A preocupação é evidente no rosto de Marina, e Victor decide ser mais claro, querendo dissipar de vez a confusão que percebe nela.
— Bem, pensei que você poderia ficar aqui — diz ele, com um olhar que deixa evidentes segundas intenções. — Quando falo para você se manter distante, é deles que estou falando, não de mim — esclarece, aproximando-se levemente. — Ou acha que, depois do que aconteceu entre nós nesta casa, eu conseguiria ficar longe de você? — provoca, com um sorriso no canto dos lábios.
Marina desvia o olhar, inquieta.
— Mas você se esqueceu da minha família? Meus pais nunca aceitariam que eu ficasse aqui sozinha com você — responde, apreensiva.
Ele suspira, reconhecendo o problema.
— É, eu realmente não pensei nisso — admite, com um toque de frustração. — Mas acho que podemos encontrar uma solução — acrescenta, olhando para ela com intensidade. — Só sei que não quero ficar longe de você, nunca… — declara, com os olhos fixos nos dela, cheios de sentimentos ocultos. — Porém, não posso simplesmente aparecer na casa dos seus pais agora, ainda mais sabendo que aquela tal Andressa é sua vizinha.
Marina assente, pensativa.
— Você tem razão sobre isso. Mas depois do que aconteceu, tenho certeza de que a Andressa não aparecerá por lá tão cedo.
Victor dá um sorriso cínico.
— Sim, com certeza meu pai já a recompensou com algum apartamento por aí — comenta, com desdém. — Mesmo assim, precisamos ser discretos a partir de agora. Você entende o que quero dizer, não entende?
Marina suspira, ainda de cabeça baixa, e acena positivamente.
— Sim, Victor, eu entendo — responde, embora a preocupação ainda pese em seu rosto, com os dilemas pulsando em sua mente. — Faremos as coisas do seu jeito — declara ela.
Victor a envolve em um abraço caloroso, e seus lábios se encontram em um beijo profundo e duradouro. Quando ele finalmente se afasta, seu semblante volta a se tornar sério.
— Você pode contar a verdade aos seus pais — sugere ele, em um tom firme, mas carinhoso. — Assim, pode ficar aqui comigo sem nenhuma preocupação.
Marina franze a testa, hesitando.
— Não sei se é uma boa ideia — responde, cheia de incerteza na voz. — Você viu como minha mãe é explosiva? Tenho certeza de que ela colocaria tudo a perder se soubesse da verdade. Quantas vezes ela me alertou de que a Andressa não era de confiança e, mesmo assim, eu não dei ouvidos? Se ela souber do que aconteceu, vai me julgar, ainda mais ao saber as proporções nas quais as coisas chegaram.
Victor suspira, refletindo.
— Tudo bem, não vamos nos precipitar em nada, tudo que eu menos quero é que brigue com a sua família — comunica. — Pensarei em algo. O que não posso arriscar é que alguém me veja na sua casa e essa notícia chegue à Andressa ou ao meu pai.
Marina abaixa a cabeça, claramente preocupada, e Victor percebe a tensão em seu rosto.
— O que está te preocupando? — pergunta, suavizando o tom.
Marina observa o olhar decidido de Victor, sentindo-se, ao mesmo tempo, segura e desafiada, enquanto o peso da situação começa a se dissipar com o apoio dele.
— Aproveite esse dinheiro para tirar sua CNH, estudar, ajudar seus pais… Não foi sempre esse o seu sonho? Faça tudo isso, está me ouvindo? — ordena ele, com a voz carregada de seriedade. — Pode parecer muito agora, mas o que ele tentou fazer com você foi pior do que qualquer quantia poderia compensar. Existem danos que dinheiro nenhum no mundo pode reparar, loirinha, e é por isso que quero que faça exatamente o que eu digo.
Marina fica em silêncio, assimilando cada palavra, seus olhos ficam fixos nos dele, enquanto seus pensamentos giram em torno do que acaba de ouvir.
— Quanto ao apartamento, sugiro que o venda — ele aconselha, num tom firme e prático. — Se depois quiser comprar outro, posso te ajudar com isso.
— Victor, aquele apartamento vale uma fortuna! — comenta ela, ainda surpresa.
— Exatamente. Venda-o e faça o que quiser com o dinheiro — responde, mantendo-se firme na ideia. — Esse será o primeiro passo da nossa vingança, loirinha — completa, com os olhos brilhando de determinação. — Sua amiga e meu pai acham que te destruíram, mas, na verdade, acabaram de te transformar em uma milionária — anuncia, com um sorriso satisfeito aparecendo em seus lábios. — E acredite, isso é só o começo — ele acrescenta, com um brilho intenso no olhar, enquanto mil ideias surgem em sua mente. — Eu mesmo planejarei toda a sua vingança — revela.
Marina o encara, um pouco confusa, tentando entender o alcance de suas palavras.
— Minha vingança? — pergunta, surpresa.
Victor inclina-se para perto dela e seus olhos se fixam nos dela com uma intensidade quase protetora.
— Sim, meu amor. Você é a maior injustiçada dessa história, e é por isso que deve ser você a pessoa a desmascarar aqueles dois — declara ele, com uma convicção inabalável, como se já pudesse ver o triunfo dela diante de todos que tentaram destruí-la.
Comentários
Os comentários dos leitores sobre o romance: Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira)
Muito chateada comprei as moedas , desconta mas não desbloqueia os capítulos, alguém sabe me dizer se o site é sério?...