Perdição de Vizinho romance Capítulo 13

Resumo de Capítulo 12: Perdição de Vizinho

Resumo de Capítulo 12 – Uma virada em Perdição de Vizinho de Alê Santos

Capítulo 12 mergulha o leitor em uma jornada emocional dentro do universo de Perdição de Vizinho, escrito por Alê Santos. Com traços marcantes da literatura Romance, este capítulo oferece um equilíbrio entre sentimento, tensão e revelações. Ideal para quem busca profundidade narrativa e conexões humanas reais.

Nossos dias estão contados por um fio 

E eu estou cansada disso

Eu sei que você está tentando

Mas você nunca vai me desvendar

Unravel-me - Sabrina Cláudio

(...)

Ella

Sinto meu corpo todo dolorido, como se um caminhão tivesse passado por cima de mim, tento abrir os olhos, mas a claridade que entra através da janela, me cega. Aperto os olhos, forçando abri-los e, quando finalmente consigo fazê-lo, me espanto com o que vejo. Meu quarto está completamente bagunçado. Além das roupas que não arrumei antes de sair ontem, por falta de tempo, havia camisinhas usadas, jogadas no chão.

Que merda eu fiz? 

Sento na cama, ponho a mão na testa e tento lembrar do que aconteceu noite passada. E, como flashes, tudo começa a vir à tona. Lembro que não fui com o Nathan para um motel ou qualquer outro lugar, pois, não conseguiria transar com um pensando em outro. Isso seria covardia demais da minha parte, principalmente porque sempre abominei homens assim, já bastava o cafajeste do meu ex.

Então, recordo-me também que pouco tempo depois que cheguei em casa, Justin apareceu em minha porta, usando somente um short de moletom e juro que tentei não babar em seu abdômen exposto, em sua musculatura perfeita e me concentrar no que realmente importava naquele momento, que era saber porque aquele idiota estava ali, parado, diante de mim.

Lembro-me que o sem vergonha vasculhou minha casa, certamente procurando pelo Nathan. Ai, que ódio desse homem! E mais ódio ainda de mim, porque lembrei da porra da razão pela qual havia camisinhas no chão.

Você é idiota, Ella! Idiota! Como pôde cair nas garras desse homem, depois de tanto tempo correndo desse tipinho? 

Bato milhões de vezes em minha testa, ainda sentada na cama, como se esse gesto fosse apagar da minha mente tudo o que fizemos ontem. Eu nem mesmo estava bêbada para justificar meus atos.

Que ódio! 

— Ok, Ella — eu e minha mania de conversar comigo mesma — Não adianta chorar sobre o leite derramado, o jeito é encarar as consequências de frente. 

Inclino-me sobre a cama, pegando meu celular na mesinha do abajur, porque acordei tão desnorteada, que nem lembro que dia é hoje. E se fosse segunda, eu estaria ferrada.

Suspiro aliviada ao perceber que é domingo e saber que estou de folga.

Levanto, vou ao banheiro, tomo um banho relaxante, tentando esquecer os acontecimentos da noite anterior. 

Como se isso fosse possível… Já que ainda consigo sentir a sensação de suas mãos sobre mim, cada toque…

Só em pensar, fico molhada. Puta merda!

Saio do banheiro com uma toalha enrolada no corpo e vou até o guarda-roupa escolher algo confortável para vestir. Hoje o meu dia será preenchido por Nteflix e pipoca, pois, preciso descansar e não irei para a casa dos meus pais. Opto por um short curto de tecido mole e uma blusa de alcinhas. Prendo os cabelos num coque bagunçado e procuro por minhas sandálias, porém, pelo menos no quarto não encontro.

Sigo para a sala, vasculhando em cada canto onde seja possível estar. À medida que vou me aproximando, sinto um delicioso aroma de café recém-feito, entre outras coisas que não consigo distinguir o que é. Começo a rezar e pedir por tudo que é mais sagrado, que não seja o que estou pensando.

Continuo andando, meio que furtivamente e, ao chegar na sala, vejo a imagem do meu vizinho atrás do balcão da cozinha americana, sem camisa, usando meu avental e cozinhando. Seria a imagem mais perfeita desse mundo, se não fosse pelo fato dele ser um ordinário. Desvio o olhar para a mesa, que está posta, repleta de coisas gostosas. Fico boquiaberta e paraliso no lugar onde estou.

Penso em sair correndo, mas não posso, ele é que teria que sair, estou em minha casa. Preciso ser madura diante da situação.

Engulo em seco e pigarreio baixinho.

— Justin? — ele vira a cabeça para trás, me encarando com seu típico olhar sedutor.

— Bom dia, dorminhoca. Já está tudo quase pronto, senta aí e aprecie a vista. — sua frase no final soa sugestiva e com segundas intenções.

Reviro os olhos e, sabendo que não há muito o que ser feito, vou até a mesa e espero. Não resisto ao cheiro e aparência do croissant e pego um na cestinha. Ao parti-lo para levar à boca, vejo que é de chocolate, meus olhos brilham e não penso duas vezes em comer. 

— Então? — meu vizinho me faz olhar para o lado — Aprovado? — mira o resto de croissant em minhas mãos, enquanto coloca um bolo de cenoura com cobertura de chocolate sobre a mesa.

— Uau! — passo a língua em meus lábios, limpando-os — Está com uma cara ótima.

— Quer? É todo seu! — toda a comida que está na mesa, me faz esquecer qualquer repreensão por ele ainda estar em minha casa.

Balanço a cabeça em afirmação.

Ele corta um pedaço generoso e coloca no prato para mim, me entregando em seguida. Lambo meus dedos que sujaram com o chocolate e pego o bolo com a mão mesmo, não me importando de ter talheres na mesa.

— Humm… Delícia… — fecho os olhos, apreciando o sabor.

— Se gemer assim de novo, não respondo pelos meus atos… — abro os olhos para encará-lo.

— Porque está fazendo tudo isso, Justin? — ele abre a boca para falar, mas o impeço, colocando a mão na frente do seu rosto — Não se sinta obrigado a fazer nada por mim, nós apenas transamos. Além disso, eu não sou o seu tipo de mulher.

— Primeiramente, não tenho um tipo e você é muito gostosa — engulo em seco com sua forma de falar — E o que exatamente eu não deveria fazer? É só um café da manhã, Ella. 

— Sim, começa com um café da manhã, depois vem o almoço, o jantar… Em seguida, estamos dormindo juntos todos os dias e nem percebemos que não temos nenhum tipo de compromisso, a não ser por você estar me comendo toda noite. Mas você logo se cansa de mim e me dá um pé na bunda. — ele franze o cenho, dando um riso contido. Acredito que se espantou com minha imaginação fertil.

— Você deduziu tudo isso por causa de uma refeição? Nossa! Acho que nem preciso mais ir a uma cartomante, já posso te perguntar sempre que quiser saber meu futuro. — estalo a língua na boca em um muxoxo.

— Sabe bem do que estou falando, não se faça de desentendido. 

Ele suspira pesadamente e segura minhas mãos.

— Ella, eu sei o que pensa de mim, acha que sou um cafajeste, que não valho nada, mas isso é só o que você vê por fora, eu garanto. — sua voz soa tão mansa e cheia de ternura, bem diferente do homem cheio de lábia que estou acostumada a ver.

— O que quer de mim, Justin? Realmente não entendo. — ele me olha tão intensamente que sinto aquela tensão que vive nos rondando, pairar no ar.

— De você, eu quero tudo, Ella. Eu fugi, evitei estar perto e isso só me fez te querer ainda mais. Podemos ir devagar, mas depois do que aconteceu ontem, não estou disposto a me afastar, podemos ser amigos, se desejar.

— Amizade colorida tem outro nome agora? — ele ri, balançando a cabeça para os lados.

Solta um suspiro pesado e coloca uma mão em meu rosto, acariciando-o.

Como se estivesse travando um conflito interno, aproxima o rosto do meu, colando nossas testas.

— Desde quando isso virou um interrogatório? — fico impaciente sempre que toco nesse assunto.

Sinto como se uma ferida fosse aberta, algo que detesto relembrar e reviver. 

— Responde.

— Como sabe que ele é um babaca? 

— Pra deixar uma mulher maravilhosa como você, tem que ser um babaca. E não me refiro a aparência, apesar de ser linda, sei que há muito mais além disso. — quebro o pescoço, inclinando a cabeça, o encarando.

— Você diz coisas que toda mulher quer ouvir, exatamente como ele.

— Por favor, não me compare a esse filho da puta. O que ele te fez, para estar sempre na defensiva? 

Meus lábios se abrem, mas dele não sai um som sequer. Não é fácil tocar nesse assunto. Não quando você precisa lembrar de uma parte fodida de sua vida, que estava disposta a esquecer e guardou a sete chaves.

Comprimo os lábios.

— Desculpa, não consigo. — um nó se forma em minha garganta, cerro os dentes para não chorar na frente dele.

— Relaxa, não precisa forçar. Quando estiver pronta para falar, estarei aqui. — sorri.

Somos tirados do nosso momento com o som do interfone. Corro até lá para atender.

— Sim. 

— Bom dia, quase tarde, senhorita Murray. Entrega para você. 

— Obrigada, Jorge. E já disse que não precisa me tratar com tanta formalidade — ele ri sem graça — Pode mandar subir.

Coloco o interfone no lugar e viro para falar com o Justin, porém, noto que está encarando minha bunda — que devido ao short ser curto, deixa a popa amostra.

— É sério isso? — ele gargalha.

— Prometo tentar não olhar, só não garanto conseguir. — reviro os olhos.

— Vai arrumar a mesa, palhaço. — mesmo tentando soar séria, acabo rindo, balançando a cabeça para os lados.

A campainha toca e abro a porta, atendendo o entregador. Pago e agradeço. Vou até a mesa, sentindo o delicioso aroma de bobó de camarão e lasanha.

— É, definitivamente você é muito organizado — comento ao colocar a comida na mesa — Nem que eu quisesse, conseguiria chegar a isso.

Fico admirada em como está tudo bem arrumado. Até os guardanapos estão dobrados.

Sentamos e comemos, tendo um momento maravilhoso. Posso até tentar evitar, mas o Justin realmente me faz sentir bem, ter sua amizade não é de todo mal.

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