Perverso romance Capítulo 30

Resumo de Capítulo 29: Perverso

Resumo de Capítulo 29 – Uma virada em Perverso de Winnie_welley

Capítulo 29 mergulha o leitor em uma jornada emocional dentro do universo de Perverso, escrito por Winnie_welley. Com traços marcantes da literatura Romance, este capítulo oferece um equilíbrio entre sentimento, tensão e revelações. Ideal para quem busca profundidade narrativa e conexões humanas reais.

Sebastian passou as mãos na minha barriga sem qualquer possibilidade de haver uma vida ali, seu pai sorria através do respirador. Uma gotícula de lágrimas rola pela face do senhor, vejo os olhos dele brilharem.

Saímos do hospital, fiquei girando a aliança em meu dedo anelar por alguns instantes, vendo-a cintilar com os raios de sol, olhei para Sebastian rapidamente, o mesmo estava com os olhos vidrados na estrada e as mãos fixas ao volante.

— Não acha ruim mentir para o seu pai?

Vejo ele manear a cabeça.

— Não tem importância, ele vai morrer em menos de um mês, o médico me disse hoje.

Arqueio as sobrancelhas.

— Além disso, duvido que ele vá dizer a alguém que você está grávida. — Finalizou.

— Entendo, mas por que você simplesmente não torna isso real? — Ele olha para mim com as pestanas juntas, talvez pensará que eu quisesse viver aquelas coisas com ele. Reformulo — é jovem, poderia muito bem arranjar uma esposa e ter seus filhos. Não necessariamente... comigo.

Ele morde o lábio inferior.

— Sou uma bomba relógio, quando eu explodir todos vão cair comigo. Não penso que minha esposa e meus filhos mereçam sofrer, então é melhor não ter. — Olhou para a aliança no seu dedo. — Ou melhor, tenho.

— Por pouco tempo. — Lembro.

Ele assentiu fraco.

Voltamos para casa, ele parou o carro em frente a porta e saímos.

Marília esperava por mim plantada do lado de dentro, parecia que ela estava naquela posição desde que saí.

Sebastian não precisou rolar os olhos até a escada, já sabia onde era meu lugar.

Quando Marília me deixou sozinha com meus pensamentos pude perceber o quanto as coisas ao meu redor estavam loucas. Fazia meses que não tinha notícia sobre a Gisele, muito menos sobre a May.

Um calafrio percorre minha espinha.

Só de lembrar dos olhos dela, medo apoderava-se do meu corpo, me considerava alguém forte, porém viver tudo que vivi não era tão fácil assim.

No fim, Sebastian realmente me ajudou — pelo menos da forma dele —, eu nunca viveria mais se não fosse por ele, mesmo assim nada tirava da minha cabeça o quão doente era, me manter aqui por um plano seu demonstrava claramente isso.

Não conseguia entender o motivo das borboletas no meu estômago ao pensar nele, na noite de ontem, em suas mãos.

Balanço a cabeça.

— Ele é um doente...

Não sabia se estava me certificando disso ou tentando me convencer. As coisas ao meu redor não parecia mais tão claras.

Coloco o travesseiro no rosto.

Meu corpo inteiro ardia.

As coisas mudaram, negar isso já estava ficando chato.

° ° °

Sebastian sumiu o resto do dia, como de costume. Jantei sozinha, o barulho da colher batendo no prato de sopa já estava irritando meus ouvidos, apesar de estar sempre sozinha confesso que sinto falta de qualquer tipo de barulho.

Aprontei-me para dormir, mas não consegui, os pensamentos ainda faziam festa na minha cabeça, enquanto minha ansiedade gritava no peito.

Olhei para o teto, aquele quarto vermelho parecia abafar minha respiração.

Senti agulhadas na cabeça quando ouvi o barulho de algo caindo no chão do lado de fora, parecia ter sido um vaso, depois a porta foi aberta, a luz que emanava de fora desenhava perfeitamente o corpo do Sebastian que estava com um punho cerrado e no outro havia uma garrafa de bebida.

Sentei-me na cama, assustada.

Ele fechou a porta atrás de si com o pé, virou a garrafa nos lábios com amargura.

— Caralho de bebida barata! — Jogou a garrafa no chão que se desfez em milhares de pedacinhos.

Puxei o lençol a altura do pescoço.

— Eu odeio vodca. — Resmungou.

Vejo ele se aproximar, aperto a barra do lençol. Sebastian caminhava pelo quarto cambaleando, seus pés não acertavam o lugar certo para pisar, então quase tropeçou várias vezes no tapete.

Der repente ele freiou em uma distância confortável olhando para mim, a pouca luz que entrava no quarto pela janela era suficiente para eu saber isso.

Meu estômago revirou.

— Levaram tudo de mim, menos minha raiva e ódio. O que me sobrou foi apenas vingança. — Admitiu ele cuspindo as palavras. Fiquei estática. Paralisada. Ele se aproxima de mim em passos curtos, então encosta sua testa na minha, olhando para baixo. — Isso me dá forças diariamente, mas é como um veneno, uma hora ou outra me machuca e dói.

— Uma cicatriz. — Digo. Ele assentiu.

Sebastian jogou sua cabeça no meu ombro, senti minha pele sendo molhada. Não sabia como reagir.

Após algum tempo coloquei minha mão em sua cabeça com cuidado, com medo dele fugir, passando a ponta dos dedos em seu cabelo molhado.

Ficamos ali parados, ouvindo a chuva batendo no vidro, enquanto lágrimas caíam dos seus olhos. Mal notei o cheiro forte de bebida que vinha dele. O carpete já estava todo molhado.

— Venha, você tem que se livrar dessas roupas molhadas. — Digo desfazendo o abraço. Com os cílios grudados e olhos vermelhos ele assentiu devagar.

O puxei para o banheiro, enquanto ele olhava seu reflexo no espelho, liguei a torneira da banheira deixando a água encher formando algumas espumas por conta dos sais de banho. Coloquei minha mão na água morna, estava perfeita para um banho.

Virei para ele.

— Está pronta. — Voltei a olhar para a água imediatamente quando o vi apenas de cueca. — V-venha.

Quando entrou na banheira já não estava mais usando nada.

— Qualquer coisa me chame. — Levanto.

Ele segura meu pulso.

— Fique, por favor.

Olhei para meus pés e para ele, talvez fosse pela bebida ou por ter me dito algo tão pesado, mas ele agia como alguém diferente agora.

Em passos lentos, caminho até a banheira, me sentando sobre os calcanhares enquanto ele observava meus movimentos pelo rabo do olho. Por impulso olhei para dentro da banheira, apenas espuma.

Fiz uma concha com a mão levando água até seu rosto, o sangue em seu supercílio já estava seco, mas o tirei com facilidade. Era estranho ver Sebastian de uma maneira tão passiva, aceitando meu toque e confiando em mim, talvez eu devesse mesmo estar caindo em seus encantos, por mais que ele não se esforçasse para demonstrar.

Naquela noite, enquanto me acomodava ao seu lado em minha cama, meu coração palpitou de uma maneira diferente após ele depositar um beijo suave em meus lábios.

Mesmo com meus pensamentos perturbados, pude ter a certeza de que estava completamente apaixonada por ele.

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