Resumo de Capítulo 6 – Uma virada em Só Minha! Volume 1 da Trilogia Doce Desejo de Yana Shadow
Capítulo 6 mergulha o leitor em uma jornada emocional dentro do universo de Só Minha! Volume 1 da Trilogia Doce Desejo, escrito por Yana Shadow. Com traços marcantes da literatura Erótico, este capítulo oferece um equilíbrio entre sentimento, tensão e revelações. Ideal para quem busca profundidade narrativa e conexões humanas reais.
Na sala de refeições, Jenny trouxe louças e talheres. Entregou uma pilha com pratos de porcelana para a amiga e segurou um dos pratos que quase caiu. Observou Nicole enquanto colocava a mesa.
― Você está tensa! Deixa, eu termino de arrumar.
Nicole aproximou-se da janela. Espiou o pai que brincava com o filho e um cão da raça labrador, que Jenny e Lana adotaram.
― Vocês conversaram?
Jenny olhou para a amiga que mais parecia uma estátua.
― Um pouco! Falamos sobre o trabalho dele, sobre as viagens que ele fez e sobre o Alex.
― Por que você está nervosa? Tenho certeza que ele não roubará o Alex de você.
― Meu filho não desgruda do Alexander, eu acho que estou com ciúme do meu bebê.
― Isso é coisa de momento. Alex está empolgado com o pai, deixa eles curtirem. ― Jenny organizou os talheres. ― E quanto ao seu trabalho?
― Pedi as minhas férias. Meu filho precisará de mim nos próximos dias, tem muita coisa acontecendo, eu não quero deixá-lo sozinho.
― O almoço está pronto!
Lana segurava uma travessa de espaguete com almôndegas.
― Tomara que apreciem comida italiana.
Os cachos escuros caíram no rosto da mulher com traços hispânicos e esconderam os olhos cor de âmbar.
― Hum, eu adoro! ― Jenny deu um beijo leve nos lábios da namorada. ― Você me conquistou pelo estômago.
Após servirem o almoço, Nicole apareceu na varanda e parou para admirá-los. Era incapaz de interromper aquele momento precioso. O som das risadas da criança era contagiante.
― O almoço está servido! ― Pousou a mão na cintura.
Alexander passou os dedos por entre os fios de cabelos que caíram sobre a testa. Arrumou os óculos e vislumbrou a imagem do corpo curvilíneo no tecido do vestido leve preto. Imaginar como seria a vida ao lado da mulher que tanto amava trouxe-lhe uma fagulha de esperança. Ele apostou corrida com o filho até a varanda da casa e permitiu que o menino vencesse.
― Sou mais veloz que o Flash.
Havia empolgação na voz da criança. Alex correu de um lado para outro da varanda.
― Venham logo, a comida esfriará. Lavem as mãos!
Durante o almoço, Nicole serviu uma porção do espaguete ao filho e logo depois ao ex, que tocou em suas mãos quando pegou o prato e a agradeceu. Jenny abriu uma garrafa de vinho seco.
― Mamãe, posso beber vinho?
― Não! ― A voz calma de Nicole negou.
― Pronto, suco de uva. ― Jenny colocou a caixinha de suco na mesa. ― Agora coma porque você tem que ficar forte.
― Igual ao meu pai?
― Tomara que não! Seu pai parecia um bambu de tão magro e alto. Se um vento passasse levaria ele para longe. ― Não conteve a ironia na voz.
― Olha quem está falando? A quatro olhos do oitavo ano.
― Quem é quatro olhos, mesmo? ― Gesticulou na direção do rosto de Alexander que ajeitava a haste dos óculos. ― As suas lentes pareciam com o fundo de uma garrafa.
― Isso é bullying, Jenny! ― Alexander abriu meio sorriso.
― Crianças não briguem! ― Lana caçoou.
O clima estava descontraído. Todos lembravam das zoeiras e das brincadeiras da época da escola. Falaram da fase franzina de Alexander na adolescência e de como Nicole era cega de amores por ele.
― Essa daí, só tem olhos para você! ― Comentou Jenny enquanto se servia da quarta taça de vinho. ― Um ano depois que acordou do coma, ela só queria trabalhar e cuidar do filho. Só falava em ir para França atrás de você.
― Jenny! ― O rosto de Nicole enrubesceu.
― Estou falando alguma mentira?
Jenny encarou Nicole e prosseguiu depois da amiga balançar a cabeça em sinal negativo.
― Na época, nós compramos as passagens para ir atrás de você ― confidenciou Jenny.
― Por que não foram? Eu as receberia lá e quem sabe conheceria o meu filho há mais tempo.
― Eu não tenho ideia de como a sua família descobriu. Nicky fez um acordo com sua avó e com os seus pais. Ela queria ficar com o filho e eu dependia da residência no hospital para obter avaliações positivas.
Alexander mexeu o pescoço para aliviar a tensão. Tomou um gole de água e em seguida encheu a taça de vinho.
― A sua avó deu uma boa quantia para a tia da Nicky comprar uma casa. Era para Joanna cuidar da Nicky até que ela se adaptasse ao Alex.
― Por favor, Jenny! ― Nicole intercedeu. ― Vamos falar de coisas boas.
Jenny pediu licença e saiu da mesa para buscar mais uma garrafa de vinho na adega, depois do pedido da amiga.
O estômago de Nicole embrulhava só por lembrar da tia. Ela sabia os motivos pelo qual Joanna a deixou, mas encontrou forças no filho para se reerguer e seguir com a vida.
Logo que terminou de ajudar o menino com a refeição, Nicole trocou olhares quando elevou o rosto em direção a Alexander do outro lado da mesa. Ela o conhecia o suficiente para entender aquele olhar desafiador.
― Eu vou ajudar o Alex a escovar os dentes. ― Prendeu o cabelo em um coque e se levantou. ― Com licença! Vem filho!
Assim que retornou à mesa com uma garrafa de Sauvignon Blanc, Jenny sentou-se na cadeira com certa dificuldade. Encheu a taça de Alexander e ofereceu à namorada, mas Lana negou com as mãos.
― O que a tia dela fez enquanto eu estive fora?
― Então, como eu estava contando, Joanna deixou eles numa casa pequena e sem móveis no subúrbio do Rio. Parece que ela fugiu com o restante do dinheiro.
Por quase uma hora os dois conversaram sobre tudo o que aconteceu no período em que ele esteve fora do país. Após o almoço, Lana se levantou e pediu que Alexander e Jenny tirassem a mesa e lavassem a louça
Eram quase duas horas da tarde, Jenny lavava a louça enquanto Alexander secava e guardava. Ele tinha uma certa dificuldade em realizar aquela tarefa. Enxugou um dos pratos meio sem jeito e prosseguiu com as perguntas, tinha certeza que Jenny lhe revelaria tudo o que precisava saber.
― Então quer dizer que a Nicole não casou, não tem namorado e é gerente na mesma loja em que trabalhava antes de nos casarmos?
― Não, não e sim! ― respondeu Jenny com a voz arrastada pelo vinho. ― Quando Alex fez dois anos, muitos de seus amigos ficaram paquerando Nicky, inclusive o meu primo. David prometeu assumir o seu filho e tudo mais. Eu só fiz isso durante o primeiro ano do Alex. Com o tempo eu desisti, a Nicky não gosta da coisa. Se é que você me entende. ― Sorriu com o canto dos lábios.
― Até tu Brutus? Estou bem servido de amigos.
Jenny desligou a água depois que terminou de lavar o último prato. Antes de sair da cozinha, ela guardou algumas louças e se aproveitou da boa vontade do amigo.
― Use esses músculos e tire o lixo, por favor!
― Não defenda a sua tia! Ela te deixou sozinha.
― Já estou acostumada!
O desabafo soou como uma facada no peito, deixá-la foi uma das decisões mais difíceis que tomou na vida. Aproximou-se do corpo de Nicole de forma que seus corpos se tocassem.
― Será que algum dia você será capaz de me perdoar?
― Não tem o que perdoar. Você fez a sua escolha e pronto!
― Eu não quero brigar! Está tarde e eu ainda tenho que conversar com meu advogado. ― Tocou o rosto dela com o dedo indicador, mas ela evitou o contato. ― Você quer uma carona?
― Não, obrigada! Alex e eu dormiremos aqui.
― Certo! Vou me despedir do meu filho.
― Até amanhã! ― Demonstrou indiferença.
Ela aproximou-se do micro-ondas e abriu a porta do eletrodoméstico, colocou o pacote e apertou o tempo necessário para a pipoca. O corpo arrepiou com o calor das mãos pegando em sua cintura. Os nervos soltavam pequenas descargas elétricas sob a pele.
― Você lembra das nossas últimas férias? ― A cadência na fala a provocava. ― Você ainda é minha?
Ele manteve as mãos firmes na cintura de Nicole, era como se aquele contato fosse necessário para relembrar de cada momento das longas noites de amor e as promessas incutidas.
Aquele toque compartilhava algo intenso, ela sentiu-se fraca ao recordar da textura daqueles lábios carnudos, parecia se afogar nas ondas do desejo.
Embora estivesse envolvida e o corpo incendiasse ao toque, ela se afastou com o barulho do tempo do micro-ondas, a pipoca estava pronta. Desconcertada, manteve os pés no chão e acordou para a realidade.
― Você poderia pegar duas vasilhas grandes, por gentileza!
― Claro! Onde estão?
― No armário de cima, à esquerda. ― A voz de Nicole quase não saía.
― Nicky, eu preciso ir! ― Colocou as vasilhas sobre o balcão.
O coração pediu para ele ficar, mas a mente disse não. Precisava escapar da armadilha da imaginação e adormecer os sentimentos que a deixavam fraca.
― Até breve!
Algo estava diferente, havia uma pedra no lugar do coração. Os dedos finos apertavam o pingente do relicário e o moviam sem parar.
― Eu não devia ter deixado você!
O muro de músculos a prendeu num abraço firme e caloroso. Enrolou os dedos nos fios da nuca, puxou levemente o cabelo para trás, forçando-a a encará-lo. Os lábios carnudos apanharam os dela. O corpo dele a pressionava contra o balcão e se deliciava com o beijo roubado. Manteve ela presa naquele carinho e no toque escondido. A alma dançava com o calor das línguas se enroscando em um beijo molhado e apaixonado.
Alexander contemplou o olhar perdido de Nicole, aquele beijo furtou-lhe tudo o que ela organizou dentro de si.
― Eu preciso ir! ― disse enquanto tocava-lhe o rosto.
Beijou-lhe a pele lisa das costas das mãos e caminhou até a sala para se despedir do filho. Prometeu que o levaria para o passeio no parque no dia seguinte, abraçou Alex e se despediu.
Copyright © 2.021 por Ana Paula P. Silva.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Só Minha! Volume 1 da Trilogia Doce Desejo