Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira) romance Capítulo 127

Após acalmar Marina, Victor a acompanha até a sua sala, tentando assegurar que ela se sinta mais tranquila. Ao vê-la sentar-se, ele lhe lança um último olhar reconfortante antes de caminhar em direção ao escritório do irmão. Ao entrar, encontra Rodrigo e a mãe, ambos com expressões tensas. Ele se surpreende pela ausência do pai, mas decide ignorar a questão, sentando-se numa das cadeiras vazias, sem rodeios.

— Que bom que chegou, Victor. Nossa mãe estava quase tendo um troço de tanta aflição — comenta Rodrigo, lançando um olhar exasperado para Joana.

— Não vejo razão para todo esse alarde — responde Victor calmamente, cruzando os braços.

Joana o encara, com olhos faiscando de indignação.

— Não se faça de ingênuo, Victor. Você sabe muito bem o que nos incomoda. — Ela se inclina levemente para frente, cravando os olhos no filho. — Não faz muito tempo que você estava dizendo que não suportava aquela mulher, até pediu ao seu irmão que a dispensasse, e agora surge com essa história de namoro. Como isso aconteceu?

Victor suspira, mas mantém a postura serena.

— Sei que pode parecer contraditório, mas as coisas mudaram. — Ele lança um olhar firme para a mãe. — Quando conheci melhor a Marina, percebi que ela não era nada daquilo que eu prejulgava. Ela é íntegra, talentosa e não está aqui para tirar proveito de ninguém.

Joana solta um riso de puro deboche, cruzando os braços com desprezo.

— Uau, quem diria que meu próprio filho acabaria enfeitiçado por uma mulher interesseira? — Ela balança a cabeça, incrédula. — As pessoas não mudam da noite para o dia, Victor. Você é quem está cego demais para enxergar.

Rodrigo, em silêncio, observa o irmão, percebendo a seriedade com que ele fala sobre Marina, decide intervir antes que o clima na sala se torne ainda mais pesado.

— Mãe, se acalme. Acho que o Victor está sendo sincero e, sinceramente, se ele sente que a Marina é alguém de confiança, talvez devesse tentar enxergá-la de outra forma — sugere, num tom conciliador.

Joana o olha com uma mistura de desdém e desapontamento.

— Não acredito que você também esteja apoiando isso, Rodrigo. Essa garota não tem nada a ver com a nossa família! — exclama, frustrada. — O que vão dizer de nós, quando souberem que meu filho está com alguém tão abaixo do seu nível?

Victor se levanta devagar, com a expressão controlada, mas os olhos brilhando de determinação.

— Mãe, o que me importa é o que sinto por ela. Marina não está “abaixo” de ninguém; ela é uma mulher excepcional, e eu não vou permitir que ninguém a trate com desrespeito, incluindo a senhora. — Ele respira fundo, fixando seus olhos na mãe. — Sei que estou tomando a decisão certa, e espero que um dia todos vocês entendam isso.

Rodrigo observa o irmão, surpreso com a firmeza na voz dele, mas se sente aliviado ao perceber que ele parece realmente determinado. A mãe, no entanto, não parece disposta a recuar.

— Se você acha que isso é certo, Victor, vá em frente, mas saiba que você está arriscando não apenas a sua reputação, mas a nossa família inteira. E é melhor estar preparado para as consequências.

Com isso, Joana se levanta, lançando um último olhar de reprovação ao filho antes de sair da sala.

Rodrigo respira fundo, aliviado pela mãe ter deixado o ambiente, e então se vira para Victor.

— Cara, só quero dizer que te apoio — declara Rodrigo, num tom firme e sincero. — Sei que nossa mãe é complicada, mas se você está realmente disposto a brigar pela Marina, então ela deve significar muito para você.

Victor solta um leve sorriso, sentindo-se aliviado e grato pelo apoio do irmão.

— Achei que você também ia ser um obstáculo para mim — brinca, tentando relaxar.

— Quando te vi daquele jeito ontem, já imaginei que algo estava mexendo com você. Só não sabia que toda essa confusão era devido à Marina.

Victor suspira, seu olhar fica distante, quase introspectivo.

Victor ri, mas logo balança a cabeça.

— E você acha mesmo que a Valen ficará tranquila com a presença da Marina?

— Fica tranquilo. Valen só ficava insegura antes, porque achava que a Marina estava de olho em mim. Mas agora que vocês estão juntos de verdade, acho que aceitará numa boa.

Victor considera o convite, mas logo se lembra das recomendações do pai de Marina.

— Agradeço o convite, mas é melhor adiarmos isso.

Rodrigo franze o cenho, curioso.

— E por quê?

— Vou manter isso em segredo, por enquanto — responde, se levantando da cadeira, com um sorriso enigmático, consciente de que o irmão cairia na risada ao descobrir que o namoro dele não poderia ultrapassar a porta da casa de Marina.

— Sério que vai me deixar no escuro?

— Exatamente. Quem sabe um dia eu te conte. — Victor dá uma piscadela antes de sair.

À medida que caminha pelo corredor, seu rosto assume um ar mais sério. A atitude do pai e as palavras que ele usou para se referir à Marina, tudo aquilo estava deixando-o inquieto. A promessa de “resolver a situação” podia significar qualquer coisa vinda de Xavier, e ele sabia que não descansaria enquanto não descobrisse o que estava por trás daquela súbita decisão do pai.

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