A mansão estava mergulhada no silêncio. Bianca, deitada ao lado da filha que dormia profundamente, encarava o teto do quarto de hóspedes sem conseguir fechar os olhos. Desde que chegara, um turbilhão de pensamentos a consumia. Mas, naquela noite, o que a deixava inquieta era a ausência de Fernando.
Já passava da meia-noite e ele ainda não tinha voltado para casa. Bianca se virava na cama, ansiosa, o coração batendo mais rápido do que gostaria. Tentava se convencer de que ele estava trabalhando — afinal, o estaleiro exigia muito de seu tempo —, mas a dúvida era cruel. E se não estivesse no trabalho? E se estivesse com outra mulher?
O simples pensamento fez seu estômago revirar. Ela apertou os lençóis entre os dedos, tentando afastar as imagens que sua mente insistia em projetar: Fernando em outra cama, sorrindo para outra, tocando outra com a mesma intensidade com que já a havia tocado. Um nó subiu em sua garganta.
Um barulho no portão interrompeu seu devaneio. O motor de um carro. Bianca prendeu a respiração, virou-se de lado e ficou atenta. Minutos depois, passos firmes ecoaram pelo corredor da mansão.
Era ele.
Bianca se levantou devagar, sem acordar Valentina, e foi até a janela. Viu quando Fernando atravessou o hall, a postura rígida, o paletó pendurado no braço, a gravata meio solta. Estava visivelmente cansado, mas ainda imponente.
Seu coração disparou. O ciúme latejou de novo. Onde ele teria estado até aquela hora?
Ela voltou para a cama, deitou-se, mas fechou os olhos fingindo dormir quando ouviu a maçaneta girar. A porta do quarto se abriu lentamente, e Fernando entrou em silêncio. Bianca manteve a respiração calma, mas por dentro estava em chamas.
Ele se aproximou da cama, inclinou-se sobre a filha e ajeitou o lençol em cima dela. Depois, sem dizer nada, deixou um beijo suave na testa da menina. O gesto derreteu o peito de Bianca. Por um instante, quis abrir os olhos, abraçá-lo, dizer que sentira sua falta. Mas ficou imóvel.
Quando ele se afastou, os olhos dela se entreabriram por um segundo — apenas o suficiente para ver Fernando parado, olhando para ela. O rosto dele estava sério, mas havia algo nos olhos, um brilho contido, uma batalha interna. Ele suspirou fundo e saiu do quarto.
Bianca só então se permitiu respirar de verdade. As lágrimas vieram quentes, misturadas ao ciúme, à dor e ao desejo. Ele podia dizer que o casamento deles havia acabado, mas ainda havia algo ali… algo que queimava nos dois.
A madrugada havia se estabelecido silenciosa sobre a mansão, mas Bianca permanecia acordada, encarando o teto do quarto de hóspedes. O escuro envolvia o ambiente como um abraço pesado, e a mente dela, porém, recusava-se a descansar. Cada pensamento parecia mais intenso, cada lembrança mais viva. Entre todas, uma se destacava com uma clareza quase dolorosa: o momento em que havia conhecido Fernando.
Era uma segunda-feira comum, ensolarada, mas carregada daquelas pequenas tensões da vida cotidiana. Bianca estava no banco, tentando conseguir um empréstimo para saldar algumas dívidas e, de quebra, ajudar Laura, sua melhor amiga, que havia sido traída e deixada em apuros financeiros depois de ser roubada por ele .
O funcionário que a atendeu , um homem grosso e arrogante, olhou para ela com desdém. Sua voz carregava sarcasmo e impaciência, e cada palavra fazia Bianca se encolher de raiva e indignação. Ela não aceitava que ninguém lhe humilhasse daquela forma , como sempre, não teve papas na língua e disse tudo que pensava dele.
— Eu exijo falar com o gerente! — disse, firme, a voz tremendo de raiva e vergonha ao mesmo tempo.
— Não vou aceitar ser tratada como um lixo ,por esse sujeito ,que não sabe como tratar os clientes.
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