Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira) romance Capítulo 106

O toque possessivo dos lábios de Victor contra os seus deixa-a completamente sem fôlego; é um beijo intenso, carregado de desejo reprimido e de uma ansiedade quase percebida. Ele parece querer transmitir, através daquele gesto, todas as emoções contidas, enquanto suas mãos exploram cada curva do corpo dela com uma urgência descontrolada, como se tentasse gravar cada detalhe em sua memória.

— Victor… — Marina murmura, quase inaudível, quando ele afrouxa um pouco os lábios por um instante, como se tentasse lhe dar a chance de recobrar o controle da situação.

Mas ele não permite que a distância entre eles dure. Num impulso, Victor volta a pressionar seus lábios contra os dela, intenso e decidido, sem deixar espaço para qualquer protesto ou arrependimento. Em meio ao beijo, uma certeza toma conta de seus pensamentos: ele sente o quanto ela também o deseja.

Seria tão mais fácil resistir à Marina se o corpo dela não respondesse ao seu toque, se não houvesse essa chama compartilhada entre eles. Mas a cada movimento, a cada suspiro dela, ele sente que está perdendo as rédeas que tanto se esforçava para manter.

— Fica comigo — ele murmura, com a voz cheia de urgência. — Podemos ir para onde você quiser no fim de semana — diz, afastando seus lábios apenas o suficiente para encará-la profundamente, deixando seu olhar fixo nos dela.

— O que você está dizendo? — pergunta Marina, surpresa e confusa.

— Não faça algo que possa se arrepender para sempre — continua ele, segurando seu rosto com suavidade, mas firme o bastante para impedir que ela se afaste. — Quero você, loirinha… só você.

As palavras dele atingem-na como um sopro quente no peito. Ela sente a sinceridade crua em cada sílaba, e por um instante seu coração vacila. Mas, quase como um reflexo, as advertências de Andressa ecoam em sua mente, frias e incisivas. Com os pensamentos de volta ao controle, Marina retira as mãos dele de seu rosto e se afasta.

— Você só está assim porque está com o orgulho ferido, não é mesmo? — pergunta, com a voz agora fria e distante.

— O quê? — Victor responde, confuso, franzindo as sobrancelhas, como se tentasse compreender a súbita mudança de humor dela.

— É isso, assume! — continua, mantendo o tom firme. — Desde que te contei que nunca estive com alguém, você teme que eu vá fazer isso com o meu namorado nessa viagem. É por isso que está me prendendo aqui, Victor.

— Isso é um absurdo! — ele diz, indignado, seus olhos se estreitam com a intensidade das palavras.

— Não, não é! — rebate, com o olhar decidido. — Você só quer impedir minha viagem porque acha que pode me convencer a ficar com você, e depois… — pondera. — Depois que conseguir o que quer, irá me tratar como todas as outras mulheres com quem fica.

— Você não sabe o que está dizendo — protesta, sentindo a raiva acelerar o seu ritmo cardíaco.

— Se não é isso, então me diz… o que vai acontecer conosco se eu decidir ficar com você nesse fim de semana? — desafia Marina, com os olhos fixos nos dele, cheios de uma curiosidade hesitante.

Ele se afasta lentamente, digerindo a pergunta. O que faria? Não tinha um plano concreto, apenas sabia que a ideia de Marina e o namorado passando aquele fim de semana juntos o deixava insuportavelmente inquieto.

— Por que se preocupar com o depois, se nem vivemos o agora? — pergunta ele, quase suplicante.

— Porque sou uma pessoa de planos, Victor, já te disse isso. — Ela desvia o olhar, com a voz mais fria. — Não sei viver como se o amanhã não existisse. Se você precisa de alguém para satisfazer seus caprichos, procure outra pessoa.

Victor fecha os punhos, frustrado com a resposta.

— Que droga, Marina! Não ouviu o que eu disse? Só quero você! — explode, sua voz marca uma intensidade que o surpreende.

— Mas eu não estou disponível — responde ela, com firmeza, caminhando até sua cadeira e se sentando. — Agora que estamos esclarecidos, pode me deixar trabalhar?