A raiva que Laura sentira no hospital se dissipava como fumaça, dando lugar a algo mais quente. Mais denso. Mais intenso. Aquela eletricidade entre os dois nunca desaparecera — apenas se transformava, ganhando novas formas a cada confronto, a cada palavra atravessada, a cada olhar.
Ela se sentou na beirada da cama, os olhos fixos nele. Heitor parecia alheio, mas seu corpo dizia outra coisa. Os músculos do peito contraíam levemente sob a respiração contida, o maxilar estava tenso. Os olhos, mesmo tentando disfarçar, carregavam uma tempestade.
Laura ergueu a mão, passando os dedos sobre o peito nu dele, lentamente. Sentiu o calor da pele, a textura suave dos pelos. Era um território conhecido… e perigosamente viciante.
— Faz tempo, né? — sussurrou ela, os dedos deslizando até o abdômen rígido.
— Desde que a gente… se tocou de verdade.
A respiração dele vacilou por um segundo. Pequeno. Quase imperceptível. Mas ela o conhecia. Sabia quando ele estava lutando contra si mesmo.
A mão dela desceu mais. Encontrou o volume sob a calça. Ele estava pronto. E ainda assim resistia. Ela o acariciou devagar, provocando.
— O que foi? — murmurou, com um sorriso torto.
— Não me quer mais?Não senti a minha falta ?Disse Laura vendo a frieza dele.
Heitor segurou o pulso dela com força, afastando sua mão com firmeza.
— Quer me comprar com sexo agora? — sua voz saiu baixa, áspera, carregada de mágoa e desejo.
— Acha que vou fazer de conta que nada aconteceu, só por você abrir as pernas pra mim?
— Nossa… como você é estúpido — ela disparou, ferida, fazendo menção de se levantar.
Mas ele a puxou com força de volta para si.
Ela caiu sobre o peito dele, e, num movimento brusco, ele segurou seus cabelos e a puxou para um beijo. Não era suave. Não era carinhoso. Era um beijo faminto, desesperado, brutal.
Laura gemeu contra os lábios dele. Tentou protestar, mas ele a calou com a língua, com os dentes, com o domínio que ela conhecia bem — e que seu corpo sempre respondia com fogo.
Num impulso, ele a virou e a deitou na cama. Subiu sobre ela com o peso de sua fúria, de seu desejo contido, dos dias de tensão e silêncio entre os dois. Os olhos dele eram puro comando.
— Você escolheu um péssimo momento,para me seduzir, Laura — ele murmurou, sua boca a centímetros da dela.
— Porque eu vou te ter com tudo que está me consumindo… menos lembrar que é a mulher que apesar de tudo ,eu amo.
E então elea rasgou as suas roupas.
O vestido. A calcinha rendada. Como se o tecido fosse apenas um obstáculo entre ele e o que era dele por direito.
Ele não pediu. Tomou.
Beijou seus seios com sofreguidão, sugou seus mamilos com fome, como se quisesse apagar qualquer marca de outro homem, de qualquer outra lembrança. Laura se contorcia sob ele, tomada por sensações que beiravam o insuportável.
— Você quer sexo? Vai ter — ele rosnou, encarando-a nos olhos.
— Mas vai ser do meu jeito. Eu mando. Você obedece.
Ela mordeu o lábio inferior, provocante, mas seus olhos brilharam em rendição. O corpo arqueava, pedindo mais, querendo mais, implorando por ele.
Heitor então prendeu os pulsos dela acima da cabeça com uma das mãos. Com a outra, desceu devagar pelo seu corpo, explorando cada curva, cada ponto sensível que conhecia tão bem.
Laura sorriu, os olhos ainda fechados.
— Você é insuportável…
— Mas irresistível — completou ele.
Ela virou o rosto para ele, o corpo ainda trêmulo.
Laura sentia o peso de tudo em seu corpo. O cansaço não era apenas físico. Era emocional. As mágoas, as acusações, os ciúmes — tudo vinha se acumulando como um maremoto silencioso prestes a explodir. E agora, após aquele momento íntimo tão carregado de fúria e desejo, ela já não sabia mais o que doía mais: o que foi dito… ou o que foi feito.
Coberta apenas pelo lençol, ela sentou-se na beirada da cama, os cabelos bagunçados caindo sobre os ombros, o olhar perdido.
— Eu não aguento mais isso, Heitor — ela murmurou, a voz embargada.
Ele se virou devagar, apoiando o cotovelo no colchão, observando-a com olhos ainda tempestuosos.
— Viver assim. Brigando. Se ferindo. Como se a gente fosse inimigo — ela continuou, virando-se para encará-lo.
— Eu te amo, Heitor. Mas não posso mais caminhar na beira de um campo minado e tudo por causa do seu ciúme infundado do Fernando.
O silêncio pairou entre eles por alguns segundos. Ele finalmente se sentou na cama também, passando a mão pelo rosto suado e tenso. Quando falou, a voz saiu mais baixa, rouca, arrastada.
— É o Fernando… sempre ele.agora até na porra dessa cama ,você lembra dele.
Laura balançou a cabeça, cansada.

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