Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira) romance Capítulo 143

Victor está em sua sala, concentrado no trabalho, quando seu celular vibra com uma mensagem de Marina. Ela conta que está entrando no ônibus com os pais para visitar a avó e que o avisará quando chegar. Junto à mensagem, envia uma selfie, sentada na poltrona do ônibus, seu rosto está iluminado pela luz suave que entra pela janela.

Ele fica ali, imóvel, encarando a foto, sentindo o coração se apertar. O pensamento de não saber quanto tempo ficará longe dela o deixa inquieto. Digitando uma resposta rápida, deseja-lhe uma boa viagem, mas em vez de voltar ao trabalho, continua olhando para a foto dela. Marina é como uma droga para ele, e após tê-la experimentado, não sabe mais como viver sem. Um sorriso se forma em seu rosto e uma sensação de saudade o invade, enquanto observa o olhar suave dela na foto.

Enquanto continua perdido na imagem dela, a porta do escritório se abre de repente. Ele levanta os olhos e vê seu irmão e sua mãe entrando na sala, ambos com expressões de preocupação. Joana se aproxima com o olhar firme e determinado, enquanto Rodrigo lança a Victor um olhar de compreensão e apoio.

Victor se endireita na cadeira, guardando o celular no bolso, já prevendo que a conversa não será fácil.

A expressão dura de sua mãe suaviza-se um pouco enquanto ela examina o rosto cansado do filho.

— Como você está, meu filho? — pergunta, com a voz agora mais baixa, quase em tom de compaixão.

Victor permanece em silêncio por alguns segundos, medindo as palavras até finalmente responder, com um suspiro contido.

— Já tive dias melhores — confessa, desviando o olhar para um ponto indefinido da sala, como se quisesse fugir da conversa que sabe que virá.

Joana suspira, balançando a cabeça em desaprovação.

— Não consigo entender como você deixou isso chegar a esse ponto, Victor. Essa Marina… sempre disse que ela não prestava — ela faz uma pausa, esperando qualquer reação do filho, mas Victor apenas mantém o semblante sério, escutando. — Francamente, sabia que ela não passava de uma oportunista. Só se aproximou de você por interesse, com segundas intenções. Ela é uma mulher que claramente não tem limites.

Victor contrai levemente a mandíbula, mas mantém a expressão neutra, deixando a mãe acreditar que ele concorda com ela.

— Talvez você tenha razão, mãe. Eu deveria ter percebido antes — responde, com a voz cuidadosamente controlada, como se estivesse aceitando a avaliação dela.

Animada pela concordância aparente do filho, Joana continua, agora com mais confiança em suas palavras.

— Ela não teve o mínimo de respeito pela nossa família. Quase nos causou um escândalo… e ainda teve a audácia de querer se manter próxima de você, como se nada tivesse acontecido! — Joana balança a cabeça, enquanto seus olhos brilham com uma mistura de indignação e alívio, como se estivesse satisfeita por finalmente expor suas opiniões.

Victor suspira, assentindo lentamente, alimentando as suspeitas da mãe.

— Você está certa. Talvez eu tenha sido ingênuo demais — diz ele, controlando a voz para não deixar escapar nenhuma emoção que revelasse seus verdadeiros sentimentos.

Rodrigo observa aquela conversa em silêncio, estranhando a complacência do irmão.

Joana se aproxima mais e aperta levemente o ombro do filho, assumindo uma postura quase suplicante.

— O melhor que pode fazer agora é deixar essa história para trás — diz ela, com uma nota de firmeza. — Não gostei nada de saber que você pediu que levassem suas coisas pessoais de casa. Não admito que você simplesmente saia assim.

Victor olha para o chão, apertando os punhos para conter a tensão.

— Mãe, eu não posso ficar lá. Toda vez que olho para o meu pai, é como se uma barreira estivesse entre nós. Ainda não posso perdoá-lo pelo que fez.

Joana suspira, seus olhos refletem uma mistura de tristeza e cansaço.

— Victor, você precisa entender que seu pai também foi enganado nessa história. Pense nisso, meu filho — diz ela, tentando suavizar o tom para convencer Victor a reconsiderar. — Ele está tão magoado quanto você. Xavier pode ter cometido erros, mas isso não faz dele um monstro.

Victor levanta o olhar para a mãe, e um sorriso irônico aparece em seus lábios.

— Nem um santo, sabia? — declara, mas nota que a mãe desvia o olhar.

— Não quero falar sobre isso, vim aqui para te pedir que volte para casa, não se esqueça de que é você que me acompanha nos dias em que o seu pai viaja a trabalho.

Ele mantém o olhar firme, tentando avaliar as intenções da mãe.

— Tudo bem — declara. — Não sei se conseguirei simplesmente ignorar tudo o que aconteceu, fingindo que foi apenas uma fase difícil, mas voltarei para casa pela senhora e, claro, porque meu pai não estará lá por esses dias, que fique claro! — acrescenta, como se estivesse sendo convencido contra a própria vontade.

Joana abre um sorriso de alívio e envolve o filho em um abraço apertado, satisfeita por ver que ele não foi tão cabeça dura quanto temia.

— Eu sabia que podia contar com você. Apesar dessa teimosia, sei que, lá, no fundo, se derrete de amores pela sua mãe — diz, com uma expressão satisfeita.

Victor afasta-se levemente e concorda.

— Pode ir para casa descansar, mãe. Quando meu expediente acabar, nos veremos — afirma com a voz agora suave, mas calculada.

Joana sorri e lança um olhar de cumplicidade para Rodrigo.

— Não achei que essa conversa seria tão fácil — comenta, visivelmente alegre.

— Ainda bem que foi — responde Rodrigo, aliviado, com um sorriso discreto.

Satisfeita por conseguir convencer o filho, Joana se despede de ambos, saindo da sala com um semblante de alívio.

Assim que a porta do escritório se fecha, Rodrigo se aproxima do irmão, observando-o com uma expressão curiosa e desconfiada.

— Nossa! É a primeira vez que te vejo fazendo as vontades da nossa mãe sem questionar — comenta Rodrigo, arqueando uma sobrancelha. — Me fala a verdade. O que está planejando, Victor?

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