Resumo de Capítulo 09 – Uma virada em Perverso de Winnie_welley
Capítulo 09 mergulha o leitor em uma jornada emocional dentro do universo de Perverso, escrito por Winnie_welley. Com traços marcantes da literatura Romance, este capítulo oferece um equilíbrio entre sentimento, tensão e revelações. Ideal para quem busca profundidade narrativa e conexões humanas reais.
Eu estava frente a frente com o homem que meses atrás me fez uma promessa, agora eu sentia um misto de sentimentos tristeza, felicidade, um pingo de esperança e muita raiva. Heitor me olhava como se eu fosse um bolo de notas altas, enquanto eu não decidi o que expressar. Ele não mudou desde que nós conhecemos, na verdade, atrás dessa mesa parecia ainda mais rígido, demonstrando seu poder, eu estava certa, ele não era qualquer pessoa.
Meus olhos buscavam um ponto para concentrar enquanto o silêncio entre nós só aumentava.
— Estou confusa. — levo a mão até a testa. — Você... me comprou?
— Não foi exatamente o que aconteceu.
Não conseguia me concentrar em respirar.
Ele atrás dessa mesa parecia ainda mais rico, usando uma camisa social, provavelmente da Burberry enrolada até os antebraços e uma calça social preta. Eu comecei a prestar atenção no padrão de homens que iam à boate, sempre vestiam roupas de marca, o que diferia Heitor dos outros era a juventude.
— Sinto muito pela demora, tive contratempos.
— Não esperava que você realmente fosse me ajudar.
Vejo a expressão dele mudando após a minha última palavra, foi a partir daí que percebi que eu não sairia dali com facilidade, essas pessoas não faziam favores. Ele coça a têmpora com o mindinho.
— Sente-se. — Pediu.
Não obedeço. Permaneço com os pés cravados no seu carpete preto, possivelmente sujando ele.
— Afinal quem é você? Sebastian ou Heitor? Mentiu até seu nome.
Ele levanta o olhar endireitando os ombros largos.
— Me chamo Sebastian. Sebastian Stan.
— Quem é Heitor?
Deu de ombros.
— Eu não posso simplesmente dizer meu nome a qualquer pessoa. E você precisava descer daquele parapeito.
Meu olho treme.
Eu queria ultrapassar aquela mesa que nos separava e cravar minhas mãos em seu pescoço, esganá-lo, queimá-lo vivo se fosse possível. Se ele não tivesse aparecido no terraço nada disso teria acontecido, Ethan estaria vivo e Gisele bem, nem sei o que May fez com ela depois que me apagaram.
Cerro meus punhos.
— Não tinha o direito, Heitor ou Sebastian, seja lá como se chama!
Vejo seu peito descer e subir.
Ele desvia o olhar e começa a andar pela sala parando de frente para mim a polegadas de distância.
Me forcei a encará-lo, embora sua respiração tivesse batendo em meus olhos. Sebatian — ou Heitor — não moveu um músculo.
— O que fiz foi tentar te ajudar, o que aconteceu depois não foi culpa minha. — Ele me olha dos pés a cabeça — não parece muito diferente do que você fez.
Sinto meus olhos encherem de raiva, não pude controlar as lágrimas que apareceram, mas me mantive rígida.
— Então... — minha voz sai embargada — você sabe.
— May me explicou sua situação com o tal faxineiro.
— Não fale dele...
— Vai fazer o quê? Se jogar da janela do seu quarto?
Sebastian não parecia se abalar com as minhas palavras ou com lágrimas descendo dos meus olhos, muito pelo contrário, sua expressão ficou ainda mais severa.
— Tentou ajudar sua amiga, não foi? Talvez agora ela esteja tão ferrada quando você. — Continuo — parece que estamos no mesmo barco, Jade.
— Acha mesmo que me ajudou? — Me aproximo mais. — Ter me convencido de descer só pirou mais as coisas. Não seja presunçoso.
Deu de ombros mais uma vez.
— Prometi que tiraria você daquele buraco, não que sua vida seria melhor.
Olho para o chão, buscando juntar minhas forças.
— Por que tenho a sensação de não estar realmente livre?
Ele suspira e olha para mim de soslaio colocando as mãos nos bolsos.
— Porque você não está.
Fecho meus olhos, eu não podia chorar na frente dele, já derramei muitas lágrimas nos últimos dias, não tinha mais nada guardado.
Sinto ele dando a volta em mim e por fim parando atrás de mim, abro meus olhos tentando ve-lo pela visão periférica.
Olhei ao redor, tinha mais coisas que eu ignorei pela manhã, tais como o guarda-roupas de madeira, um sofá vermelho sangue e a porta que provavelmente dava acesso ao banheiro. Olhei para o chão, um tapete fofo desenhava o contorno dos meus pés, era tão macio que dava pena de pisar. Na cama ainda estava o tal vestido, era bonito, o mais bonito que já vi, porém, eu não cederia aos caprichos do Sebastian, aquilo não pertencia a mim. No criado mudo estava a carta que ignorei essa manhã, a carta com meu nome escrito em vermelho. Fui até lá sentindo como se estivesse sendo observada a todo instante. Peguei o envelope, passei os dedos sobre meu nome escrito em alto-relevo, parecia literalmente sangue ali. O que fechava era uma espécie de cera carimbada com um S, arranquei sem medir esforços. Em um papel creme estava escrito:
Jade, quanto tempo, não é mesmo? Talvez tenha pensado que a abandonei, mas muio pelo contrário. Sua vida desde que nos conhecemos passou a ser monitorada por mim, sei todos os passos que deu, sua ficha está completa nas minhas mãos. Agora que finalmente nos reencontramos, quero antes de tudo que saiba que pertence a mim, o seu destino a partir de agora sou eu quem defino. Sebatian, ou Heitor.
"Pertence a mim", esse maldito só poderia estar brincando, quem ele pensava que era?
Ouço a porta sendo destrancada, novamente procuro algo para me defender, mas o quarto parecia ter sido projetado para ser uma prisão, ate mesmo a janela era certada por uma grade.
Sebastian aparece na porta do quarto segurando uma bandeja com comida, ele parecia mais calmo, entretanto eu permanecia em fúria, preparada para me defender a todo custo.
— Não precisa me olhar como se eu fosse um predador. — Ele entra no quarto e fecha a porta. — Trouxe comida para você.
— Não tente ser bondoso, isso não combina com você.
Ele deixa a bandeja em cima do sofá vermelho e volta sua atenção para mim. Observo cada passo seu.
— Não vou comer isso, nem sei o que tem aí dentro.
— É apenas comida. — Afirmou.
Olhei bem para ele atentamente, estava pronta para enfiar os dedos em seus olhos.
— Vindo de alguém que me drogou, chega a ser reconfortante. — Zombei.
Sebastian soltou um sorriso nasal.
— Você é mais difícil do que eu pensava.
Cruzo os braços estufando o peito.
Ele morde o lábio inferior e sorrir com o canto do lábio.
— Eu adoro desafios. — Finalizou.
Assim que ele saiu do quarto eu avancei na bandeja, tinha muita comida, mas simplesmente acabou em questão de segundos, mal senti o gosto de tudo. Meu estômago agradeceu, mas quando terminei de comer o último pão me senti culpada.
Suspirei.
Não sabia o que seria de mim agora.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Perverso
Amei demais ❤️...