Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira) romance Capítulo 145

— Não quero que diga nada — Victor interrompe, tentando retomar o foco na conversa

— Me desculpe por parecer tão surpreso — responde Rodrigo, levantando as mãos em um gesto de rendição. — É que isso realmente é muito novo para mim. Nunca imaginei que veria você, o Victor “inacessível”, caído por uma mulher assim tão cedo.

— Então finja que eu não te disse nada — retruca Victor, ficando mais sério.

Rodrigo dá um leve sorriso antes de perguntar:

— E como a Marina está lidando com tudo isso?

Victor suspira, apoiando os cotovelos na mesa e cruzando os dedos.

— Está arrasada. A punhalada que levou da própria amiga destruiu muita coisa dentro dela. Mas fiz o possível para que relaxasse e ficasse bem. No momento, pedi que ela se afastasse de tudo e de todos, para se proteger.

— Coitada… — comenta Rodrigo, sinceramente preocupado. — Imagino o quanto isso está sendo difícil para ela, ainda mais após ter que se afastar do emprego. Sei o quanto ela amava trabalhar aqui.

— Bem, de qualquer forma, ela teria que se ausentar por esses dias — revela.

Rodrigo arqueia uma sobrancelha, intrigado.

— Como assim?

— A avó dela foi hospitalizada. Ela viajou com os pais para a cidade onde a avó mora — explica.

— Isso é bom — responde Rodrigo, refletindo.

— O quê? A avó dela passar mal? — Victor pergunta, confuso.

— Não, claro que não! — Rodrigo se apressa em corrigir-se. — Me refiro a ela e à família estarem longe daqui. Acho que o nosso pai deve estar de olho na Marina, esperando para ver se ela vai procurá-lo para tentar esclarecer os fatos.

Victor concorda, lentamente.

— Você tem razão. É melhor ela ficar longe da cidade… mesmo que isso acabe comigo — murmura a última parte, quase inaudível.

Rodrigo ri, cruzando os braços.

— Quem diria que eu viveria para ver o meu irmão mais novo sofrer por amor — provoca, com um sorriso travesso.

Victor revira os olhos.

— Para com isso. Não quero que ela fique longe por muito tempo. É por isso que preciso desmascarar o nosso pai o mais rápido possível. Não posso deixar que a Marina leve a culpa por algo que não fez, entende?

Rodrigo balança a cabeça, voltando a ficar sério.

— E você acha que será fácil? Agora ele deve estar sendo mais cauteloso. Está claro que o objetivo dele foi proteger a identidade da amante.

Victor cruza os braços, pensativo.

— Sim, sei disso. Mas, se ele fez tudo isso para protegê-la, aposto que deve estar com saudade dela, assim como estou da Marina. Por isso, acredito que logo ele a verá.

— Nos Estados Unidos? — Rodrigo pergunta, juntando as peças.

— Exatamente — afirma Victor. — Conhecendo o nosso pai, essa viagem foi planejada com um propósito. Ele e a amante devem estar querendo comemorar essa “vitória” como se fosse uma lua de mel.

Rodrigo estreita os olhos.

— Então foi por isso que você sugeriu que a mamãe fosse com ele?

Victor solta uma risada seca.

— Sim, eu disse. Mas, pensando melhor, é bom que ela fique aqui. Quero que o nosso pai aproveite ao máximo essa viagem, desfilando com a amante por aí, sem ninguém para atrapalhar — ironiza, com um sorriso amargo.

— Precisa de uma? — ela rebate, com um sorriso. — Só estou feliz por ver minha família reunida.

Victor assente com um suspiro.

— Tá… vou subir para o meu quarto. Quando o jantar estiver pronto, mande me chamar — pede, afastando-se.

Enquanto sobe as escadas, ele vê Xavier saindo do escritório. O rosto do pai está marcado por hematomas, quase irreconhecível. Xavier lhe lança um olhar, como se buscasse algum tipo de reconciliação ou entendimento. Mas Victor o ignora completamente, passando direto, deixando claro que o ressentimento continua vivo.

Ao entrar em seu quarto, retira as roupas com movimentos lentos, exalando o cansaço acumulado. Decide ir para o banheiro e relaxar na banheira, na esperança de aliviar a tensão. O vapor quente logo envolve o ambiente e então mergulha na água, sentindo os músculos relaxarem.

Mais cedo, havia recebido uma mensagem de Marina avisando que chegou bem de viagem, mas isso não era suficiente. Ele queria ouvir sua voz, sentir a presença dela de alguma forma. Decidido a matar a saudade, pega o celular e envia uma mensagem perguntando se pode ligá-la. Antes mesmo de guardar o aparelho, o telefone vibra com uma chamada de vídeo. Ele sorri, imaginando a reação dela ao vê-lo daquele jeito.

— Minha nossa! — É a primeira coisa que Marina diz, arregalando os olhos ao vê-lo na banheira.

— Não poderia haver melhor hora para você ligar — provoca, piscando charmosamente. — Como você está, loirinha?

— Estou bem. Melhor agora, ao te ver — responde ela, com as bochechas corando levemente.

Victor inclina a cabeça e um sorriso provocador cresce em seus lábios.

— Quer me ver por inteiro? — brinca, abaixando a câmera devagar. — Assim posso te mostrar como cada parte do meu corpo sente saudades de você — sussurra, descendo a câmera pelo peito, mostrando os músculos definidos e o abdômen.

Quando está prestes a baixar a câmera mais um pouco, ele escuta uma voz masculina ao fundo.

— Com quem está conversando, Mari? É o Victor? — pergunta o pai dela.

O sorriso de Victor congela no rosto, enquanto Marina, visivelmente aflita, tenta disfarçar o embaraço, ajustando o celular rapidamente.

— Pai, só um minuto! — ela diz, com a voz apressada, enquanto Victor morde o lábio para conter uma risada.

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