Enquanto isso, Bianca, ainda tremendo e com os olhos marejados, segurava Valentina contra o peito. O choro que antes era de pavor transformou-se em lágrimas de alívio quando Fernando terminou a ligação. O som da voz dele, firme e próximo, trouxe a certeza de que finalmente estariam protegidas. Ela se lançou nos braços dele assim que pôde, abraçando-o com força, como se quisesse nunca mais soltá-lo. Valentina, sentindo a segurança transmitida pelos pais, encolheu-se entre eles, os soluços agora misturados com pequenos suspiros de conforto.
O momento era intenso, quase sufocante, mas também cheio de emoção genuína. O alívio misturava-se com o medo recente, com a raiva ainda pulsando nas veias, criando uma tempestade de sentimentos que deixava cada um deles exausto, mas ainda mais unidos. Fernando apertava Bianca contra si, sentindo o coração dela bater descompassado, mas ao mesmo tempo firme, e a filha entre eles como um lembrete de tudo que havia lutado para proteger.
O olhar que trocaram nesse instante dizia mais do que palavras poderiam expressar: medo, gratidão, amor, alívio, e também a certeza de que, por mais que os horrores tivessem sido reais, ainda haviam sobrevivido — juntos. Cada respiração profunda, cada aperto, cada toque nos cabelos de Valentina reforçava o laço que os mantinha firmes, mesmo diante do trauma que ainda pulsava no ar ao redor.
O som distante de sirenes, aproximando-se, trouxe consigo uma nova esperança e também a sensação de que finalmente, naquele caos, a justiça poderia alcançar Walter,que mesmo ferido ,foi socorrido com vida .
Mas para Fernando, Bianca e Valentina, aquele instante era apenas sobre respirar, abraçar e se permitir sentir que ainda estavam juntos, vivos, e que cada segundo dali em diante seria uma oportunidade de reconstruir o que quase fora destruído.
O som das sirenes crescia à distância, aproximando-se como uma promessa de justiça, mas também trazendo à tona o peso do que acabara de acontecer. Fernando mal conseguia manter as mãos firmes; o corpo ainda tremia, a adrenalina ainda correndo em cada veia. Ele olhou para Walter, que estava estendido no chão, coberto de sangue, com o olhar turvo e o corpo fraco, mas ainda respirando. A figura do homem que por tanto tempo os havia aterrorizado agora parecia frágil, humano — mas não menos perigoso.
Policiais começaram a invadir a casa, armas levantadas, vozes firmes dando ordens. Fernando recuou, instintivamente protegendo Bianca e Valentina, enquanto uma equipe de paramédicos entrava correndo, examinando Walter com pressa e precisão. Cada gesto deles era meticuloso, cada palavra uma tentativa de controlar a situação que, minutos antes, parecia prestes a se tornar uma tragédia total.
Bianca segurava Valentina contra o peito, ainda ofegante, os olhos marejados de lágrimas. A menina, que antes chorava em desespero, agora abraçava a mãe com força, sentindo a segurança que só os braços dela poderiam transmitir. Cada suspiro da filha era como uma pequena vitória, um lembrete de que ainda estavam vivas, que a noite de horror tinha finalmente dado lugar a um instante de esperança.
— Vamos tirá-lo daqui — disse um policial, enquanto os paramédicos erguiam Walter em uma maca improvisada. Fernando sentiu um misto de raiva e alívio: raiva pelo que o homem havia feito, alívio por finalmente estar fora do alcance imediato. Walter olhou para ele uma última vez, o olhar ainda carregado de ódio, mas agora também de impotência. Fernando desviou os olhos, incapaz de lidar com aquele instante final de confronto silencioso, preferindo focar na segurança de sua família.
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