- Está tudo bem? - Marco pergunta ao entrar no nosso quarto, depois de de repente eu subir.
Sai do banheiro após escovar os dentes, um enjoo matinal típico de uma mulher grávida. Ainda preciso me acostumar com essa ideia.
- Enjoos. - Respondi e comecei arrumar a cama de costas pra ele.
Não entendia porque não conseguia encara-lo, o conheci ontem e de uma hora pra outra eu não queria estar perto.
Marco fica em silêncio mas eu sei que ele ainda está no quarto, sem camisa.
- Posso fazer alguma coisa? Comprar algum remédio, não sei. - Perguntou sem graça e eu o odiei por ser tão atencioso.
- Estou bem. Minha mãe vai querer desfilar com nós dois pela cidade. - Avisei ainda sem olhá-lo.
- Ótimo. A noite de Natal é amanhã... O que compro pra você? Digo, seus pais acham que eu te conheço e...
- E você não conhece. - Virei o corpo pra ele.
Parado com as mãos nos bolsos dianteiros e um olhar de menino, não é possível que alguém seja tão perfeito assim. Não posso acreditar nisso.
Será que é a atuação dele? Realmente a Gabi fez uma ótima oferta para ele se tornar um príncipe encantado. Mas será que no momento essa era a melhor opção pra mim?
- Amélia, eu fiz alguma coisa errada? - Sua voz ficou mais grossa e o olhar foi substituído por um homem sério e preocupado.
- Não, absolutamente nada errado e esse é o problema.
- O que? - Indagou confuso.
- Não é possível que você seja assim. Meus pais te adoraram! - Gesticulava nervosa - Todos parecem gostar e querer você por perto. Você não fica entediado, você me acolhe na porta da casa como se fôssemos grandes amigos. Você não deixa eu carregar peso e nem dirigir. Você, merda Marco, você é perfeito! - Desabafei e sentei na cama cobrindo o rosto, falei demais.
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