Um chefe irritante e irresistível (Celia Oliveira) romance Capítulo 161

Enquanto está no carro, a caminho do hotel, Andressa não consegue conter as lágrimas que escorrem silenciosamente por seu rosto. Cada balanço do veículo parece intensificar a dor que ela sente, como se a rejeição de Leonel fosse um peso insuportável pressionando seu peito. Tentando disfarçar sua vulnerabilidade, passa as mãos pelo rosto para secar as lágrimas, mas sua respiração entrecortada e o olhar perdido revelam o caos interior. O motorista do táxi a encara pelo retrovisor, mas não diz uma palavra sequer.

Os pensamentos a consomem, e cada palavra que Leonel disse ecoa em sua mente como um lembrete cruel de que sua vida está instável. Andressa não sabe como consertar o que está quebrado, muito menos como lidar com as escolhas que a levaram até ali. “Por que estou sentindo isso?”, se pergunta, com os olhos fixos no horizonte turvo que passa pela janela. “Por que estou deixando os sentimentos me dominarem?”

Ao chegar ao hotel, ela paga o motorista do táxi com mãos trêmulas e desce, sentindo o peso de sua bolsa sobre os ombros como se carregasse mais do que apenas objetos. Ao entrar no saguão, tenta recompor-se. Passa rapidamente as mãos pelo rosto, ajusta o vestido e ergue o queixo, como se estivesse colocando uma máscara para o mundo. A última coisa que quer é que alguém perceba sua vulnerabilidade.

No elevador, o silêncio a envolve, mas não a acalma. Quando finalmente chega ao quarto, seus dedos hesitam na maçaneta antes de girá-la. Ao fechar a porta atrás de si, sente suas forças desmoronarem.

Encostando as costas na porta, desliza lentamente até o chão, abraçando os joelhos enquanto as lágrimas que tentou reprimir voltam com intensidade. Seus soluços ecoam pelo quarto, e ela cobre o rosto com as mãos, tentando sufocar o som de sua dor. Pensar em Leonel, na forma como ele a olhou, cheio de mágoa e desapontamento, é como reviver o momento repetidamente. Cada vez dói mais.

— O que há com você? — A voz estrondosa de Xavier corta o silêncio, arrancando-a de seus pensamentos.

Erguendo a cabeça rapidamente, seus olhos vermelhos e inchados se encontram com os dele, que está deitado na cama, apoiado nos cotovelos, com um olhar estreito e avaliador.

— Eu… eu… — gagueja, tentando encontrar uma explicação que faça sentido. — Não sabia que chegaria tão cedo — murmura.

Xavier se senta na beirada da cama, inclinando-se para frente com as mãos cruzadas. Seus olhos negros se fixam nela, exigindo uma explicação.

— Entrou aqui chorando como se o mundo estivesse acabando — comenta, com sarcasmo. — O que diabos aconteceu com você?

Engolindo em seco, Andressa tenta controlar o nervosismo. A presença dele a intimida, então sente as mãos começarem a suar.

— Eu só tive um dia difícil, nada mais — responde, enquanto tenta se levantar.

Estreitando os olhos, claramente desconfiado, numa postura rígida, denunciando sua irritação, Xavier questiona:

— Um dia difícil? — repete, com ironia evidente. — Que eu me lembre, havia te dito para ir ao salão, o que poderia acontecer de tão ruim lá? Por acaso, a cabeleireira exagerou e tirou mais do que as pontinhas? — zomba.

Percebendo que não fugiria daquelas perguntas, se endireita e se aproxima dele, com passos firmes.

— Não zombe de mim — rebate, ajustando a bolsa no ombro. — Acha que me esqueci das palavras que me disse antes de sair daqui?

Xavier se levanta lentamente, como um predador prestes a atacar. Ele dá alguns passos em direção a ela, forçando-a a recuar até ficar novamente encostada na porta.

Observando a vulnerabilidade dela, um sorriso satisfeito surge nos lábios de Xavier. Ele sabia o poder que exercia sobre Andressa, o quanto ela era louca por ele e o que estava disposta a suportar para continuar ao seu lado. Essa certeza alimentava seu ego.

— Não fique assim — diz, aproximando-se para envolvê-la em um abraço firme, deslizando suas mãos pelas costas dela. — Você sabe que, mesmo sem te assumir, a vida que te dou vale muito mais do que qualquer compromisso vazio.

Ele ergue o rosto dela com uma mão, fazendo-a encará-lo. Seus olhos, cheios de falsa ternura, prendem os dela como se fossem um laço apertado.

— Entende isso, não entende? — pergunta, num tom autoritário.

Andressa apenas assente, sem forças para discutir. Antes que pudesse dizer qualquer coisa, os lábios dele encontram os dela em um beijo intenso, possessivo, como se ele estivesse reafirmando a quem ela pertencia. Uma de suas mãos desliza até o fecho do vestido dela, puxando-o com facilidade e revelando a pele exposta.

Com movimentos precisos, a despe completamente e, sem dizer nada, a pega no colo e a empurra na cama, subindo sobre ela. Sua presença é esmagadora, cada gesto mostra a superioridade que ele sentia ter.

— Você é minha, Andressa — ele sussurra, baixo e rouco, enquanto seus lábios deslizam pelo pescoço dela. — E isso sempre será o suficiente para você.

Enquanto ele continua a tocá-la e beijar seu corpo, Andressa fica imóvel, olhando para o teto. Sua mente vaga, distante das palavras e dos gestos dele. Dentro dela, uma batalha silenciosa acontece. Ela se pergunta, com uma pontada de desespero crescente, se aquele era mesmo o futuro que queria para si. “É isso?” pensa, sentindo as lágrimas ameaçarem retornar. “Será que sempre será assim?”

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