Perdição de Vizinho romance Capítulo 19

Resumo de Capítulo 18: Perdição de Vizinho

Resumo de Capítulo 18 – Capítulo essencial de Perdição de Vizinho por Alê Santos

O capítulo Capítulo 18 é um dos momentos mais intensos da obra Perdição de Vizinho, escrita por Alê Santos. Com elementos marcantes do gênero Romance, esta parte da história revela conflitos profundos, revelações impactantes e mudanças decisivas nos personagens. Uma leitura imperdível para quem acompanha a trama.

Bebê, enquanto somos jovens

Eu acho que devemos fazer algo louco

Como dizer: foda-se a todos!

E simplesmente fugir da rotina diária

While We're Young - Jhené Aiko

(...)

Ella

— Tem certeza que você vai ficar bem, amiga? — Barbara pergunta pela milionésima vez, enquanto estamos nos despedindo, na porta do meu apê.

Os três passaram o dia quase todo comigo, acredito que tiveram receio de me deixarem sozinha — depois do meu drama de mais cedo. 

— Eu já disse que tô bem. O que preciso fazer pra vocês acreditarem em mim? — bufo, já impaciente.

— Ei, gata! — Alexia põe a mão na frente do corpo com a palma aberta — Calminha aí, só estamos preocupados com a senhorita, mas tudo bem, já estamos indo, já que você não nos valoriza. Está até segurando a porta, para assim que lhe dermos as costas, fechá-la. Garantindo que a gente não volte. 

— Eu amo vocês, mas preciso muito descansar, amanhã é segunda e ainda não tive tempo para me recuperar do cansaço da semana passada. Me entendam, por favor. — faço biquinho e um olhar pidão, como aquele do gato de botas do Shrek.

— Tem razão, minha deusa. Tem que descansar, não é fácil ser uma diva, amadas. — Oliver comenta, falando mais para elas duas do que para mim.

— Viram? Ele me entende. — aponto para nosso amigo e elas dão de ombros.

— Que seja! — Alexia diz com falsa indiferença. Falsa porque a conheço suficientemente bem para saber que está apenas fazendo drama.

Oliver e Barbara se despedem de mim com um abraço e um beijo estalado em cada bochecha e Alexia continua fingindo indiferença, permanecendo longe de mim.

— Lexi? — abro os braços, esperando que ela venha. Percebo que não irá ceder tão facilmente, então me aproximo dela, abraçando-a e enchendo de beijos.

— Tua sorte é que eu te amo e não resisto quando você vem assim toda carinhosa, ainda me chama pelo apelido, me desmontando inteira com essa voz manhosa. — dou uma risadinha.

— Nos vemos amanhã, tá? Tenham uma ótima noite. — digo após me afastar dela.

Eles acenam para mim, sorridentes e apertam o botão do elevador. Assim que entram na caixa metálica, fecho a porta. Admito que apesar de não ter tido tempo para descansar, foi bom tê-los aqui.

Pisco repetidamente, quando sou tirada dos meus devaneios pelo som do miado do Tom, seguido por uma notificação do meu celular. E outra. E mais outra.

Sento no sofá, pegando o celular e Tom pula, subindo e roçando a cabeça em minha costela, pedindo carinho.

— O que você quer, gatinho manhoso da mamãe? — ele mia, enquanto o coloco em meu colo com uma mão e desbloqueio o celular com a outra, de forma meio desajeitada.

Há uma mensagem de um número desconhecido em meu whatsapp. Não tem foto — pelo menos não aparece para mim.

Desconhecido: Oi.

Eu: Quem é? — respondo, digitando assim que visualizo a mensagem, porque a curiosidade fala mais alto.

Desconhecido: Nossa! Não se lembra mais de mim, Ella. Estive em sua cama, me sinto tão usado… 

Reviro os olhos, dando um riso contido, já sabendo exatamente de quem se trata. Salvo o contato e, imediatamente, aparece a foto de perfil dele. Está na praia, de sunga e segura uma prancha ao lado do corpo, de costas para o mar, como se estivesse em movimento, correndo para ser mais específica.

Eu: Você surfa? — mesmo querendo evitar a pergunta, se torna inevitável quando vejo sua foto.

Justin: Não, isso é apenas charme para ganhar as mulheres. — envia um emoji piscando, em seguida.

Eu: Isso realmente funciona? 

Justin: Pode apostar, as mulheres caem matando rsrs. Brincadeira, eu surfo um pouquinho, se quiser posso te ensinar um dia.

"Não mesmo." Penso alto.

Eu: Não sou boa com esportes, faço musculação e isso já é muito. Apesar de estar bem desleixada ultimamente.

Justin: Tá explicado esse corpo perfeito, mesmo comendo tanta besteira.

Eu: Mudando um pouco o assunto… Qual parte do "só me ligue ou mande mensagem em caso de vida ou morte" você não entendeu?

Justin: Eu apenas disse oi para a senhorita salvar meu contato, quem está conversando feito uma matraca é você.

Volto um pouco a conversa e percebo que ele tem razão. Tento entender porque com ele as coisas fluem tão naturalmente.

Justin: A propósito, você deixou uma coisa em meu carro.

Franzo o cenho, tentando buscar em minha memória o que eu poderia ter esquecido e não consigo lembrar de jeito nenhum.

Eu: O quê? Não lembro de ter esquecido nada.

Ele envia uma imagem e, quando termina de baixar, vejo o urso que ganhei no parque de diversões. Abro um sorriso imenso.

Eu: Oh, o Jeremias ficou com você. — solto um nome qualquer só para ver sua reação, sabendo que irá retrucar.

Justin: Jeremias? Tá brincando, né? 

Dou uma gargalhada alta, porque eu mesma detestei esse nome.

Eu: Não, eu gostei. 

Justin: Você é péssima com nomes. Enquanto pensa em outro, venha até meu apartamento buscá-lo.

Eu: Ir até você? Sem chance. Amanhã ou qualquer dia, você me devolve.

Ele envia um gif de um menino, aparentemente, lixando a unha e olhando para algo com deboche.

Justin: Deixa de ser ranzinza, eu não mordo. Vou deixar a porta destrancada para você entrar sem precisar bater, apart. 602. Estarei no banho… 

A última parte de sua mensagem é bastante sugestiva e, certamente, carregada de duplo sentido.

Não o respondo mais e reluto em fazer o que me pede. A verdade, é que estou muitíssimo tentada a ir até ele, a conhecer — pela primeira vez — seu apê, algo que pertença a ele. Esse homem já entrou em minha vida sem pedir permissão, nada mais justo do que eu tirar proveito disso.

Penso em trocar de roupa, já que estou usando apenas um short curto de tecido mole e uma blusa de manga baby look, mas, honestamente, para alguém que já me viu nua, isso não é nada. Ponho apenas um casaco por cima, devido ao clima ter esfriado um pouco e saio. 

— Você tem um irmão? — pergunto com as sobrancelhas arqueadas, fazendo-me dar um meio sorriso e voltando a ser o Justin que estou conhecendo aos poucos.

— Sim, o Jordan. Por que está tão surpresa?

Balanço a cabeça em negação, contendo uma risada, sem querer responder porque sei que posso me comprometer.

— Fala, ué. — e continua com seu sorriso de lado ao me ver assim.

— Ok, mas não me mate por isso — mordo o lábio inferior e ele gesticula como quem quer dizer: "vai em frente" — Desculpa, mas com a vida que você costuma levar, pensava que você era tipo aqueles caras rebeldes, que se revoltam com a vida e passam a viver de um jeito adoidado. Jamais passou pela minha mente que você tinha um irmão, no qual aparentam ter uma boa relação, menos ainda que se dava bem com seus pais. Desculpa por pensar assim, desculpa mesmo. 

Fico tão sem graça, que falo sem pausas.

— Ei! Relaxa, tá tudo bem. — se aproxima e segura meu queixo, fazendo meu coração acelerar com esse simples gesto.

— Tem certeza? Eu juro que não queria bancar a pessoa preconceituosa, apesar de que, provavelmente, é exatamente o que você deve pensar a meu respeito, depois de tudo o que já te falei. — minha cabeça está erguida para olhá-lo, já que Justin é mais alto que eu.

— Quer saber o que eu penso quando olho pra você? — dividindo a atenção entre meus olhos e lábios, ele pergunta. E eu, honestamente, não sei se quero ouvir a resposta.

Tenho medo do que ele possa falar.

Porém, quando percebo, já estou meneando a cabeça em afirmação.

— Posso estar completamente enganado, mas ao olhar para você, tudo o que vejo é alguém amedrontada, com medo do mundo lá fora e, corrija-me se estiver errado, tenho quase certeza que a razão para isso é o seu ex. Melhor dizendo, o babaca do seu ex. — assim que ele termina de falar, meus lábios se entregarem, pois, de forma alguma eu esperava essa resposta.

Após alguns minutos em silêncio, ouvindo apenas o som da batida dos nossos corações e de nossas respirações, pigarreia e me afasto dele. Obviamente, Justin deduziu tudo corretamente, mas eu não conseguiria, não teria forças para lhe contar a verdade sobre mim, o que tanto me aflige. Não aqui e, certamente, não agora.

— É… Acho melhor eu ir. — me direciono ao urso, carregando-o.

Justin ri.

— Quer ajuda? 

— Não é necessário — respondo enquanto me direciono a porta — Então… Até mais ver.

Ficamos parados na porta do apê e vejo-o comprimir os lábios como se quisesse me dizer algo. Aguardo por alguns minutos, mas ele não diz nada, então lhe dou as costas, pretendendo ir embora.

— Ella? — ao ouvir sua voz, olho para ele com as sobrancelhas erguidas.

— Sim.

— É… — põe a mão na nuca, parecendo estar sem jeito — Quer passar o fim de semana na chácara dos meus pais, comigo? 

Fico boquiaberta e atônita com o convite, realmente sem saber o que responder, porque por mais que eu me sinta tentada a aceitar, não sei se é apropriado.

— Posso pensar? 

— Claro, leve o tempo que precisar. 

— Obrigada, tenha uma boa noite. — sorrio sem mostrar os dentes, ainda embasbacada.

— Você também. — meneia brevemente a cabeça em agradecimento e entro no elevador, ainda sem acreditar no convite que acabo de receber.

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