O suave murmúrio do ar-condicionado preenche o quarto, criando uma atmosfera fresca e relaxante. Qualquer um que adentrasse ali naquele instante sentiria o ambiente como um verdadeiro gelo, sem imaginar que, sob o edredom branco que cobria a cama, um casal ardia em chamas intensas de paixão.
O som suave dos gemidos de Marina fundia-se com o ritmo intenso e urgente dos movimentos de Victor, criando uma sinfonia de desejo que tomava conta do ambiente, impregnando o ar de uma paixão incontida.
O relógio já marcava mais de meio-dia, e por mais que nenhum dos dois quisesse interromper o momento para pensar em uma refeição, Victor sabia que deveria dar uma pequena pausa.
Enquanto Marina se aninhava em seu peito, cansada e sonolenta após perder a conta de quantas vezes fizeram aquilo desde a noite passada, ele pega o celular, decidido a pedir algo para comer.
— O que quer comer? — pergunta, enquanto uma das mãos acaricia os cabelos longos e loiros dela.
— Qualquer coisa — responde ela, de olhos ainda fechados.
— Vou pedir algo bem nutritivo, precisamos de energia. Afinal, temos o dia inteiro pela frente — diz ele, arrancando uma risada suave dela.
— Sabia que você não me daria trégua — murmura Marina.
— Só estou compensando todas as vezes que me provocou e me deixou na mão — responde Victor.
— Na mão? — ela abre um sorriso provocador. — Está falando no sentido literal ou figurado?
Ele sorri, desarmado pela ousadia dela.
— O que você acha? — retruca, desafiador.
Marina ergue a cabeça, encarando-o com um olhar sapeca antes de responder:
— Não sei, mas acredito que teve que tomar várias duchas geladas — brinca.
— Não me provoque, porque até a comida chegar, ainda temos ao menos mais uma hora de folga — declara, deslizando a mão até os seios dela.
Rapidamente, Marina se afasta, rindo.
— Nem vem com isso — diz ela, levantando-se da cama. — Meu corpo está dolorido, me sinto como se tivesse cavalgado por quilômetros.
— E cavalgou mesmo — ele responde, com um sorriso de canto. — Montada no seu garanhão a noite toda — acrescenta, piscando para ela.
As bochechas dela coram, e ela esconde um sorriso antes de anunciar:
— Vou tomar um banho, garanhão. E não ouse me interromper, está ouvindo? — adverte, caminhando para o banheiro.
Victor a observa com um olhar provocador enquanto ela desaparece pela porta. Ao ficar sozinho, ele volta ao celular para finalizar o pedido de comida. Com o aparelho em mãos, nota as chamadas perdidas da mãe e do irmão — ambos, sem dúvida, preocupados com sua reação. Ao abrir o aplicativo de mensagens, vê várias de seu pai e decide ler, curioso para ver até onde o cinismo de Xavier pode chegar.
“Perdoe-me, meu filho. Juro que escondi tudo para proteger você daquela mulher. Prometo que farei de tudo para reconquistar sua confiança e restaurar nossa família, abalada por tudo isso.”
Victor revira os olhos, contendo o impulso de socar alguma coisa. Como seu pai pode ser tão desavergonhado?
A ideia de se vingar volta à mente, desta vez com a promessa de ser dez vezes mais frio do que Xavier e sua amante foram. O que fizeram com Marina foi o cúmulo de todas as manipulações, e ambos mereciam sofrer as consequências, tanto legais quanto morais.
Ele pouco se importa com o escândalo pelo qual a família possa passar; tudo o que quer é garantir que Xavier nunca mais pense que pode ser mais esperto que ele.
— Como posso voltar para casa, ainda mais após ver a minha mãe tratando o meu pai como o inocente da história?
— Você sabe que as coisas não são assim, Victor, nosso pai já está pagando por tudo o que fez, apenas com o desprezo que você o lançou. Além disso, na briga de ontem, você acabou quebrando dois dentes dele com seus socos.
— Sério? — pergunta surpreso.
— Sim, não tem noção de como o rosto dele está inchado.
— Obrigado por me avisar, meu dia acabou de melhorar um pouco com essa notícia. Estava preocupado por sair de casa e não ter socado-o suficiente.
— Victor! — Rodrigo o censura. — Para com isso, mesmo com todos os erros que ele cometeu, precisa se lembrar de que ele continua sendo o nosso pai.
— Eu não quero saber de mais nada — confessa, cansado daquela conversa. — Como já disse, não tenho intenção de voltar para casa tão cedo.
— E onde você está? Ouvi meu pai comentando que você havia comprado uma casa em um condomínio. Ele disse que iria até lá tentar te encontrar, por acreditar que você está nesse lugar — revela.
Aquela confissão o pega de surpresa. Rapidamente, Victor se endireita na cama e questiona ao irmão:
— Como ele sabe da casa? — pergunta, preocupado com aquela revelação.
No mesmo instante, Marina sai do banho enrolada numa toalha e nota que Victor parece tenso, por isso ela fica em silêncio, deixando-o continuar a sua ligação.
— Não sei, mas acredito que deve ter sido a Marina que contou para ele — revela Rodrigo.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira)
Muito chateada comprei as moedas , desconta mas não desbloqueia os capítulos, alguém sabe me dizer se o site é sério?...