Perdição de Vizinho romance Capítulo 14

Resumo de Capítulo 13: Perdição de Vizinho

Resumo de Capítulo 13 – Capítulo essencial de Perdição de Vizinho por Alê Santos

O capítulo Capítulo 13 é um dos momentos mais intensos da obra Perdição de Vizinho, escrita por Alê Santos. Com elementos marcantes do gênero Romance, esta parte da história revela conflitos profundos, revelações impactantes e mudanças decisivas nos personagens. Uma leitura imperdível para quem acompanha a trama.

Estou tentando proteger meu coração

Mas você está dificultando tanto

E acho que é seguro dizer que

Você tira a minha dor

Butterflies - Queen Naija

(...)

Justin

Só existe uma palavra para descrever a noite que passei com a Ella: espetacular. Essa mulher é maravilhosa e intensa. Tem algo nela que me prende, me puxa para perto, me instiga e me faz querer mais. O pior de tudo é saber que agora, mais do que nunca, me sinto perdido. Eu queria me manter longe, queria ter forças para resistir a ela, porque sei que não sou bom o suficiente e que ela merece alguém melhor do que eu. O único problema nessa história toda, é conseguir me manter distante.

Quando acordei hoje mais cedo, fiquei a admirando por um tempo, cada curva, cada uma de suas feições enquanto ainda permanecia dormindo. Ela é linda, é gostosa, é admiravel e, o melhor de tudo, após tanto tempo a desejando, eu a tive em meus braços, sem medos, sem reservas, sem nenhum pudor e preciso admitir que gostei disso.

Houve um momento que eu quis acariciar seu rosto, trazê-la para perto do meu peito, meu coração até acelerou de tanto pensar, de tanto querer isso, mas recuei antes mesmo de dar um passo no qual eu poderia me arrepender no minuto seguinte.

E agora? Estou mais perdido do que cego em tiroteio. Completamente ferrado e fodido, porque caí em minha própria armadilha. Fiz uma cama de gato e deitei nela.

Levantei, fui até meu apartamento enquanto ela ainda dormia, deixei a porta dela destrancada para não precisar acordá-la, quando retornasse. Minha intenção era fazer tudo tão rapidamente, que ela nem mesmo notaria que eu saí. Não queria que pensasse que fui um cafajeste, no qual passamos a noite juntos e, na manhã seguinte, fugiria como um adolescente. Não poderia jamais fazer isso, pois, fui eu quem correu atrás dela, quem pediu para isso acontecer. Seria muita idiotice e canalhice da minha parte, fugir.

Liguei a caixa de som, colocando uma música para tocar enquanto tomava banho, sentindo a água morna do chuveiro bater em minha nuca, com as mãos apoiadas na parede, pensava na noite magnífica que tive. Não nego, já tive várias mulheres em minha cama, mas nenhuma mexeu comigo do jeito que a Ella fez. E não, não estou me referindo ao sexo, porque apesar de ter sido delicioso, não foi somente físico, posso até tentar negar, mas essa é a verdade.

Terminei o banho, saí nu do box, secando meus cabelos com a toalha, sentindo meu coração quase querer saltar pela boca, de tão acelerado que estava. Fazia tempo que não me sentia ansioso assim. Não saberia dizer se isso era algo bom ou ruim.

Vesti uma bermuda jeans e uma camiseta branca, borrifei um pouco de perfume, calcei os pés, peguei as chaves de casa e do meu carro penduradas no chaveiro de parede ao lado da porta e segui até uma padaria que serve um dos melhores croissants do Rio de Janeiro. 

Chegando lá, estacionei o carro de qualquer jeito no meio fio e entrei.

A vitrine estava linda, com diversas guloseimas apetitosas. Minha vontade era levar um de cada uma daquelas delícias ali expostas, porém, não sabia do que aquela deusa gostava, preferi não arriscar levar algo de que ela não gostasse. Não sou do tipo que curte desperdício.

— Bom dia, senhor. Em que posso ajudá-lo? — a vendedora, uma senhorinha muito doce, simpática e gordinha, daquele tipo que dá vontade de apertar as bochechas, me atende sorridente.

— Esses croissants estão com uma aparência muito boa. São de que sabor? 

— Esses aí são de chocolate, acabaram de sair do forno, mas temos de outros sabores. Se o senhor aguardar um pouquinho, terá opções para escolher.

Analisei um pouco sua proposta, sei que a maioria das mulheres gostam de chocolate, então decido levar esses mesmo. Melhor apostar em algo que é de preferência mundial, já que é raro alguém não gostar de chocolate.

— Não, tudo bem. Vou levar esses mesmo, separe cinco para mim. 

— Algo mais? — perguntou, enquanto embalava os croissants.

— Sim, dois destes pretzels. — ela meneou a cabeça, os embalou e me entregou.

Paguei e saí em seguida.

Já fui direto para o apartamento dela e, para minha sorte, ela ainda dormia. Dei uma conferida nela, pela porta do quarto, sem abri-la totalmente para que o rangido dela não a acordasse. Inclinei o pescoço de lado, admirando como dormia tão serenamente, como se nada a preocupasse, acabei sorrindo de lado, sem mostrar os dentes.

Fui até a cozinha e peguei algumas coisas de que precisaria para começar minha arte. Uma das coisas que amo fazer, é cozinhar. Não vou dizer que sou o mestre cuca, mas sei me virar bem e fazer umas coisas bem gostosas. Sendo solteiro, a gente acaba aprendendo uma coisa ou outra.

Decidi preparar um bolo de cenoura, pelo qual sou apaixonado desde pequeno. Lembro que uma vez, nas poucas vezes em que consegui visitar meus pais, vivia pedindo a mamãe para fazer aquele bolo que só ela sabia fazer e, mesmo tentando, o que faço nunca sai exatamente igual ao dela. Coisas de mãe, né. Fazer o quê? 

De tanto eu encher o saco dela, acabou me ensinando a fazer, mesmo retrucando, alegando ser uma receita trancada a sete chaves, me deu a tal receita. 

Após terminar a massa, untei a forma e levei ao forno. Enquanto isso, fui organizar a mesa e a bagunça que fiz. Estava tão entretido no que estava fazendo, que não notei quando Ella acordou. Ela ficou bastante surpresa ao me ver ali, ao menos era o que aparentava. Eu, obviamente, fingi que não havia nada de anormal acontecendo. Só fingi mesmo, porque tinha convicção de que minha atitude não era comum.

Minhas fodas sempre foram diferentes, era uma noite e tchau, nunca passou disso e eu fazia questão de deixar isso claro para todas. 

No fim, depois de muita insistência da minha parte, ela aceitou passar o dia comigo. Não foi nada fácil, porque essa mulher é relutante, como se para algumas coisas, algo a prendesse. Não saberia explicar.

(...)

Era fim de tarde, quase noite, havíamos marcado de sair por volta das seis. Iríamos jantar em um restaurante legal e depois eu a levaria num lugar surpresa.

Saio do elevador, paro em frente a porta de seu apartamento e toco a campainha.

— Oi. — ela me atende parecendo meio envergonhada.

Meu olhar percorre todo seu corpo, dentro de um vestido que a deixa deliciosamente sexy. Preto, com mangas longas, gola no pescoço e saia rodada. Estaria tudo perfeito, se não fosse pelo decote extravagante, que dava para ver perfeitamente a curva dos seus seios — que a propósito, estava sem sutiã. Engulo em seco, envergonhado por não conseguir parar de olhá-los.

— Vai com essa roupa mesmo? — arqueio as sobrancelhas.

— O quem tem de errado? Não gostou? 

— Não é isso, está linda. Mas esse decote… — prefiro não completar a frase para não parecer que estou querendo dizer o que ela pode ou não vestir.

— O que tem meu decote? — ela me olha seriamente, parecendo me desafiar.

— É que… — bufo — Ok! Fizemos um acordo de sermos amigos, mas você não está facilitando as coisas pra mim, usando esse decote. Pronto, falei! 

— Fizemos? — pergunta em tom de deboche. Bufo.

— Você tá desviando do assunto, Ella.

Ela ri, inclinando a cabeça para trás.

— O que é tão engraçado? 

— Você aí com essa cara de bunda por causa de um decote. Mas ok, vou trocar de roupa. Entra aí. — abre mais a porta para eu passar e se direciona ao quarto.

Sento no sofá para esperar e ouço um miado, olho para o chão e vejo o gatinho da Ella se enroscando em minhas pernas.

— Olá, amiguinho. Como vai? — aliso seus pelos e ele mia novamente — Hoje vou roubar sua dona, espero que não se importe, prometo trazê-la de volta antes da meia noite, ok? 

— Sim, desculpa. Você tinha que ver sua cara.

— Ah, vai se ferrar, Justin — emburrada com minha resposta, ela desce os pés e senta de frente novamente — Não da pra conversar com você.

— Prometo que você saberá tudo que for importante sobre mim, o mais breve possível. Mas hoje não, quero apenas curtir a noite ao lado de uma amiga. Tudo bem? 

Ela franze o cenho, parecendo querer dizer algo, mas apenas se cala.

Acredito que percebeu o que eu quis dizer. E não menti, há muito de mim que não é algo que eu possa despejar sobre alguém, como se fosse uma caçamba de dejetos. Essa é a principal razão pela qual não posso me envolver seriamente com ninguém, ainda que meu corpo, cérebro e coração digam o contrário. Tenho uma bagagem muito extensa e pesada para carregar e, não desejo dividi-la com ninguém.

Sim, estou sendo contraditório, porque digo que não posso me envolver, mas, se parar para pensar, já estou envolvido. Exatamente por esse motivo que não estou pensando, estou apenas deixando rolar. Senão posso me afundar e, de lá não sair mais 

Por sorte, não demoramos a chegar ao destino escolhido por mim. Dessa forma, espero que esse lugar a faça esquecer nossa conversa anterior, que gerou um silêncio bastante desagradável no restante do caminho.

— Não tem nada aqui. — ela observa ao redor e, de fato não há.

Estacionei, propositalmente, em um lugar mais afastado, pois, minha intenção é realmente surpreendê-la. Desço do carro e vou até o lado do passageiro, abrindo a porta, antes que ela o faça.

— Grave bem minhas palavras, nem tudo é o que parece. Vem. — ergo a mão em sua direção para que ela segure.

Obviamente, ela não o faz de imediato. Reluta, mas acaba aceitando. Quando nossas mãos se tocam, sinto uma espécie de choque, que chega a fazer meu coração acelerar. Tenho quase certeza que Ella sentiu o mesmo, porém, jamais ousaria perguntar.

Seguimos por uma estradinha de terra, até pararmos em frente ao lugar que eu amava estar, quando criança. 

— É, você me pegou completamente de surpresa. Imaginei vários lugares, mas errei em todas as opções. — comenta, não olhando um segundo sequer para mim.

Sua visão está voltada para o parque de diversões à nossa frente. E parece que acertei, porque mesmo sem dizer nada, seus olhos falam por si.

— Então, vamos? — ela responde apenas meneando a cabeça em afirmação.

Confesso que isso me encantou, pois, parecia mais uma garotinha que acabara de ganhar um doce. É difícil encontrar pessoas assim, que se alegrem com as coisas mais simples da vida.

O primeiro lugar que fomos foi a barraca de tiro ao alvo. Ella errou todas, esgotando todas as chances e ficou emburrada por não conseguir obter êxito em suas tentativas. A única coisa que eu fazia era rir. Até que decidi ajudá-la.

Fiquei atrás dela, bem colado ao seu corpo, posicionei seus braços estrategicamente — por ser algo que eu já costumava fazer — e somente a aproximação dos nossos corpos, me fez estremecer. 

— Inspire e expire devagar… — digo em um sussurro, com os lábios rente a pele do seu ouvido — Agora atire. — assim ela o fez.

— Aí meu Deus! Eu consegui? — divide o olhar entre mim e a prateleira de garrafas de vidro, na qual era seu alvo.

— Sim. — respondo em meio a um sorriso contido.

— Não acredito! — no momento da empolgação, acaba pulando em meus braços e me abraçando.

Inicialmente fico assustado, mas logo retribuo. Segurando-a forte, colando o queixo em seu ombro e sentindo o perfume dos seus cabelos. Fecho os olhos, aproveitando a sensação. 

Após alguns minutos ela pigarreia e se afasta de mim, sem graça.

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