Por semanas, Walter seguiu os movimentos da pequena família, estudando padrões: quando a escola começava, quais ruas eles percorriam, quanto tempo demoravam no trânsito. Cada detalhe aumentava a tensão que fervilhava em suas veias. Ele se lembrava de tudo: das risadas, dos abraços, do olhar de Fernando para Bianca e para a filha. Cada gesto inocente deles era um lembrete do que ele nunca poderia ter — e isso acendia em seu peito uma mistura de obsessão e raiva silenciosa.
Na segunda-feira seguinte, Walter decidiu que era o momento. Ele se aproximou do carro assim que ele parou no semáforo. Valentina estava sentada no banco de trás, a cadeirinha a protegendo, mas não por muito tempo. Walter desceu silenciosamente do carro em que estava escondido, movendo-se como uma sombra, e num instante, o motorista foi rendido, o segurança desmaiado com um golpe rápido. O coração dele acelerava, mas sua mente estava fria, calculista. Cada movimento havia sido planejado.
Bianca, ainda ajustando a mochila da filha, não teve tempo de reagir. Antes que pudesse sequer compreender, Walter entrou no carro com rapidez e firmeza. Ela sentiu um pano pressionar seu nariz e boca, e o mundo imediatamente escureceu. O último pensamento consciente que teve foi o de Valentina, seus olhos arregalados de medo, tentando se agarrar à mãe.
Quando acordou, Bianca estava em uma sala fria, estranha, sem janelas. A luz que entrava pelas frestas da porta era escassa, e a realidade a atingiu como um golpe: elas estavam isoladas, à mercê de alguém que queria controlar suas vidas. Valentina chorava baixinho, agarrada a ela, e Bianca sentiu uma onda de desespero tão intensa que parecia rasgar seu peito. Cada respiração era um esforço, cada batida do coração parecia um tambor frenético que anunciava perigo iminente.
Bianca arfava, o coração disparado no peito, tentando entender o que acontecia. O cativeiro era frio, cheirava a mofo e ferrugem, e tudo nela gritava que aquilo era um sequestro planejado. Ainda assim, no íntimo, buscava consolo em uma única ideia: quem quer que fosse o responsável, só poderia estar atrás de dinheiro. E, graças a Deus, dinheiro era algo que Fernando tinha de sobra.
— Ele vai pagar… vai pagar qualquer quantia, eu sei que o Fernando daria até toda sua fortuna por nós ,filha . — murmurava para si mesma, apertando Valentina contra o peito, como se pudesse protegê-la de todo o mal.
— Só nos trouxeram por isso … só pode ser isso.
Mas então a porta rangeu.
Bianca ergueu o olhar, ansiosa, e o ar lhe faltou.
A figura que surgiu diante dela fez seu corpo inteiro gelar. Os olhos claros, frios e sombrios como ela lembrava… o sorriso enviesado, carregado de uma ironia cruel. O nome não lhe veio à boca, mas seu coração o reconheceu antes mesmo da mente:
— W-Walter… — sussurrou, incrédula, a voz falhando.
O mundo pareceu ruir em um segundo.
Não era um criminoso qualquer, não era um desconhecido buscando dinheiro. Era Walter. E ele estava ali, diante dela, vivo, respirando, com uma calma perturbadora.
— Surpresa, Bianca — disse ele, aproximando-se, o som de suas botas ecoando no piso.
— Não esperava me ver, não é? Ate porque eu viajei e fiquei um bom tempo fora ,para que Fernando nunca desconfiasse de mim quando eu as sequestrasse ....na verdade não queria que ele soubesse que estou de volta e contiuar me espionando como andou fazendo e destruísse meus planos de acertar as contas com ele.
Ela recuou instintivamente, puxando Valentina para trás.
— Não… não toque na minha filha!
Walter ergueu a mão, fez um sinal, e de trás dele surgiu uma senhora de meia idade, com olhar nervoso. O coração de Bianca quase saiu pela boca quando a mulher avançou para pegar Valentina.
— NÃO! — gritou, tentando impedir, mas Walter foi mais rápido.
__Mãe ! Não deixe ela me levar ....
gritou Valentina com muito medo.
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