Sal, Pimenta e Amor(Completo) romance Capítulo 28

– O tio nos deu as varas para pescar. Ele e o vô vão ficar só um pouquinho, pois eles precisam ainda ver umas coisas no campo antes do pessoal chegar. Ele acha que o pessoal vai chegar antes do almoço. – Digo para Alexander que concorda meneando a cabeça.

Coloco uma roupa mais fresca dessa vez. Um short e uma blusa de meia manga azulada. Alexander continua com roupas confortáveis, embora agora esteja com um short jeans e uma blusa de meia manga preta. Pego as iscas que já estão num balde e Alexander segura algumas varas enquanto o tio pega algumas outras coisas. Vovô vai atrás, andando calmamente. Seguimos então para o rio.

Vamos em direção a parte da floresta atlântica. Ali, há algumas pedras e o chão é um pouco mais afofado e menos lamacento, de forma que conseguimos pescar. Temos que tomar cuidado com algumas pedras escorregadias, mas nada muito ruim. Vamos seguindo tranquilamente e o tio começa a falar:

– Já pescou antes, Alexander? – E Alexander nega com a cabeça. – Pois veja que não pode deixar a vara cair na água se o peixe puxar com muita força, viu? – Diz o tio com uma risadinha. Alexander apenas fez em menear a cabeça concordando, ouvindo atentamente o que os outros falavam para ele.

Sentamos próximo do rio e o tio começou a montar as iscas para nós e montou para ele também enquanto ficamos ali a esperar os peixes virem. Alexander parecia concentrado nessa tarefa, o que me fez rir enquanto comentava:

– Essa testa enrugada aí não vai chamar os peixes não. – E Alexander desfez a cara amarrada rindo também.

– Ora, eu vou ser o primeiro a pescar um peixe. – Brincou ele piscando, mas, para surpresa minha e dele, o tio já começou a puxar com a vara um peixe que tinha pego a isca dele. Alexander exasperou: – Ah não! Mas você deve ser o mago dos peixes! Mas já? – Perguntou o que fez meu tio rir.

– "Má" "ocê" fica falando aí. "Me" claro que os peixe vai fugir tudo de "ocê!" Tem que ficar em silêncio, Alexander. – Murmurou o tio trazendo o peixe pescado para a margem. Ele logo completou: – "Vish", vai dá "pá" vó fazer uma tilápia frita, hein? – E eu concordei enquanto Alexander falava:

– Ah, mas eu quero uma tilápia para eu fazer também. – O tio franziu o cenho.

– "Ocê" cozinha? – Pergunta e Ale concorda.

– Algumas poucas coisas. – O tio se levanta.

– "Vô" "dexar" o "barde" aqui e quando "ocês" quiserem é só parar de pescar. Eu e o vô "vamo" fazer umas coisa. – E dito isso eu concordei. O tio e o vô saíram e eu e Alexander continuamos ali pescando, ou, pelo menos, tentando.

Ficamos em silêncio como o tio disse para ficar, mas nada vinha mesmo assim. Depois de alguns minutos em silêncio, sem assunto, Ale acabou puxando assunto e começou a falar:

– O que eu falava ontem, sobre solidão, Sara. Me perdoe. Não era para jogar essa carga em cima de você. É que eu só tenho a Mara de amigo mesmo. Costuma ser solitário não ter nenhuma outra pessoa para contar as coisas. – Ele murmurou.

– Não tem problema, Ale. Pode me contar o que quiser. Acho que precisamos ser no mínimo amigos para que tudo isso dê certo, não é mesmo? – Ale concordou.

– Acredito que sim. – Ele sorriu. – Amigos íntimos. – Ele piscou o que me fez revirar os olhos.

– Você só sabe brincar Ale. Que saco! – Digo o que faz ele brincar mais um pouco.

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