Procura-se um pai romance Capítulo 9

Meu celular começa a vibrar e no visor vejo que é uma ligação da Gabi. Graças a Deus, estava tentando falar com ela desde ontem.

Atendi enquanto saía do quarto, Marco estava no banho e com certeza ele seria o assunto da nossa conversa.

- Alô!! - Gabi da um grito histérico e eu assusto.

- Ta louca!?

- Aí até que enfim! Eduardo cismou de acampar no fim do mundo, não tenho sinal e ontem eu vi ele comendo um inseto, dizendo que era como se vivia na natureza. - Desabafou, ela e seus gostos peculiares para homem.

- Céus! Que horror! E você comeu?

- Óbvio que não! Trouxe minhas barras de cereais escondidas, mas estou quase picando e colocando ele na fogueira. Mas me fala, como tá o Marco!? Comportado?

- Ele é um amor, sério. Meus pais o adoraram.

- E você?

- Óbvio né - andava de um lado para o outro no corredor.

- Vocês transaram? - Direta e reta.

- Gabriela! Eu estou grávida! - Repreendi, mas já pensei nisso também.

- Mas não está morta, meu amor... E...el...gos...Amélia!?

- Gabi? O sinal! - Avisei, tentando escuta-la. Mas a ligação ficou péssima.

- Eu...odeio....o Edu..mato...INFERN...- A ligação caiu.

Voltei rindo para o quarto, mas meu sorriso sumiu ao ver o Marco com a toalha branca amarrada na cintura.

Dos cabelos negros ainda pingavam gotículas de água e seu corpo estava totalmente molhado. Ele virou ao perceber que eu estava ali e sorriu. Ele sempre sorri.

- Esqueci minha roupa, te chamei e não me respondeu.

- Estava telefone...- Balancei a cabeça - Estava falando com a Gabi no telefone.

- Ah é, como ela tá? - Perguntou animado e tudo que eu queria era me concentrar no assunto.

- Ótima. - Respondi sem pensar.

Eu estava ótima. Ela não. Ela estava vendo o ex-futuro-namorado comer inseto.

- Que bom, vou me trocar e descemos para jantar, ok?

Confirmei com a cabeça e ele foi em direção ao banheiro.

- Ah! - Parou no batente e virou o pescoço - Eu percebo quando você baba em mim.

Entrou no banheiro e meu queixo caiu. Todo o meu rosto esquentou e eu quis bater a testa na parede em desespero.

Mas a Gabriela me despertou uma certa dúvida:

Será que eu seria muito errada se me permitisse passar uma noite com o Marco?

Depois eu voltaria para o meu apartamento e trabalho e ele para a mulher dele. Pensar nisso fez com que o ar sumisse dos meus pulmões, mas era a realidade.

Eu precisava ver como o corpo dele se mexia, como as mãos me tocariam, precisava sentir o cheiro do seu pescoço e o gosto dos seus lábios.

Talvez depois do jantar...

Eu e a minha mãe nos movimentávamos pela cozinha em silêncio enquanto terminávamos de preparar o macarrão e a torta de pêssego. Preparamos a mesa para quatro, desviei os olhos para a sala quando escutei as altas risadas do meu pai e do Marco.

- Eles se gostaram, hum? - Ela disse, segurando um sorrisinho.

- É, eu acho que sim.

- A médica está viajando, não vai conseguir fazer o ultrassom, então assim que voltar comece o pré-natal! - Começou a tagarelar.

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