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Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira) romance Capítulo 105

Em mais uma manhã de trabalho, Marina espera pelo namorado, que prometeu buscá-la para levá-la à empresa. No entanto, o celular toca e ela vê o nome de Sávio na tela.

— Sinto muito, amor, mas não vou conseguir te levar — diz ele pelo telefone, a voz carrega frustração. — O pneu do carro furou e o estepe também está vazio.

— Tudo bem, Sávio, sem problema. Possivelmente ainda consigo pegar o ônibus — responde, já se despedindo dos pais e saindo da padaria com pressa.

Ela consegue embarcar no ônibus a tempo, mas, no meio do caminho, um engarrafamento inesperado se forma, atrasando a viagem e fazendo-a chegar na empresa mais tarde do que o planejado.

Marina sente um clima tenso no andar onde trabalha. Funcionários andam apressados de um lado para o outro, murmurando entre si, como se tentassem evitar algo ou alguém. Ao passar em frente à sala de Victor, vê Dayse, a secretária dele, que a observa com um olhar apreensivo.

— Bom dia, Dayse — cumprimenta Marina, mantendo a voz gentil, mas curiosa.

Dayse se levanta, caminhando rapidamente até ela e abaixando o tom de voz.

— Oi, Marina… — responde, com um sussurro de preocupação. — Não sei se teremos um bom dia hoje — murmura, lançando um olhar nervoso em direção à porta de Victor.

— E por que diz isso? — Marina pergunta, franzindo o cenho.

— O Victor está uma fera hoje, gritando como um leão enjaulado — revela Dayse, com uma expressão assustada.

— Por que ele está assim? Aconteceu alguma coisa? — pergunta, sentindo uma leve apreensão.

— Não faço ideia. Só sei que, quando ele chegou, parecia outra pessoa. O rosto dele estava transtornado, como se estivesse possuído por um espírito maligno.

— Está repreendido! — diz Marina, colocando instintivamente a mão no peito, surpresa com a descrição.

Dayse esboça um sorriso compreensivo e pousa uma mão no ombro de Marina.

— Só estou te avisando porque sei que, às vezes, vocês trocam umas faíscas — comenta, com um tom de alerta. — Então… cuidado. Ele está fora de si hoje.

Marina respira fundo, absorvendo o aviso da colega, enquanto observa a porta fechada da sala do chefe.

— Obrigada por me avisar, Dayse. Se eu tiver sorte, talvez consiga passar o dia sem cruzar com ele — responde com um sorriso nervoso.

A secretária se afasta e Marina respira fundo, tentando se preparar para o dia, enquanto caminha em direção à sua sala. No entanto, ao abrir a porta, sente um choque frio ao ver Victor sentado em sua cadeira, seus olhos frios e penetrantes estão fixos nela, como se a tivesse esperado por horas.

— Bom dia, senhor Ferraz — cumprimenta, mas sua voz sai trêmula, com um nó que parece subir em sua garganta.

— Está atrasada — ele diz, com voz cortante como uma lâmina.

— Me desculpe, senhor. É que meu ônibus ficou preso em um engarrafamento — tenta explicar, aproximando-se lentamente da mesa.

Victor a observa com uma expressão cética.

— Acha que eu acredito? Todos os dias, você chega com o seu namoradinho. Agora me aparece essa desculpa?

O comentário surpreende-a.

Marina entende finalmente o jogo. Um sorriso curto e incrédulo surge em seus lábios, seguido por um leve arfar.

— Então é isso… — murmura. — Está querendo arranjar um problema para eu cancelar o meu compromisso do fim de semana?

Percebendo que fora flagrado em seu próprio jogo, Victor se levanta bruscamente da cadeira, caminhando em direção à Marina. Instintivamente, ela recua, seus passos cuidadosos tentam colocar distância entre eles. Mas quando suas costas encontram a parede fria, percebe não haver mais para onde fugir.

Victor se aproxima, sua presença dominadora enche o espaço entre eles, até que seus corpos estejam quase colados, e as respirações se misturem num ritmo conturbado. Ele a olha de perto, com seus olhos sombrios e intensos.

— E se for exatamente isso, o que fará a respeito? — murmura, com a voz rouca e baixa, carregada de desafio.

Ela tenta recuperar a compostura, mas a proximidade deixa claro: ele quer uma resposta. Seus olhos, no entanto, traem sua determinação ao deslizarem para os lábios dele, que parecem perigosamente convidativos.

— Isso… isso não está em discussão, Victor — responde, com a voz trêmula, quase como um sussurro.

Ele inclina-se um pouco mais, seu rosto está a centímetros do dela, enquanto mantém o olhar fixo.

— Não faça isso, loirinha… por favor — diz ele, num tom quase suplicante, mas cheio de uma autoridade possessiva. — Não vou conseguir descansar sabendo que estará nos braços de outro.

Ela sente a mão dele deslizar até sua cintura, segurando-a com firmeza e trazendo-a para mais perto.

— Quero você para mim, só para mim — murmura, com os olhos escuros e sinceros. — Ainda não entende que a única pessoa que pode tocar o seu corpo sou eu? — Ele aperta suavemente a mão em sua cintura, fazendo-a sentir a intensidade de sua possessão. — E os únicos lábios que os seus devem tocar… são os meus.

Antes que ela consiga responder, Victor sela suas palavras ao colar seus lábios nos dela. O toque carrega um desejo que ele finalmente se permite revelar.

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