Te Amo com Minha Alma romance Capítulo 8

Nós marcamos um ao outro. Temos uma conexão, e podemos nos ouvir mesmo se estivermos separados. Nem mesmo centenas de quilômetros são uma distância grande demais. Nenhuma outra pessoa pode interferir com isso. É como se fosse nossa própria linha telefônica particular, impossível de ser ouvida por qualquer enxerido.

Ele não está olhando para mim, mas observando Carmen caminhar pelo corredor. Ela chora, com as mãos cobrindo o rosto, e parece arrasada. Consigo sentir a dor dela enquanto vejo-a partir, e isso também dói em mim. Sentir o que ele sente é outra desvantagem de estar conectado a esse cara agora. Não quero me sentir de coração partido, nem dor ou outra besteira do tipo.

"Sinto muito. Não queria que nada disso acontecesse."

A honestidade e a dor em minha resposta fazem com que ele olhe para mim, e fazemos aquela coisa estranha, onde nossos olhos se encontram, sentimos uma certa coisa que não podemos negar, e ambos desviamos o olhar outra vez. Está claro que nenhum dos dois quer isso.

"Você não fez isso. Foi o destino. Agora só temos que descobrir como desfazer essa conexão, se é que é possível."

A hesitação no tom dele me pega desprevenida, e, apesar de não ter a intenção, olho bem para ele. De perfil, vejo o queixo quadrado. A pele é morena, e os cabelos são escuros, combinando com aqueles olhos da cor de chocolate e com as sobrancelhas escuras. Colton é alto e tem o corpo musculoso e em forma, ainda mais por estar entre os maiores lobos da alcateia, apesar da idade dele. Sua família é originária da Colômbia, e dá para ver com clareza a ascendência dele, da melhor maneira possível, apesar de a mãe ser caucasiana. Eu, no caso, sou apenas uma garota comum do campo. Meus cabelos são sem graça, sou normal, e não há nada de especial ou de bonito em mim, que eu saiba. Carmen é uma deusa comparada a mim.

A atmosfera fica tensa quando uma tropa de homens entra marchando pela mesma porta que entramos, e sou empurrada para fora do caminho por um deles, que sequer hesita. Não consigo me manter firme e perco o equilíbrio, certa de que vou cair de cara no chão. O fato de que minhas pernas ainda estão fracas por causa da cerimônia não ajuda.

Minha cabeça gira quando Colton rosna baixo e, com reflexos ágeis, salta para o meu lado e me segura. O abraço dele faz com que eu não esbarre contra a parede de concreto; em vez disso, caio de cara no peito dele, que agarro por impulso. Acima de mim, os olhos dele brilham na cor do âmbar, e ele lança um olhar mortal aos soldados, sem nem tentar esconder todo o descontentamento que está sentindo. Esse ato feroz de proteção foi instintivo, e eu honestamente não sei como reagir.

Tornar-se companheiro de alguém é tanto sobre instintos quanto sobre qualquer outra coisa. Isso te muda e te faz sentir e fazer coisas que nunca imaginou antes. Mesmo que ele me odiasse antes disso, a necessidade de me proteger e de cuidar de mim se tornaria sua missão de vida e vice-versa. É uma coisa insana e não acredito que está acontecendo comigo.

O pai dele, no entanto, quase cospe fogo com o berro que dá para o filho. Percebo isso um pouco tarde demais; foi ele quem me empurrou para fora do caminho com tanta força naquele momento.

"Você acabou de rosnar pra mim?", rosna ele para nós, e Colton me segura pela cintura com ainda mais firmeza. Juan franze sobrancelhas, com uma expressão severa no rosto, e olha com muita raiva para o filho, repreendendo-o telepaticamente; a forma como Colton fica tenso me diz isso.

Olhando um no olho do outro, os dois entram em um confronto intenso; a energia deles cria tensão no ar. Enquanto isso, estou nos braços de Colton e sei que não deveria tentar me libertar, ainda mais porque meu corpo está muito feliz com o contato. Sinto a ira irradiando dele e a ansiedade crescendo dentro de mim, por estar sentindo o mesmo que ele. Nunca lidei bem com agressividade e raiva. E, agora, ele estava sentindo uma quantidade tão intensa que poderia cuspi-la; meu humor torna-se igual ao dele, o que me faz estremecer. Colton tem um mar dessa fúria dominadora dentro de si, e a hostilidade dele não tem limites. Tento ignorar os pensamentos que estou recebendo dele e fecho os olhos para me concentrar somente em minha respiração. Combato o calor que cresce dentro de mim e a necessidade pulsante do toque dele, além do medo, da vontade de desmairar e de todas as emoções negativas que o conflito entre esses dois homens aterrorizantes me causa. Sinto-me como um pedaço de carne crua pendurado entre duas feras selvagens. É como se eu não tivesse mais controle pleno da minha mente ou de meus sentimentos, por mais que eu tente. Agora, Colton vive em meu corpo tanto quanto eu.

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