu redor. E tudo isso por pura raiva de mim mesma, por querer ser mais solta se tratando de homens, dar sem me importar que no dia seguinte o cara esquecesse meu nome. Enquanto perco de aproveitar a vida, meu ex segue por aí com a vagabunda com quem me chifrou, ou até possa estar fodendo várias, já que não tenho notícias dele há um bom tempo.
— Já chega, minha rainha. Você já bebeu demais. — meio desnorteada pelo álcool em meu organismo, ouço a voz do Oliver.
— Ah… Me deixa… Estou… bem. — minha voz sai embolada.
— É, dá pra ver como está bem. — Alexia ou Barbara comentam rindo, não tenho muita certeza de qual delas falou.
— Vamos, gata. A noite acabou. — Oliver tira o copo de minha mão e me apoia no ombro.
— Eu amo vocês, são os melhores amigos da vida. — passo a mão no rosto do Oliver, acariciando.
— Cara, quando ela se lembrar desse vexame amanhã, isso vai dá muito ruim. — Barbara comenta em meio a risada.
Solto uma gargalhada e já nem sei mais do que estou rindo.
Eles me colocam no carro e tentam fechar a porta, mas eu coloco o pé para fora, impedindo-os de fechar.
— Eu quero ir no meu carro, não posso deixar aqui, ele vai sentir falta de mim. — a risada dos três é como uma escola de samba em meus ouvidos.
— Entra aí, bebum e deixa de conversa.
— Precisam de ajuda aí? — essa voz é familiar.
Vejo meu vizinho se aproximando de nós.
— Vai embora, Justin! — peço com a voz embolada.
— Opa! E como precisamos, Ella é horrível bebendo. — Alexia comenta rindo, levando meu vizinho a rir também.
— E ela disse que é forte para bebidas… — sorri sexy me encarando.
— Não acredite em tudo o que ela diz, é maluquinha. Uma maluquinha do bem, mas não deixa de ser. — Barbara responde em tom de brincadeira.
— Podem deixá-la comigo, eu a deixarei em casa em segurança, prometo.
— Eu não vou sair com você. — tento retrucar, porém, minha voz embolada não ajuda em nada.
— Ella, você não está em condições de decidir nada, apenas vá com ele. E você, por favor, não seja um psicopata. — Oliver se direciona ao Justin.
Meu vizinho gostoso ri nasalmente.
— Relaxa, cara. Ela está em boas mãos.
— Disso não tenho a menor dúvida… — meu amigo dá uma secada no corpo do Justin, descaradamente — Até mais, foi um prazer te conhecer. — ambos apertam as mãos.
— Tenha uma ótima noite, minha deusa. — Oliver beija minha testa e sorrio para ele.
Barbara e Alexia se despedem de mim rapidamente e Justin me tira do carro da Barbara, me pegando no colo e levando para o meu.
— Onde está a chave? — pergunta, estando ainda comigo em seus braços fortes.
— Não sei, devo ter jogado fora. — o respondo sem ter muita noção do que digo.
Ele ri.
— Você não deveria beber assim. Deixa eu ver se está em sua bolsa.
Ergo a mão, segurando-a e lhe mostro. Me coloca no chão, pressionando meu corpo contra o material metálico do carro para eu não cair e abre a bolsa, procurando pela chave. Observo seus movimentos, admirando o quanto ele é lindo e não demora a encontrar a bendita, balançando no ar.
— Não se mexe na bolsa de uma dama… Poderia ter coisas que você não deveria ver… — mesmo com a voz embolada, reclamo.
Justin põe uma mão em minha cintura, aproximando seus lábios do meu ouvido.
— Garanto que eu iria amar ver o que tivesse aqui dentro… — sussurra, me causando arrepios.
Clica no botão, destravando a porta do carro, abre e me coloca sentada no banco do passageiro, fechando o cinto envolta do meu corpo, não deixando de mirar meus lábios.
Ao concluir sua tarefa, dá a volta, entrando no lado do motorista, girando a chave na ignição e acelerando.
(...)
Justin estaciona em frente aos prédios em que moramos e noto um carro parar bem atrás de nós em seguida.
Reconheço o carro como sendo do homem que está ao meu lado, ou pelo menos muito parecido. De repente, tenho a sensação de que meu estômago está embrulhando.
— Droga! — sinto a bile subir, me fazendo prender o ar na boca, evitando o constrangimento de vomitar na frente dele.
— O que houve? — me olha preocupado, enquanto desliga o motor do carro.
— Eu… Eu preciso… — não concluo minha frase, solto o cinto rapidamente, nem sei como consegui realizar essa proeza e abro a porta, correndo para fora do veículo.
Coloco literalmente todos os meus órgãos para fora, ao menos é essa a sensação que tenho. À medida que vomito, sinto meus cabelos sendo afastados do meu rosto. Olho para o lado e vejo Justin segurando-os em um rabo de cavalo, evitando de sujá-los e massageando minhas costas. Mesmo constrangida, pois, não era dessa forma que eu imaginava terminar a noite, continuo vomitando até não ter mais o que botar para fora.
Respiro fundo, passando o dorso da mão nos lábios, limpando qualquer resquício de vômito.
— Tá tudo bem aí? — agora estando um pouco mais consciente, vejo o Nando se aproximando de nós.
— Sim, ela só bebeu demais. Valeu por trazer meu carro, fico te devendo essa. — Justin o responde, ainda segurando meus cabelos levemente.
— Fica bem, vizinha. — Nando tenta descontrair a situação, o que não funciona muito.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Perdição de Vizinho
Lindo, estou chorando 😢 😢 até agora...