Perdição de Vizinho romance Capítulo 18

Resumo de Capítulo 17: Perdição de Vizinho

Resumo de Capítulo 17 – Uma virada em Perdição de Vizinho de Alê Santos

Capítulo 17 mergulha o leitor em uma jornada emocional dentro do universo de Perdição de Vizinho, escrito por Alê Santos. Com traços marcantes da literatura Romance, este capítulo oferece um equilíbrio entre sentimento, tensão e revelações. Ideal para quem busca profundidade narrativa e conexões humanas reais.

Quando eu me deito

Céus, ouçam-me agora

Estou perdido

Depois de ter dado tudo de mim

I Look To You - Whitney Houston

(...)

Justin

Parado em frente a porta do apartamento do Nando, toco o botão da campainha impacientemente, repetidas vezes, sei que ele vai ficar puto quando finalmente resolver me atender, mas estou pouco me lixando para isso. Nesse momento, acho que não há ninguém mais desatinado do que eu.

— Droga, Nando! Abre essa porcaria! — profiro com a voz extremamente alterada e dou um tapa na porta, encostando a testa em seguida.

— Posso saber quem morreu? Porque espero de verdade que você tenha um excelente motivo para me tirar da cama tão cedo e ainda ficar tocando essa porra toda hora. 

Enquanto ele fala, passo pela porta aturdido e ponho as mãos na cabeça, respirando fundo.

— Ei! O que houve? — após fechar a porta e olhar em minha direção, notando o quanto estou atordoado, pergunta.

Seu semblante é confuso, porém, garanto que não é mais confuso de como estou me sentindo.

— Estou perdido, ferrado e completamente fodido. — solto um longo suspiro, finalmente me permitindo respirar.

— Não estou entendendo nada, cara. Pelo amor de Deus, me explica, tô começando a ficar preocupado.

Sento num dos sofás de tom acinzentado e ponho a cabeça entre os braços.

— Eu fiz de novo. — não o encaro, olho para a frente, mirando qualquer coisa, porque meus pensamentos estão longe e cada vez mais confusos.

— O que você fez de novo? Será que dá pra ser mais claro? 

— Transei com a Ella. — olho para ele. Em sua feição há uma mistura de surpresa com malícia.

Daquele tipo que quer dizer: "por essa eu não esperava, mas tamo junto, cara.

— Por favor, não faça isso. — balanço a cabeça para os lados em negação.

— Não fazer o quê? Até o momento permaneço calado. — tem um certo tom de sarcasmo em sua voz.

Bufo, recostando-me no sofá.

— Sabe exatamente do que estou falando.

Ele levanta, indo na direção da cozinha e tudo o que faço é acompanhar seus movimentos com o cenho franzido. Observo que Nando está só de cueca Boxer — o que não é nenhuma novidade — e usa uma espécie de robe aberto, assim como também pantufas. Rio sem mostrar os dentes, vendo isso, enquanto abre a geladeira.

Nando retorna, segurando uma garrafa de cerveja em cada mão e me entrega uma delas, sentando-se ao meu lado.

— São oito da manhã, sabe disso, né? — arqueiro as sobrancelhas.

— Você precisa beber e eu não perco uma oportunidade, então… — dá de ombros e entorna um gole da bebida — Ok, agora desabafa aqui no ombro do tio Nando. — da dois tapinhas no próprio ombro.

— Cuzão — mostro o dedo do meio a ele — Pra começar, eu nem deveria ter transado a primeira vez, que dirá a segunda. Prometi a mim mesmo que não me envolveria, que não me meteria nessa roubada e fiz exatamente o contrário. Porque Deus deu duas cabeças ao homem, se nessas horas a gente só pensa com a de baixo? 

— Não culpe Deus por seus erros, pecador. — reviro os olhos.

— Porra, vai ficar tirando sarro de minha cara mesmo? — pergunto após tomar um gole da cerveja.

— O que quer que eu diga? Os dois são adultos, ela queria, você queria, transaram. É simples, supera, cara. — repouso a garrafa em minha perna direita e o encaro.

— Você tá ficando muito chato, costumava rir de minhas piadas. Mas respondendo à sua pergunta, eu não vou porque você vai levar outra pessoa. — franzo o cenho.

— Outra pessoa? — ele meneia a cabeça em afirmação.

— Sim. Ella. — meu queixo cai imediatamente.

— Perdeu a noção? — ele revira os olhos.

— Deixa de ser crianção, essa é a oportunidade perfeita para vocês dois se aproximarem e se conhecerem. — gesticula enquanto fala.

— Ah, claro. Levo a mulher com quem transei duas vezes, para a casa dos meus pais, num final de semana em família e será tudo perfeito. Quem sabe até podemos sair de lá casados. — rebato com deboche.

— Sim e não esqueça que sou o padrinho. — diz com um enorme sorriso cínico.

— Percebeu a idiotice que acabou de dizer? — bato em minha testa com o indicador.

— Só pensa em minha proposta, se mesmo depois disso, ainda achar sem noção, eu vou com você, ok?

Não o respondo, porque na verdade, não quero pensar, não quero cogitar envolver essa mulher na bagunça que costuma ser a minha vida, desde de alguns anos para cá. Não pretendo machucá-la, ela merece alguém melhor, sem um fardo de culpa para carregar, não um inútil feito eu.

(...)

Não demorei mais tempo que o necessário na casa do Nando, porque precisava colocar as ideias no lugar e, aquilo que ele disse, sobre eu convidá-la para passar o final de semana na chácara dos meus pais está martelando em minha mente, desde então. Na verdade, eu nem deveria sequer estar pensando sobre isso, não me parece certo, visto que nós dois não temos nada. Pelo menos nada definido e, isso poderia complicar ainda mais as coisas.

Com os pensamentos fervendo, segui para o prédio em frente, mas antes, ao passar por meu carro, no qual na noite anterior eu não havia levado para a garagem, apenas o estacionei de qualquer jeito, algo me impulsionou a ir até ele. Coloquei a mão direita na maçaneta para conferir se tranquei e suspirei aliviado ao perceber que estava tudo em ordem. Porém, algo lá dentro me faz olhar através do vidro da janela. Crispo os olhos e vejo o urso que Ella ganhou como prêmio ontem, quando estávamos no parque.

Destravei a porta e o peguei, olhei na direção da entrada do prédio dela, pensando se deveria ir até lá, entregá-la, mas pensei que talvez ela ainda estivesse com os amigos e precisaria de privacidade. Além disso, tem também o fato de que ela deixou claro que não queria conversa naquele momento, por isso decidi levá-lo para minha casa e depois o entregaria a sua dona.

Assim que entrei em casa, coloquei o urso no sofá e sentei ao lado dele. O encarando sorridente, feito um idiota. Lembrei da maneira com aquela mulher maravilhosa me olhou furiosa hoje mais cedo, como estou começando a me sentir somente em lembrar do sorriso dela. Solto um suspiro e abro e, quando dou por mim, já estou procurando pelo seu contato no whatsapp, parando alguns minutos somente para admirar sua foto de perfil, segurando o gatinho. Ela é linda. Perfeita, para dizer o mínimo.

Sinto meu coração aquecido em pensar nela. Estou completamente ferrado!

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