Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira) romance Capítulo 15

Quando o trânsito volta finalmente a se mover, Marina agradece mentalmente. Tudo o que deseja é se ver livre de Victor e chegar em casa.

Quando o carro dele para em frente à padaria, ela se vira e o agradece, forçando um sorriso.

— Obrigada pela carona — diz ela, enquanto abre a porta do carro.

Ao descer, se depara com o olhar curioso de seu pai, que a observa sair do carro com uma expressão interrogativa.

— Estava preocupado com você — diz José, com uma voz carregada de leve estranheza.

— O trânsito estava um caos — responde Marina, tentando parecer tranquila.

A chuva forte havia ido embora, dando lugar à garoa.

Victor, percebendo o olhar desconfiado do homem, decide descer do carro para cumprimentá-lo. Ele dá a volta, subindo a calçada até José, estendendo a mão com um sorriso caloroso.

— Boa noite, senhor — diz Victor, com uma voz educada e firme.

Ao perceber que é Victor Ferraz, o semblante de José se suaviza. Ele não havia reconhecido de imediato o carro de onde a filha havia descido.

— Boa noite, senhor Victor. Não o reconheci — responde José, cordialmente, apertando a mão do jovem.

— Ofereci uma carona para sua filha, mas o trânsito nos atrasou um pouco. Espero que não tenha ficado preocupado por isso.

— Claro que não! Só estava ansioso porque a Marina estava demorando. Pensei que algo pudesse ter acontecido — explica. — O senhor gostaria de entrar? Minha esposa está preparando uma lasanha, quem sabe queira jantar conosco — oferece José, com um sorriso amistoso.

— Ele não quer, pai — Marina responde rapidamente, demonstrando ansiedade na voz, claramente tentando evitar que Victor entre na casa.

Victor, no entanto, lança um olhar desafiador e um leve sorriso no canto dos lábios para Marina.

— Na verdade, eu adoro lasanha — diz ele, provocador, enquanto Marina levanta as sobrancelhas em clara desaprovação.

— Então, por favor, entre! — José insiste, conduzindo Victor até a porta de entrada. — Vou fechar a padaria e já volto.

Os dois sobem a escada em silêncio e, quando estão sozinhos na sala de estar, Marina o encara, confusa com a decisão dele.

— O senhor não tinha um compromisso pela região? — pergunta ela, tentando esconder sua irritação.

Victor dá de ombros, enquanto caminha casualmente pela sala.

— Sim, tenho. Mas seu pai foi tão educado que seria indelicado recusar o convite — responde ele, despreocupado, observando o ambiente simples e acolhedor ao seu redor.

Os olhos de Victor se detêm em um porta-retratos na mesa de centro, onde uma jovem Marina, de aproximadamente quinze anos, sorri para a câmera. Ele pega a moldura e a estuda por um momento.

— Até que você não era de se jogar fora — comenta, com um meio sorriso.

— Eu não mudei tanto assim — responde Marina, pegando o porta-retratos de suas mãos e o colocando de volta no lugar, sem se abalar pelo comentário.

Victor continua a observar a sala, notando as fotos de Marina em sua formatura. Há uma simplicidade ali, mas também um orgulho evidente. Cada detalhe reflete a vida que ela construiu.

— Podemos prosseguir para outro ambiente ou deveremos permanecer contemplando as “obras de arte” da sala por mais tempo? — questiona ela, com um tom levemente sarcástico.

Victor se aproxima dela de maneira deliberada, inclinando-se levemente para sussurrar ao seu ouvido:

— Não se superestime demais, loirinha, você é bonita, mas não chega a ser uma “obra de arte” — provoca, sua voz baixa é cheia de malícia.

Marina sente os pelos de seu corpo se arrepiarem. Por mais desagradável que Victor possa ser, ele ainda exerce um certo poder sobre ela, algo que odeia admitir. Sentindo-se desconfortável, ela se afasta e segue para a cozinha.

Na cozinha, encontra sua mãe arrumando a mesa.

— Boa noite, mãe — diz Marina, dando-lhe um beijo no rosto.

15: Uma pequena trégua? 1

15: Uma pequena trégua? 2

15: Uma pequena trégua? 3

Verify captcha to read the content.Verifique o captcha para ler o conteúdo

Histórico de leitura

No history.

Comentários

Os comentários dos leitores sobre o romance: Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira)