Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira) romance Capítulo 128

Quando o expediente termina, Marina sai da empresa com a mente ainda flutuando, perdida nos pensamentos sobre tudo o que está acontecendo entre ela e Victor. Ao entrar no elevador, encara seu reflexo no espelho e se pergunta, meio em dúvida, se tudo aquilo é mesmo real ou apenas obra de sua imaginação fervilhante. Quando se lembra de Victor defendendo-a com tanta determinação diante de toda a família, uma sensação inédita cresce em seu peito, misturando admiração com um certo receio. Os encontros que teve com Joana e Xavier foram longe de agradáveis, e ela sabe que conquistar o apoio deles seria praticamente impossível.

— Será que o Victor desafiará realmente os pais por mim? — murmura para si mesma.

Ao chegar ao hall da empresa, percebe que alguns colegas a olham com expressões de curiosidade e cochichos discretos, como se estivessem presenciando algum tipo de escândalo. Desconfortável, tenta desviar o olhar, mas logo escuta uma voz familiar e venenosa.

— Ora, ora… — A voz de Katrina ecoa com uma intensidade carregada.

Marina se vira, encontrando Katrina caminhando em sua direção, com uma expressão afiada e nada amigável.

— Achei que você ia passar o fim de semana com seu namorado nas montanhas, não? — provoca, parando bem à frente dela.

Marina suspira, já exausta de toda aquela hostilidade, mas se controla e resolve não fugir da conversa.

— Sim, fui. Mas… não saiu como esperado — responde, em um tom tranquilo.

— Ah, sério? — Katrina debocha, com um sorrisinho malicioso. — Engraçado, pelo que ouvi por aí, parece que você acabou “se dando bem”, ou estou errada?

Marina cruza os braços e sustenta o olhar de Katrina.

— Não sei se ser traída é se dar bem — rebate, sem perder a calma.

— Ah, querida, mas para você foi, sim — continua, com um veneno escorrendo pelas palavras. — Conseguiu a atenção do Victor, que largou um cliente importante no meio de um jantar para ir atrás de você. Marina a observa, surpresa.

— O Victor interrompeu o jantar com o cliente?

— Não, foi você quem interrompeu, princesa — rebate Katrina. — Para de fingir inocência. Sabe muito bem que ele estava ocupado sábado à noite, e mesmo assim você resolveu ligar para ele bancando a vítima.

— Eu não banquei nada, Katrina. Você nem sabe o que aconteceu e já sai deduzindo as coisas do seu jeito — retruca, percebendo o tom cada vez mais agressivo da colega.

— Você é mais esperta do que parece — murmura Katrina, com um olhar de desgosto. — Soube muito bem como manipular o Victor.

— Acha mesmo que o Victor é um homem fácil de manipular? — devolve Marina, lançando um olhar firme e sereno.

Katrina morde os lábios, visivelmente incomodada com a confiança de Marina, como se tivesse sido derrotada em sua própria provocação.

— Lembre-se do que eu te disse antes: o Victor não é o tipo que se prende a alguém. Quando ele se cansar, vai te descartar como uma qualquer.

— Do mesmo jeito que fez com você? — provoca Marina, não disposta a se deixar abater.

Nesse exato momento, Victor sai do elevador e caminha em direção a elas. De forma bem natural, envolve a cintura de Marina com um braço, causando um impacto imediato em Katrina, que fica de olhos arregalados.

— Boa tarde, Katrina. Acho que você já está sabendo da novidade, certo? — Victor diz, com um sorriso satisfeito.

— Que novidade? — Katrina responde, tentando não deixar transparecer o choque.

— Estou namorando a Marina — declara ele, com um brilho decidido no olhar.

Katrina fica boquiaberta, incapaz de esconder a surpresa. Mesmo com os rumores, jamais imaginaria que Victor fosse declarar algo assim de forma tão aberta.

— Sim — ele confirma, colocando um braço possessivo em volta de sua cintura, sem se importar com os olhares alheios. — Dessa vez, é porque tenho que deixar a minha namorada em casa.

Ao ouvir isso, as bochechas de Marina ficam coradas. Constrangida, ela nota os olhares discretos dos colegas que passam, mas, no fundo, sente-se secretamente encantada. Sem dizer mais nada, os dois seguem até o carro, onde Victor abre a porta para ela com uma gentileza inesperada.

Durante a viagem, o silêncio entre eles é confortável, quase íntimo, até que Victor quebra o silêncio.

— Infelizmente, esta semana eu não poderei te ver à noite, preciso colocar alguns trabalhos em dia. A semana será corrida, mas… quero que reserve o sábado para mim — ele diz, com os olhos fixos na estrada.

Marina arqueia uma sobrancelha, intrigada.

— O sábado à noite? — pergunta, já tentando adivinhar os planos dele.

— Não, loirinha, o sábado inteiro — esclarece, com um sorriso malicioso nos lábios. — Como seus pais estão de olho em nós, acho melhor não sairmos à noite. Então… passaremos o dia todo juntos.

Sentindo um arrepio de antecipação, tenta imaginar o que esperar.

— E o que você tem em mente para esse dia todo? — questiona, com a voz hesitante.

Victor vira o rosto para ela, seus olhos brilham com um toque de provocação.

— Faremos amor… o dia todo — responde, e finaliza com uma piscadela.

Marina arregala os olhos, surpresa, mas também com um sorriso tímido brotando em seus lábios. As palavras dele carregam uma promessa tentadora, que desperta nela sentimentos novos e excitantes.

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