—Eu não aguento mais isso, Heitor.
Ele não a olhou, mas seus ombros tensionaram com a frase.
— Viver assim. — continuou ela, tentando manter a voz firme.
— Brigando. Se ferindo. Se provocando como se fôssemos inimigos. Não é isso que eu quero pra gente.
Heitor continuou em silêncio, mas seus olhos agora a observavam de lado.
— O seu ciúmes... — ela suspirou
— está me sufocando. Eu não fiz nada além de apoiar o Fernando. Ele está se sentindo muito mal e sem esperanças que a Bianca acorde um dia . Ela fez uma pausa para respirar depois continuou.
___A filha deles nasceu no meio do caos. Bianca é minha melhor amiga. E eu… só estou tentando fazer o que ela faria por mim, eu sei que ela ficaria ao seu lado lhe dando apoio que nescessário.
Ele finalmente virou o corpo, apoiando o cotovelo no colchão, olhando diretamente para ela.
— Pode até ser que você não sinta nada por ele. — disse com a voz rouca e baixa.
— Mas ele sente por você.
— O quê? — ela perguntou, franzindo o cenho.
— Não finge que não vê, Laura. — ele continuou, mais firme.
— A forma como ele te olha. Como há mais do que admiração no olhar dele. Como te deseja. Ele não tá nem aí se você é a melhor amiga da esposa dele ou não. A Bianca tá em coma. E ele… tá claramente transferindo tudo o que sentia por ela para você.
Ela o encarou por alguns segundos. Sabia que Heitor não estava completamente errado. Fernando, de fato, vinha demonstrando um carinho a mais. Pequenos gestos. Olhares demorados. E aquele elogio no hospital... ainda ecoava em sua mente.
Mas admitir isso só serviria para jogar mais gasolina no incêndio.
— Você está vendo coisas onde não tem. — ela disse, fria, tentando encerrar o assunto.
— Sério, Laura? — ele se afastou, saindo da cama e pegando o moletom no chão.
— Vai mesmo fingir que tá tudo bem? Que isso é coisa da minha cabeça?
— A única coisa que temos é sexo nessa porra dessa cama...— ele gritou, os olhos em fogo.
—...é o único lugar onde queremos a mesma coisa: prazer! Fora dela, eu não tenho mais mulher. Eu não tenho mais você.
Laura estremeceu. A voz dele ecoou pelo quarto como uma facada no peito. Doeu. Doeu porque, no fundo, ela também sentia isso. Afastamento. Silêncios que viravam muralhas. Mágoas acumuladas embaixo do travesseiro.
— Para de gritar! Quer acordar os meninos? — ela retrucou num sussurro feroz, os olhos marejados.
— Eles não merecem viver no meio disso.
Heitor riu, sem humor. Um riso amargo, cortante.
— Quer saber? Sai daqui, Laura. Mas a porta vai está aberta. Sempre que quiser que me quiser ,é um prazer para mim te satisfazer e você sabe disso.— apontou com o queixo para a entrada do quarto.
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