Perverso romance Capítulo 27

Harry tomou a taça de mingau das minhas mãos e começou a comer, Bass bebeu todo o café da xícara sem nem ligar se era meu, porém eu queria deixar eles confortáveis o bastante para saber sobre a vida de Sebastian e a família Stan.

Michael permaneceu atrás de mim como um cão farejador. Sentia seu olhar em cima de mim.

— Vocês sabem sobre meu relacionamento com Sebastian? — Pergunto.

Bass dá de ombros.

— Fomos os primeiros a saber. — Afirmou ele. — Disse que precisava de qualquer mulher para casar.

Harry deu-lhe uma cotovelada na costela, Bass passou a mão no local fazendo careta.

— Ai! — Reclamou ele.

Faço um sinal com a mão.

— Já passamos por isso. Sei o que ele quer de mim. — Asseguro. Minha voz fraqueja, porém, tinha que me manter rígida a todo custo.

— Deve ter conseguido mais do que deveria. — Harry disse olhando para meu pescoço.

— Sebastian morceguinho. — Bass zombou dando um tapa nas costas de Harry.

Encolho os ombros balançando a cabeça.

— Eles estão casados, esperava que fossem brincar de damas? — Michael indaga após bastante tempo quieto.

— Não tem nada a ver com... — eles me lançam um olhar cético.

Michael sorrir na minha direção.

— Seria ate estranho se ele não conseguisse nada. — Afirmou ele.

Minhas bochechas ardem. Marília observava a cena toda em silêncio, mas com uma expressão de insatisfação.

— São amigos de longa data, presumo.

Harry empurra a taça de mingau na minha direção, estava vazia.

— Mais anos do que você imagina.

Não vi eles no casamento, não teriam passados despercebidos agindo dessa forma. Eu nunca esqueceria eles.

— Por que não foram ao casamento?

Bass olhou para Michael como se esperasse que ele respondesse.

— Sebastian não queria que você nos visse. — Ele apoia seu antebraço na cadeira que eu estava sentada.

— Ele não queria nem que a gente viesse até aqui. — Harry disse.

Minhas sobrancelhas se encontram.

— Por minha causa?

— Sim. — Bass responde como se fosse óbvio. — Ele pensa que nós somos uns animais.

Olho para sua postura desmantelada na cadeira, com as pernas abertas e o braço apoiado na cadeira ao lado.

— Por que é tão importante pra ele que ninguém me conheça? Isso não faz sentido.

— Ele não quer que ninguém se acostume com você. É descartável como todos ao seu redor. — Respondeu Bass com indiferença. Ele parecia ainda mais cruel que Sebastian.

Michael sorrir.

— Temos que ir. Ele não vai gostar de saber que conversamos com sua bela esposa. — Anunciou Michael. — Você é a galinha de ovos dourados dele.

Os outros levantam das cadeiras.

— Podem vir quando quiserem.

Michael balançou a cabeça.

— Já sei o que você quer. — Inclinou-se ao meu lado chegando próximo ao meu rosto. — Não vamos te dar informações.

Levo a mão até o peito como se estivesse indignada, embora eu tivesse por ser tão ruim em disfarçar as coisas.

— Não é isso. Realmente adorei os trinta minutos que passamos juntos.

Um canto da sua boca de Bass elevou-se num sorriso malicioso.

— Quer mesmo nos usar para ter informações. — Ele e Harry gargalham. — Não seja ridícula.

Michael permanece olhando para mim.

— Se ele me obriga a ficar aqui devo pelo menos ter minha diversão, não acham? — Olho bem para seus olhos castanhos. Ele sorrir para mim como se tivesse tirado minha roupa.

— Além de bonita você é corajosa. — A ponta do seu indicador toca meu nariz. — Vamos logo, antes que Sebastian deseje chutar nossos sacos.

Eles vão embora. Não era difícil perceber suas presenças, falavam alto como se fossem os donos do mundo. Ouvi quando saíram da mansão e ligaram suas motos em seguida.

Soltei o suspiro nervoso que guardava.

Olhei para Marília, ela estava com uma carranca tão severa que cheguei a sentir medo, com certeza tinha mais medo dela do que do Sebastian.

Esfrego o rosto das mãos.

Não adiantou nada, eles não falavam quase nada. Na verdade, ressaltaram ainda mais o quanto eu era descartável.

Lembrei que um dia sairia daqui, quando o pai de Sebastian morresse e ele conquistasse o que tanto quer. Por outro lado, senti uma pontada pela forma que Bass falou. Como se eu fosse um objeto.

Sorrio amargurada.

Era isso que eu era. Sempre fui isso.

Todos queriam algo de mim, e depois me chutavam para fora de suas vidas.

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