— E você acha que não dói em mim ser julgada o tempo inteiro? — ela rebateu.
— Como se eu tivesse que provar a cada segundo que sou fiel, que te escolhi. Como se o que temos não bastasse.
Heitor parou, o peito subindo e descendo com força. O olhar dele, ainda furioso, encontrou o dela.
— Você fala como se fosse fácil pra mim ver você correndo pra ele toda vez que alguma coisa acontece!
— Porque a filha dele podia estar morrendo, Heitor! Porque a Bianca é minha melhor amiga, e se ela estivesse acordada, faria o mesmo por mim! — Laura gritou, sem se conter.
— Mas você não consegue ver nada além do seu ciúme doentio!
— Eu vejo o que tá debaixo do meu nariz! — ele retrucou, dando um passo mais perto.
— Eu vejo como ele olha pra você! E você finge que não percebe!
— Você está vendo coisas demais. você parece que não me conhece! — ela rebateu, o rosto corado de raiva.
— Eu nunca te trai, nunca te dei motivo pra duvidar de mim! Mas você prefere confiar nas suas inseguranças do que em mim!
— Porque amar você me deixa cego! — ele esbravejou.
— Me faz perder o controle! Você me tira do eixo, Laura! Eu perco a porra do chão quando penso que pode estar com outro ,que outro homem te deseja tanto quanto eu e está se aproveitando da situação para ficar te tocando,Porra !
— Para de gritar… vai acordar os meninos — ela continuou, mais contida, embora ainda tomada de fúria.
— Que saber? Eu cansei — ela disse, puxando o lençol para se cobrir. — Já vi que com você não tem conversa.
Heitor deu um passo à frente, os olhos escuros fixos nela. A mandíbula contraída, o maxilar tenso, como se as palavras que ele segurava estivessem queimando por dentro.
— Mas tem outra coisa, Laura — ele murmurou.
— Acabei de te dar o que você queria. E ainda assim, é tão egoísta que nem se importou que eu não gozei.
Ela o encarou, a raiva voltando como um estalo.
— Porque não quis — rebateu com firmeza.
— Ao contrário de você, eu não sinto tesão em mandar alguém não gozar só pra ter controle.
Heitor riu. Um riso seco, debochado, que fez o sangue dela ferver.
— Você tá reclamando, mas bem que gosta da tortura — ele respondeu, aproximando-se lentamente, os olhos cravados nela.
— Você é rebelde, Laura… mas tem alma de submissa.
Antes que ela pudesse responder, ele a tombou na cama com um movimento rápido, dominando seu corpo com o próprio. O lençol escapou, revelando sua nudez novamente. Ela tentou reagir, mas suas mãos foram presas pelos punhos fortes dele, acima da cabeça.
— Tudo bem... é justo que você goze — disse ela, tentando manter o tom desafiador.
— Já que me fez gozar tantas vezes.
Ela o olhou com uma ousadia debochada, mesmo com o corpo já em brasa só com o peso dele sobre ela.
— Sou toda sua… Só não sou obrigada a gostar dessa transa — completou, numa provocação venenosa.
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